Saulo Rabello Maciel de Barros, era docente do Departamento de Matemática Aplicada (MAP) do Instituto de Matemática e Estatística da USP

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O professor da USP, onde começou a vida acadêmica era apaixonado pela Matemática e entusiasta da educação

 

Na vida e na matemática, somou coerência e sensatez

Saulo Rabello Maciel de Barros (1958 – 2021), professor da USP, onde começou a vida acadêmica, docente do Departamento de Matemática Aplicada (MAP) do Instituto de Matemática e Estatística da USP.

 

Com bacharelado em Matemática Aplicada (1980) pela USP, Saulo foi contratado como docente deste departamento em 1982. Concluiu seu mestrado em 1984 orientado pelo Prof. Jorg Blatter e posteriormente o doutorado na universidade de Bonn, orientado pelo Professor Ulrich Trottenberg,  ambos no campo da análise numérica, tendo posteriormente feito estágios de pós-doutoramento na  Gesellschaft Fur Mathematik Und Datenverarbeitung, na Alemanha, e também no European Centre For Medium Range Weather Forecasts, ECMWF, Inglaterra.

 

Saulo obteve o título de livre-docência em 1995 com tese sobre métodos numéricos para modelos numéricos na previsão do tempo, e teve inúmeras contribuições científicas durante a sua carreira nesta área. Colaborador de longa data do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-INPE), foi peça chave na construção do atual modelo de previsão de tempo global do centro (o Brazilian Atmospheric Model).

 

Saulo era o filho do meio do intelectual Roque Spencer Maciel de Barros, editorialista do jornal O Estado de S. Paulo, e da professora Maria da Conceição de Jacobina Rabello Maciel de Barros. Aos 17 anos, entrou na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). A passagem foi breve, logo mudou de curso e foi atrás do que seria sua verdadeira vocação, a Matemática. Tornou-se mestre em Matemática Aplicada pela USP (1984), onde nessa mesma instituição cursou mestrado e o doutorado pela Universidade de Bonn (1989), na Alemanha.

 

Com um currículo robusto, lecionava na universidade há cerca de 30 anos. Neste período, ocupou diversas posições de coordenação, entre elas a chefia dos cursos de Matemática Aplicada e Ciências Moleculares. Ao longo da carreira, conduziu estudos com ênfase em análise numérica e realizou contribuições valorosas nos campos de paralelismo e computação de alto desempenho para modelos meteorológicos.

 

Foi pesquisador visitante, durante os anos 90, do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF, na sigla em inglês), na Inglaterra. Atualmente era professor associado do departamento de Matemática Aplicada do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP. E atuava como colaborador do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

 

Além de sua contribuição científica, Saulo também foi ativo em diversas outras esferas da vida acadêmica. Formou 6 alunos de mestrado e 5 alunos de doutorado, tendo sido um orientador presente e cuidadoso sempre preocupado em ajudar da melhor maneira possível seus orientandos. Também foi muito importante na gestão da universidade, tendo sido chefe do Departamento entre 2000 e 2004, coordenador do programa de pós-graduação do MAP entre 2014 e 2016,  e vice-diretor da Estação Ciência da USP entre 2003 e 2005.

 

Saulo também está intimamente ligado com o Curso de Ciências Moleculares da USP, onde lecionou regularmente desde 1996 até seu falecimento, participando da comissão coordenadora por 15 anos entre 1997 e 2012, sendo coordenador entre 2008 e 2012. Sua contribuição foi fundamental na formatação e estabelecimento desta graduação, tendo sido uma das principais referências para grande parte dos alunos que por lá passaram. Saulo também foi peça fundamental na relação do MAP com a Poli, tendo também coordenado por muitos anos a equipe que ministrava a disciplina de Cálculo Numérico. Entre todas estas atividades,  também foi o responsável por organizar os jogos de futebol semanais onde participavam diversos membros da comunidade do IME, incluindo alunos, funcionários e docentes.

 

Barros morreu em 11 de julho de 2021, em São Paulo, aos 63 anos, em decorrência de um infarto.

 

“Era um cara de peso científico grande e ao mesmo tempo carinhoso. Gostava dos alunos, dos amigos, das crianças. Era uma pessoa muito querida”, descreve o amigo e colega de trabalho, Clodoaldo Grotta Ragazzo, também professor do IME e antigo diretor do instituto. “Quase 95% das vezes que eu tinha um problema com algum aluno ou professor, adivinha para quem que eu ligava? Para ele.”

Barros nutria amor pelos esportes. No futebol, o São Paulo era o time do coração. O tênis também ocupava um lugar especial. Foi justamente na volta às quadras, ao lado dos filhos, após o afastamento causado pelo isolamento em decorrência da pandemia da covid-19, que Saulo faleceu.

O tempo pela Poli foi importante para encontrar a companheira de vida. Ao lado da engenheira Karin-Anne Van de Bilt, Barros construiu um casamento duradouro e próspero.

(Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades – BRASIL / CIDADES / por Estadão Conteúdo / por Marianna Gualter – 15 jul 2021)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/07 – COTIDIANO / por Patrícia Pasquini – SÃO PAULO – 14.jul.2021)

(Fonte: https://www.ime.usp.br – INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA / UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – Memorial Saulo Barros)
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