Richard Serra, um dos artistas mais importantes do século 20, conhecido sobretudo por suas esculturas de aço em grande escala, para interagir com os homens das grandes cidades dos EUA e do mundo inteiro

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Richard Serra, um dos artistas mais importantes do século 20

Ao longo de seis décadas, Serra revolucionou a escultura em grande escala.

O escultor Richard Serra, em foto de dezembro de 2008 em La Defense, na França — (Foto: Bertrand Guay/AFP/Arquivo)

Richard Serra (nasceu em 2 de novembro de 1938, em São Francisco, Califórnia – faleceu em 26 de março de 2024, em Orient, Nova York), artista americano, um dos artistas mais importantes do século 20, conhecido sobretudo por suas esculturas de aço em grande escala, que não se prestam a um papel decorativo.

Ao longo de seis décadas, Serra revolucionou a escultura em grande escala. As obras dele são conhecidas pelas paredes inclinadas e blocos que se integram aos ambientes, além de arcos monumentais e espirais.

Nascido em São Francisco, nos Estados Unidos, Serra estudou pintura na Universidade de Yale. Mas foi na escultura que resolveu seguir carreira, inspirado por viagens que fez pela Europa.

Em 1981, a instalação de uma parede curva de aço com mais de 35 metros de comprimento na Federal Plaza, em Nova York, fez com que ele ganhasse ainda mais reconhecimento. A obra acabou sendo desmontada tempos depois.

Durante a carreira, o artista teve várias peças expostas em museus conhecidos mundialmente, como o Guggenheim, nos Estados Unidos, e o Reino Sofia, na Espanha.

O escultor americano, formado em Literatura Inglesa pela Universidade Yale, expõe em galerias, mas se especializou em tirar as esculturas do pedestal e colocá-las no meio das ruas na forma de gigantescas estruturas de aço, com peso de toneladas, para interagir com os homens das grandes cidades dos Estados Unidos e do mundo inteiro.

Seu objetivo era mudar a percepção das pessoas em relação às obras de arte. Conseguiu esse objetivo a tal grau que conseguiu até virar uma figura pública controversa nos EUA.  Nos anos 80, Serra criou uma das esculturas urbanas mais polêmicas da história da arte – o Tilted Arc, uma parede curva de aço erigida pelo governo dos Estados Unidos numa praça em Manhattan, Nova York. Depois de despertar a oposição de um juiz federal, a escultura acabou sendo removida da praça e desmantelada – na primeira vez na história em que um governo destruiu uma obra de arte , segundo gosta de frisar Serra.

Foi o primeiro artista a receber o prêmio da liga de arquitetos de Nova York em 133 anos.

As obras desse filho de uma judia-russa com um operário espanhol estão espalhadas por praças e ruas de todo o planeta, de Kioto a Nova York, de Berlim a Paris. Richard Serra cria também esculturas especificamente para museus, como é o caso de Serpente encomendada pelo Museu Guggenheim de Bilbão, na Espanha.

Censura – Suas esculturas de grande escala sempre exigem, além de um minucioso projeto, muito trabalho braçal. Para executar trabalhos em aço, cuja intimidade cultivou nos anos 50, quando pegava no batente como operário para pagar os estudos, ele recorre aos préstimos de equipes inteiras de técnicos em siderurgia.

Em 1979, junto com sua mulher, Clara Weyergraf, Serra fez um filme que denunciava, de maneira crua e cirúrgica, a opressão do trabalho numa siderúrgica alemã.

Antes de se definir pela escultura, Serra experimentou outras técnicas. Nos anos 60, logo depois de se formar em literatura inglesa e belas-artes, viajou para a Europa com uma bolsa de estudo e resolveu conhecer o continente pegando carona na estrada. Durante esse período, interessou-se por materiais tão diversos como o chumbo e a borracha. No decorrer dos anos 70, consolidou seu trabalho como escultor com chapas de aço.

Pouco antes fora contratado pela galeria do célebre marchand Leo Castelli, que lhe pagava um salário periódico em troca do direito de propriedade sobre sua obra em caso da morte do artista.

Serra chegou a dever meio milhão de dólares a Castelli, já que recebia um salário, porém suas obras não tinham boa receptividade entre os colecionadores. Mas, graças às encomendas de instituições públicas e de museus, aos poucos, sem precisar fazer concessões que prejudicassem seu trabalho, conseguiu afirmar seu valor.

O historiador de arte Robert Hughes disse que o americano Richard Serra, de 75 anos, “não era apenas o melhor escultor vivo, mas também o único grande escultor em atividade no século XXI”.

Em 2014, Serra veio ao Brasil e fez uma exposição no Instituto Moreira Salles (IMS), no Rio de Janeiro. Já em 2019, uma das obras dele foi instalada no jardim externo do IMS de São Paulo.

Richard Serra faleceu aos 85 anos na terça-feira (26). Ele foi vítima de uma pneumonia e morreu em casa, em Nova York. Serra também era conhecido como o “poeta de ferro”.

(Créditos autorais: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2024/03/26 – POP & ARTE/ NOTÍCIA/ Por g1 – 

G1 Pop e Arte Cinema

(Fonte: https://epoca.globo.com/ideias/noticia/2014/05 – IDEIAS / NOTÍCIA / IDEIAS / Por GUILHERME EVELIN – 29/05/2014)

(Fonte: Revista Veja, 3 de dezembro de 1997 – ANO 30 – Nº 48 – Edição 1524 – Arte / Por Angela Pimenta – Pág: 150/151)

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