PRIMEIRO NEGRO A ENTRAR NA PÓS-GRADUAÇÃO (FFLCH) DE SP

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Kabengele Munanga, professor antropólogo, nascido no Congo, depois de fazer sua formação na Universidade de Lumbumbashi, terminou radicando-se no Brasil. Foi o primeiro negro a entrar na pós-graduação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade (FFLCH) de São Paulo.
Tornou-se professor do Departamento de Antropologia da FFLCH. Escreveu, entre outros livros, O Negro no Brasil de Hoje (com Nilma Lima Gomes); A Revolta dos Colonizados (com Carlos Serrano); Rediscutindo a Mestiçagem (Tese de Livre-Docência, defendida em 1997); Estratégias e Políticas de Combate à Discriminação); Negritude – Usos e Sentidos.
Defensor entusiasmado das políticas afirmativas para combater a discriminação racial e a desigualdade.
Kabengele Munanga diz que combater a discriminação racial no país é mais difícil porque, oculto sob o mito de uma suposta democracia racial, o racismo brasileiro não mostra a cara ao fazer suas vítimas.
A questão da raça existe no inconsciente coletivo do Brasil. A política de cotas não vem para discutir a raça, mas para corrigir conseqüências da construção racial que já existe na sociedade.
A violência simbólica já existe, a violência física não aparece porque nossa ideologia racial abafa. Em nosso racismo você tem as vítimas, mas não encontra o racista. “Black” nos EUA não é negro, é preto. É o termo que eles assumiram. É comum qualquer brasileiro não-politizado se dizer moreno para evitar a palavra “negro”, fruto da ideologia que o inferioriza.
(Fonte: Revista do Brasil – Nº 6 – novembro 2006 – Entrevista – Flávio Aguiar – Pág; 20/21/22/23)

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