Paulo Cunha, ex-presidente do Grupo Ultra (da Ultragaz e da rede Ipiranga) e considerado um dos principais líderes industriais do país.

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Paulo Cunha, empresário que presidiu o Grupo Ultra

 

Paulo Cunha (1° de março de 1940 – Rio de Janeiro, 3 de julho de 2022), empresário, foi ex-presidente do Grupo Ultra (da Ultragaz e da rede Ipiranga) e considerado um dos principais líderes industriais do país.

 

O empresário era ex-presidente do Grupo Ultra e IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás), e era considerado um dos principais líderes da indústria do país.

 

Cunha era um líder empresarial de “grande referência”, defensor do setor e das causas públicas para o desenvolvimento do país. Comandou o grupo Ultra, que é associada patrimonial do IBP, e dona da Ultragaz e rede Ipiranga. Iniciou a carreira no Grupo em 1967.

 

Paulo Guilherme Aguiar Cunha nasceu no dia 1º de março de 1940. Filho de pai militar e mãe professora primária, estudou engenharia na PUC-Rio.

 

No início da década de 1960, ele ingressou na Petrobras, após ter sido aprovado em um concurso público. Na empresa, entre outras atividades, coordenou o curso de formação de engenheiros e o projeto da fábrica de amônia e ureia em Camaçari (BA).

 

O executivo iniciou sua carreira no Grupo Ultra em 1967, a convite de Pery Igel, onde dirigiu a implantação da Oxiteno (empresa do setor químico, que presidiu até 1992). Atuou também como presidente do Ultrapar entre 1981 e 2006, sendo responsável pela reestruturação do grupo e, mais tarde, pela abertura do seu capital em 1999.

 

Durante toda sua trajetória profissional Cunha teve intensa atividade institucional, presidindo entidades como o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), que ele havia ajudado a fundar, o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás) e a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química).

 

O empresário foi, ainda, integrante do CMN (Conselho Monetário Nacional) durante o governo Fernando Collor (1990-1992).

 

Integrante do Conselho Monetário Nacional, durante o governo Collor, Cunha foi um dos idealizadores do modelo tripartite, “que contribuiu para a rápida industrialização do país, formando alianças entre o setor privado, empresas públicas e sócios estrangeiros, enumera a empresa.

 

Em 2006, deixou a presidência-executiva do grupo, passando a se dedicar exclusivamente à presidência do conselho de administração. Além disso, ele desenvolveu uma série de projetos sociais na área de educação.

 

O Ultra atua na distribuição de combustíveis líquidos (com a Ipiranga), distribuição de gás LP (Ultragaz) e armazenagem de granéis líquidos (Ultracargo). Em 2021, o número de colaboradores chegava a 14.408.

 

No último ano, o Grupo Ultra confirmou a venda da Oxiteno para a tailandesa Indorama Ventures. O grupo também vendeu recentemente a Extrafarma, para a concorrente Pague Menos. Com as operações, a companhia pretendia concentrar seus negócios no setor de óleo e gás.

 

O grupo registrou lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 380,2 milhões no quarto trimestre do ano passado. O resultado representa queda de 10,8% na comparação anual.

 

Cunha presidiu o conselho de administração da Ultrapar até 2018.

 

O empresário também ficou conhecido por adotar uma visão nacionalista e era uma figura importante na discussão sobre o desenvolvimento industrial.

 

Em entrevista à Folha, em novembro de 2011, ele afirmou que o Brasil precisava de um amplo projeto nacional e que a indústria deveria produzir itens com tecnologia e maior valor agregado. “É preciso construir essa indústria para integrar o Brasil no mundo nesse patamar. A indústria de base está investindo pouco em inovação e expansão.”

 

Na ocasião, ele também ressaltou que o processo de desindustrialização do país foi intenso, mas que poderia ser revertido. “Mas a reversão não é instantânea e não tem milagre à vista. A competitividade da indústria depende da competitividade do país. Hoje a estrutura do país não é competitiva.”

 

“Antes havia simpatia pela indústria. Havia vibração quando se nacionalizava um pistão da Volkswagen. É só andar por São Bernardo [do Campo]para ver tudo de bom que a indústria fez por lá. Mas foi perdida a consciência da importância da indústria. Ela ficou diluída na imagem do regime militar, pela proximidade entre governo e empresas”, disse à época.

 

Paulo Cunha faleceu na madrugada de domingo (3), no Rio de Janeiro. Ele tinha 82 anos.

“O executivo deixa um legado de ética, visão de longo prazo, austeridade na vida pessoal e profissional, respeito às pessoas, empreendedorismo e valorização da inovação tecnológica. Uma grande perda para o Grupo Ultra e para o país”, segue a nota da empresa.

“A liderança de Paulo Cunha frente à Abiquim foi fundamental na ação política da associação, no momento em que o país enfrentava grandes desafios, como a segunda crise do petróleo e o choque de juros dos Estados Unidos”, diz nota da entidade, que ele presidiu de 1979 a 1983.

“Cunha foi o grande responsável por dar à entidade maior autonomia na gestão do conhecimento e inovação. Para fortalecer seu perfil mais técnico e moderno, foram criadas em sua gestão as comissões de trabalho, estrutura que permanece até hoje na associação.”

Em artigo publicado no Brazil Journal, Pedro Wongtschowski, atual presidente do conselho, lembrou que Cunha dirigiu a Ultrapar durante sua fase mais agressiva de crescimento, com a compra da totalidade das ações da Oxiteno. “Paulo transformou o grupo ‘mais uma vez’ com a compra da Ipiranga e da Texaco, convertendo o Ultra em uma potência da distribuição de combustíveis.”

 

“Paulo Cunha deixa um legado de ética, visão de longo prazo, austeridade na vida pessoal e profissional, valorização das pessoas e da atividade industrial”, segue o executivo.

 

O Grupo Ultra também comunicou a morte do empresário. Leia a íntegra:

 

“Com pesar, noticiamos o falecimento de Paulo Guilherme Aguiar Cunha. O executivo iniciou sua carreira no Grupo Ultra em 1967, a convite de Pery Igel, onde dirigiu a implantação da Oxiteno – empresa que presidiu até 1992. Atuou também como presidente do Ultrapar entre 1981 e 2006, foi o responsável pela reestruturação do grupo e, mais tarde, pela abertura do seu capital em 1999. Nesta ocasião, de forma pioneira, a empresa abriu o seu capital simultaneamente em São Paulo (BOVESPA) e em Nova York (NYSE).

 

“Durante toda sua trajetória, Paulo teve uma intensa atividade institucional, presidindo entidades como o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e a Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM). Integrante do Conselho Monetário Nacional, Paulo Cunha foi grande apoiador da indústria brasileira e um dos idealizadores do modelo tripartite que contribuiu para a rápida industrialização do país, formando alianças entre o setor privado, empresas públicas e sócios estrangeiros, sempre sob comando nacional.

 

“Paulo Cunha presidiu o Conselho de Administração da Ultrapar até 2018. O executivo deixa um legado de ética, visão de longo prazo, austeridade na vida pessoal e profissional, respeito às pessoas, empreendedorismo e valorização da inovação tecnológica. Uma grande perda para o Grupo Ultra e para o país.”

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/dinheiro/economia-e-negocios – DINHEIRO/ ECONOMIA E NEGÓCIOS / por DOUGLAS GRAVAS – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – 04/07/22)

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