Paulo Bomfim, era integrante da Academia Paulista de Letras desde 1963, e autor de mais de 30 livros

0
Powered by Rock Convert

Poeta Paulo Bomfim era integrante da Academia Paulista de Letras desde 1963, e autor de mais de 30 livros

 

 

 

Paulo Bomfim (São Paulo, 30 de setembro de 1926 – São Paulo, 7 de julho de 2019), poeta e integrante da Academia Paulista de Letras

 

Paulo Bonfim deixa um legado de 37 livros, o primeiro deles Antonio Triste, de 1946, que deu ao autor o prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras. Descendente dos pioneiros fundadores da cidade, Bomfim nasceu em 30 de setembro de 1926 e viveu sua infância e juventude no centro da cidade, na rua Rego Freitas.

 

Amigo de Mário e Oswald de Andrade, de Tarsila e Anita Malfatti, Paulo Bomfim foi criado na casa do avô, Sebastião Lébeis, onde se reuniam Olavo Bilac, Guilherme de Almeida e a pianista Guiomar Novaes, entre outros. Incentivado por Monteiro Lobato, criou um jornal dirigido às crianças na juventude. Em quase tudo o que escreveu, as tradições e a história de São Paulo estavam presentes.

 

Apaixonado por São Paulo e amigos dos modernistas de 1922, que frequentavam a casa de seu avô, Paulo Bonfim deixa um legado de 37 livros, o primeiro deles Antonio Triste, de 1946, prefaciado por Guilherme de Almeida, que deu ao autor o prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras. Descendente dos pioneiros fundadores da cidade, Bomfim, filho do médico Simeão dos Santos Bomfim, nasceu em 30 de setembro de 1926 e viveu sua infância e juventude no centro da cidade, na rua Rego Freitas.

Sensível às mudanças pelas quais passava a metrópole nos anos 1940, esboçou, em Antonio Triste, o perfil dos marginalizados na figura de um homem alto e maltrapilho que só é visto à noite perambulando pela cidade, sendo por todos ignorado – menos pelo poeta, um cronista que descreveu São Paulo como poucos, inclusive em seu programa Passeios da Memória, na Rádio Cultura, no ar até poucos dias antes de sua morte.

Esse apego nostálgico a uma São Paulo de famílias tradicionais e, ao mesmo tempo, aos tipos anônimos que a tornam viva, fez com que o crítico e tradutor Sérgio Milliet descrevesse o poeta como um “neomodernista”, justificando o adjetivo, em seu ‘Panorama da Moderna Poesia Brasileira’: “Bomfim segue o modernismo sem apelar a exageros ou recorrer ao fetichismo verbal” – de seus amigos da Semana de Arte Moderna de 1922. “Ele é um modernista que não desdenha a rima, a perfeição métrica e o soneto”, definiu Milliet.

Amigo de Mário e Oswald de Andrade, de Tarsila e Anita Malfatti, Paulo Bomfim foi criado na casa do avô, Sebastião Lébeis, onde se reuniam Olavo Bilac, Guilherme de Almeida e a pianista Guiomar Novaes, entre outros. Incentivado por Monteiro Lobato, criou um jornal dirigido às crianças na juventude. Em quase tudo o que escreveu, as tradições e a história de São Paulo estavam presentes. Considerava-se um defensor dos ideais da Revolução Constitucionalista de 1932, dividindo a cidade em antes e depois dela – segundo Bomfim, a metrópole perdeu suas características após o conflito.

Embora admitisse a influência de Bilac, Guilherme de Almeida e Vicente de Carvalho, ele sempre citava Jorge de Lima e Cecília Meireles como seus poetas favoritos, não esquecendo de mencionar Manuel Bandeira. Essa admiração pela modernidade contrastava com seu apego à tradição – tanto que seu livro predileto, entre os tantos que escreveu, era Armorial(1956), com ilustrações de Clóvis Graciano, que, segundo o poeta, trazia, como os brasões, seus “mortos de volta”.

E eram mortos históricos. O trisavô fundou a cidade de São Carlos do Pinhal. O sexto avô criou Pindamonhangaba. Ele recriou São Paulo em versos, rememorando sua infância e as brigas com os garotos do Bexiga, os namoricos com as meninas do colégio Caetano de Campos, as aulas de boxe com o tio do campeão Eder Jofre, os treinos de natação no rio Tietê. Atleta, ele foi também boêmio, frequentador do Nick Bar, onde ficou amigo de Elizete Cardoso e Aracy de Almeida. Muitos compositores fizeram músicas baseadas em poemas seus, entre eles Oswaldo Lacerda e Camargo Guarnieri. Fundador da revista cultural Diálogo, ele publicou traduções de poemas de T.S. Eliot e Ezra Pound.

 

Paulo Lébeis Bomfim começou sua carreira jornalística em 1945 no Correio Paulistano. Logo depois foi para o Diário de São Paulo, a convite de Assis Chateaubriand.

 

Seu livro de estreia foi “Antônio Triste”, publicado em 1947, com prefácio de Guilherme de Almeida e ilustrações de Tarsila do Amaral. Publicou a seguir “Transfiguração” (1951) e depois “Relógio de Sol”. Ele era integrante da Academia Paulista de Letras desde 1963.

Em 1981, foi eleito intelectual do ano pela União Brasileira de Escritores, conquistando o “Troféu Juca Pato”. Em 1991, recebeu o título de “Príncipe dos Poetas Brasileiros”, outorgado pela Revista Brasília e o prêmio “Obrigado São Paulo”, da TV Manchete.

Paulo Bomfim faleceu em 7 de julho de 2019. Ele estava internado na Beneficência Portuguesa e, morreu em decorrência de complicações após uma queda.

 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lamentou a morte de Paulo Bomfim e o chamou de “príncipe da poesia”. “Perdemos nosso grande poeta Paulo Bonfim, o príncipe da poesia, o amigo dos amigos. Descanse em paz, Paulo, e escreva seus poemas no céu”, disse Doria em sua conta no Twitter.

O ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) afirmou que “o Brasil perde um dos seus maiores poetas”.

“Ao longo de toda sua vida, foi reconhecido por seu talento e poesias. Eu e minha família perdemos um grande amigo, que herdamos de meus pais. Descanse em paz Poeta! O céu te espera para conhecer suas poesias”, disse em sua conta no Twitter.

Para o presidente da Academia Paulista de Letras e ex-secretário estadual da Educação de São Paulo José Renato Nalini, Bomfim deixa um legado “imenso”. “Não foi só poeta, ele foi historiador, foi um grande propagador das histórias lendárias de São Paulo. Era um grande patriota, memorialista, um congregador de amigos, porque ele só somava as pessoas”.

(Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/07/07 – SÃO PAULO / NOTÍCIA / Por G1 SP – 07/07/2019)
(Fonte: https://www.terra.com.br/diversao/arte-e-cultura – DIVERSÃO / ARTE E CULTURA / Por Antonio Gonçalves Filho – 7 JUL 2019)
Powered by Rock Convert
Share.