Operação Barbarossa, foi a maior ação militar em mobilização de tropas da História, surpreendeu o mundo ao tentar tomar Moscou

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1941: Alemanha nazista invade a URSS

Operação Barbarossa, foi a maior ação militar em mobilização de tropas da História, surpreendeu o mundo ao tentar tomar Moscou

Lançada exatamente às 3:15 da madrugada de domingo, 22 de junho de 1941, a Operação Barbarossa foi a maior e mais custosa operação militar na história, e suas implicações ecoaram por todo o restante do século XX até os nossos dias. Significou a abertura de uma frente de combate que conheceu uma selvageria ímpar em intensidade e escala na história recente – somente sendo encerrada quatro anos depois, no coração da Europa.  A decisão de Adolf Hitler, de arriscar o destino da Alemanha e da Europa numa ofensiva-surpresa contra a potência de Josef Stalin, desencadeou a sequência de eventos que construiu o mundo atual e afetou as vidas de incontáveis seres humanos, incluindo a dele próprio.

A Operação Barbarossa

 

O nome código escolhido por Hitler para designar a grande operação de ataque não era casual. A palavra “Barbarossa” remetia à figura de Frederico Hohentaufen, o grande imperador alemão da Idade Média, o Frederico I do Sacro Império Romano-Germano, morto em 1152. Nome lendário e respeitado entre os cavaleiros cruzados, alguém que empenhara seus recursos em favor da causa da cristandade contra os infiéis. De certo modo, Adolf Hitler via-se como a encarnação de Frederico Barbarossa (o “Barba Vermelha”, como os italianos o chamaram), liderando um enorme operação militar para esmagar a heresia comunista que se encastelara mais ao oriente, no Kremlin de Moscou.

O General Halder, chefe da OKH (o alto comando militar alemão), o executor da operação, dividiu-a em trás grandes objetivos: o grupo dos exércitos Norte, sob o comando do marechal de campo Ritter Von Leeb, tinha como meta rumar em direção à Leningrado, fazendo lá junção com as tropas finlandesas que viriam de mais ao norte, esmagando a resistência da grande cidade, atuando sobre ela como se fosse um imenso alicate; o grupo dos exércitos do centro, sob o comando do marechal de campo Fedor von Bock, tinha ao seu encargo realizar uma poderosa ofensiva direto ao centro da Rússia, rumando o mais rápido possível para Moscou; por fim, o grupo de exércitos do Sul, no comando do marechal de campo Gerd von Rundstedt, marcharia para as ricas terras da Ucrânia, tendo como meta alcançar Kiev.

Operação Barbarossa (Foto: Divulgação)

Operação Barbarossa (Foto: Divulgação)

Os Três Objetivos

 

Leningrado, Moscou e Kiev eram as cidades a ser conquistadas, tanto pelo seu valor simbólico como por sua importância estratégica. A tomada da grande capital do Norte, construída por Pedro, o Grande, em 1703, impediria a URSS de ter qualquer acesso ao Mar Báltico, tornando a sua esquadra inútil. Conquistar Moscou significava provocar um enorme impacto moral sobre a população russa, pois a capital soviética era considerada não só o núcleo do poder e da economia da Rússia, como também o seu centro espiritual e religioso.

Tomar de assalto Kiev, a capital da Ucrânia, por fim, permitiria açambarcar a riqueza cerealística da União Soviética e as suas imensas estepes de fértil terra preta, onde um punhado de sementes jogadas fazia crescer maravilhas. Bem sucedida, a Operação Barbarossa, num primeiro momento, cortaria a URSS ao meio, separando o centro-norte, urbanizado e industrializado, do Sul, rico em alimentos e matérias-primas. Hitler, porém, determinou que não queria batalhas dentro das cidades. As forças soviéticas deveriam ser destruídas nos campos para que assim as cidades russas, uma a uma, caíssem no controle da Wehrmacht (o exército alemão) como um fruta madura se desprende de um árvore levemente sacudida.

Os comandante da invasão: von Leeb, von Bock e von Rundstedt

Os comandante da invasão: von Leeb, von Bock e von Rundstedt

Planejada desde 1933, a invasão da União Soviética pelas tropas nazistas, chamada Operação Barbarossa, foi lançada em 22 de junho de 1941, dando início a um dos episódios mais brutais da era moderna.

Já desde 1933, a liderança nazista se preparava para a guerra contra a então União Soviética, mas a investida, denominada Operação Barbarossa, ocorreria oito anos mais tarde. Em 22 de junho de 1941, um exército de 3 milhões de soldados marchava rumo ao leste da Europa, dando início a uma das guerras mais brutais já vistas na era moderna.

O pacto de não agressão entre alemães e soviéticos, fechado quase dois anos antes, ainda valia. Mesmo assim, neste 22 de junho de 1941 foram postos em marcha três milhões de soldados alemães, com tudo o que a indústria de armamento nazista possuía: tanques, aviões, armas.

Na madrugada, começava para a então União Soviética uma luta pela sobrevivência. A lenda de que Hitler teria se antecipado a uma invasão do Exército Vermelho planejada por Stalin perdurou por muitos anos. Mas não há provas históricas disso, segundo o historiador Wolfram Wette.

Império do Atlântico aos Urais

“O objetivo era conquistar a União Soviética e dizimar a população para explorar o país e, num futuro distante, colonizá-lo com alemães, criando um grande império alemão do Atlântico até os Urais”, afirma o especialista.

O genocídio dos judeus do Leste Europeu e a morte em massa de civis e prisioneiros de guerra foram planejados. Não houve resistência por parte da elite militar, mas a população alemã reagiu com consternação, apesar da onda de propaganda, temendo que ocorresse uma escalada desastrosa.

Mas ninguém ainda imaginava que milhões de mortes ocorreriam do lado alemão. Além do exército alemão, marcharam também forças dos países aliados Itália, Finlândia e Romênia.

Início do fim

Os países bálticos Belarus e Ucrânia foram simplesmente atropelados. Hitler e seus generais contavam com uma marcha rápida até a capital soviética, previam uma “blitzkrieg” de algumas semanas. Mas se enganaram.

Poucos meses após a investida, o inverno pararia as unidades alemãs antes de chegarem a Moscou. Na perspectiva atual, aquele era o prelúdio da derrota de 1945. Três milhões de soldados alemães não retornariam à terra natal.

“Mas a própria Rússia perdeu dez vezes mais pessoas. Delas, cerca de 10 milhões eram soldados do Exército Vermelho. Mais de 3 milhões eram prisioneiros de guerra russos nos campos alemães. Também 3 milhões de judeus russos foram sistematicamente assassinados pelos alemães. Cerca de 6 milhões de civis soviéticos caíram, de alguma forma, vítimas da política alemã de extermínio”, ressalta Wette.

Durante décadas, a responsabilidade alemã pela guerra de extermínio no leste não era tido como um tema abordado em debate público. Os alemães se recordavam, sobretudo, do próprio sofrimento.

Além disso, persistiu por muito tempo a lenda de que o exército alemão praticou uma “guerra limpa”, e que a responsabilidade pelos crimes de então fora das organizações nazistas, como as SS.

Até pouco tempo a população alemã jamais havia manifestado piedade pelo sofrimento do lado soviético. Somente pesquisas de historiadores críticos, e mais tarde exposições e debates despertaram um processo de mudança nessa mentalidade.

(Fonte: http://www.rafaelrequena.com.br/saladeguerra/operacao-barbarossa – SALA DE GUERRA – Operação Barbarossa)

(Fonte: https://noticias.terra.com.br – NOTICIAS – 22 JUN 2016)

Deutsche Welle

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