Murray Kempton, influente jornalista e escritor americano

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Murray Kempton (nasceu em 16 de dezembro de 1917 – faleceu em 5 de maio de 1997), influente jornalista e escritor americano. Um dos nomes mais importantes do jornalismo americano, como E. B. White.

Murray Kempton foi provavelmente o mais respeitado, mais temido e mais amado colunista político de nossos tempos.

Ele não gostava de chamar atenção para sua própria pessoa. Escrevia ensaios para o “The New York Review of Books”, mas seu emprego diário era escrever colunas para os tablóides, como o “The New York Post” e, mais recentemente, o “Newsday”.

Ganhou um prêmio Pulitzer e várias outras honrarias jornalísticas.

Kempton era um jornalista de jornalistas, que falava com suas fontes em pessoa. Como disse certa vez, “evitava o ‘press release’ e o telefone como se fossem pragas e pestilências”.

Segundo o “The New York Times”, Kempton recusou um emprego nesse conceituado órgão de imprensa porque, em sua opinião, “o jornal se levava excessivamente a sério”.

Aqueles entre vocês que têm por hábito abastecer-se com uma dose literária podem pensar em Kempton como uma espécie de “dry martini” curioso, feito de uma dose muito grande de Carlos Castello Branco acrescida de algumas gotas de outro Carlos -aquele que se assina Heitor Cony.
E para aquele grupo -ainda menor- de leitores que realmente se exercita, abrindo as pesadas capas de livros, Murray representava o que o jornalismo norte-americano tinha de mais próximo a Henry James.
Como esse mestre romancista, Kempton era um escritor de sentenças labirínticas -frequentemente belas e às vezes exaustivas de ler. Embora aparecesse em apenas um jornal, o “Newsday”, dominava o pensamento de praticamente todos os jornalistas decentes da Gringolândia.

Murray “the K” foi o melhor jornalista vivo nos EUA até o momento em que teve o singular mau gosto de retirar-se de cena.
Serviu a seus leitores elegância e verdade e, ao fazê-lo, injetou mais honra no setor jornalístico norte-americano do que fez qualquer outra pessoa em nossos tempos.

Murray sabia escrever (e falar) com o vigor contundente de um pregador sulista, mas seu cavalheirismo e charme muitas vezes faziam seus alvos abrirem seus corações e suas portas para ele.
Democrata convicto, mantinha surpreendentes relações “passavelmente amigáveis” com figuras tão inesperadas quanto Richard Nixon e Nancy Reagan. O hiperconservador escritor e editor William Buckley era seu amigo íntimo.
Nenhum jornalista político da grande imprensa podia se comparar a Kempton em termos de posição literária, e apenas alguns poucos se aproximaram de seu nível de erudição polivalente. Um dos que o fazia, H.L. Mencken, do “The Baltimore Sun”, foi seu primeiro chefe. Kempton foi mensageiro na redação do jornal desse iconoclasta jornalístico terrivelmente mal-humorado.
Kempton era um liberal ao estilo antigo. Sua vida era dedicada aos oprimidos, vítimas da injustiça social. Defendia os marginalizados pela sociedade, incluindo o ex-presidente Richard Nixon e o homem que, certa noite, tentou assaltá-lo numa rua escura da cidade.

(Fonte: http://www.caras.uol.com.br – 1° de abril de 2009 – EDIÇÃO 804 – Citações)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1997/5/22/ilustrada/28 – Folha de S.Paulo/ Ilustrada/ DAVID DREW ZINGG – Tradução de Clara Allain – FOLHA DE S.PAULO – ILUSTRADA – 22 de maio de 1997)

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