A bailarina foi musa de Balanchine
Grande nome do bailado dos Estados Unidos, Tallchief está para os EUA como Margot Fonteyn para Inglaterra

Bailarina Maria Tallchief. (Foto sem data. AP/ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS)
Maria Tallchief, estrela do balé, musa de Balanchine
Maria Tallchief (nasceu em Fairfax, Oklahoma, em 24 de janeiro de 1925 – faleceu em Chicago, em 11 de abril de 2013), foi lendária bailarina do New York City Ballet, que foi mulher e musa do coreógrafo George Balanchine.
A bailarina americana de origem índia Maria Tallchief, estrela do New York City Ballet e que foi mulher de George Balanchine, foi o grande nome do ballet dos Estados Unidos, do mesmo modo que Margot Fonteyn (1919-1991) o foi em Inglaterra e Galina Ulanova na União Soviética.
Com origem indígena de Oklahoma (sul dos EUA) por parte de pai e irlando-escocesa por parte de mãe, Maria Tallchief, cujo verdadeiro nome era Elizabeth Marie Tall Chief, foi a primeira ameríndia a ser escolhida como bailarina-estrela de uma grande companhia.
Maria Tallchief nasceu a 24 de janeiro de 1925 no seio da tribo Osage, em Fairfax, Oklahoma, filha de pai índio nativo americano e mãe de origem irlando-escocesa. Começou a estudar bailado desde cedo, com a sua irmã Marjorie. E continuou a fazê-lo quando, aos oito anos, se mudou com a família para Los Angeles. Aqui teve como mestres, entre outros, a irmã do famoso Vaslav Nijinsky (1889-1950), Bronislava. Aos 17 anos, Maria Tallchief atravessa pela primeira vez o Atlântico, para ingressar no Ballet Russo de Monte-Carlo, onde depressa se tornou uma das principais solistas da companhia.
O encontro com George Balanchine aconteceu nessa altura e em 1946 Tallchief casa-se mesmo com o grande coreógrafo russo, mais velho que ela 21 anos. Acompanha-o, no ano seguinte, no ingresso na Ópera de Paris, mas logo em 1948 regressa com ele aos Estados Unidos, onde ambos se dedicam à fundação do New York City Ballet.
Ela começou a carreira aos 17 anos, no Ballet Russo de Montecarlo, em 1942, e rapidamente se tornou uma das principais solistas. Nessa época, conheceu George Balanchine (1904-1983), 21 anos mais velho, com quem se casou em 1946. Depois, foi convidada para integrar a Ópera de Paris, junto com ele, em 1947. O casal retornou para os EUA no ano seguinte, e Balanchine voltou a se dedicar ao New York City Ballet.
Maria Tallchief logo ganhou fama internacional, após sua atuação no balé “O Pássaro de Fogo”, de Igor Stravinsky, e outros papéis criados por Balanchine. O casal se divorciou em 1950.
Maria Tallchief permaneceu no New York City Ballet até 1965, mas também atuou em outras companhias, como o American Ballet Theatre (1949), o Ballet Russo de Montecarlo (1954), ou o Ballet da Ópera de Hamburgo (1965).
Maria Tallchief torna-se a protagonista de Pássaro de Fogo, de Stravinsky, a rainha de O Lago dos Cisnes e a fada de O Quebra-Nozes, ambos de Tchaikovsky, a Eurídice de Orfeu, sempre sob a direção do seu marido – de quem viria a divorciar-se em 1950.
Apesar da separação, Maria Tallchief manteve-se no New York City Ballet até meados da década de 1960, tendo paralelamente trabalhado como bailarina convidada em companhias como o American Ballet Theatre, de novo o Ballet Russo de Monte Carlo, ou o Ballet da Ópera de Hamburgo, em 1965, ano em que decidiu abandonar os palcos. Mas isso não significou o abandono do mundo do bailado. Em 1981, Maria Tallchief fundou, com a sua irmã Marjorie, o Chicago City Ballet, que dirigiu durante seis anos.

Maria Tallchief, perfeição de ponta. Janeiro de 1961. (Foto: Chicago Tribune / TODOS OS DIREITOS RESERVADOS)
Em 1981, ela e sua irmã, Marjorie, também bailarina, fundaram o Chicago City Ballet, do qual foi diretora artística por seis anos.
Sobre a carreira de Maria Tallchief, o bailarino e coreógrafo americano Jacques d’Amboise, em declarações ao The New York Times, comparou-a aos nomes das grandes estrelas Margot Fonteyn e Galina Ulanova. “Quando pensamos no ballet russo, ele é Ulanova; no ballet britânico, é Fonteyn; no ballet americano, é Tallchief. Ela foi grande entre as maiores.”
Maria Tallchief faleceu em 11 de abril de 2013, em Chicago, aos 88 anos.
No momento do anúncio da morte de Maria Tallchief, a sua filha, a poeta Elise Paschen, declarou, em comunicado citado pela AFP: “A minha mãe era uma lenda do ballet, e tinha orgulho na sua origem índia. O seu dinamismo iluminava a cena. A sua paixão, o seu comprometimento com a sua arte e a sua devoção à família vão-me fazer muita falta. Ela colocou a barreira muito alta, procurava sempre a excelência em tudo o que fazia”.
(Fonte: http://diversao.terra.com.br/arte-e-cultura – DIVERSÃO – ARTE E CULTURA – 13 de abril de 2013)
(Fonte: https://www.publico.pt/2013/04/13/culturaipsilon/noticia – CULTURA ÍPSILON – DANÇA / SÉRGIO C. ANDRADE – 13 de Abril de 2013)
- Maria Tallchief, musa de Balanchine, em foto de outubro de 1994. (Foto: Monika Graff/AP)