Luis María Argaña, vice-presidente do Paraguai, um dos últimos caudilhos paraguaios

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Luis María del Corazón de Jesús Dionisio Argaña Ferraro (Assunção, Paraguai, 3 de outubro de 1932 – Assunção, 23 de março de 1999)vice-presidente do Paraguai, um dos últimos caudilhos paraguaios.

Ele era adversário político do presidente Raúl Cubas Grau e do general da reserva Lino César Oviedo, homem forte do país. 

O crime aprofundando a crise política paraguaia.

O atentado ocorreu por volta das 8h locais (9h, em Brasília) a cerca de 10 minutos do centro da capital.

Argaña, que era presidente do Partido Colorado, o mesmo de Cubas, recebeu pelo menos dez tiros. Seu guarda-costas também morreu, e o motorista ficou ferido.

Os assassinos -que seriam três, vestidos com roupas militares- lançaram uma granada contra o carro, mas o artefato não explodiu.

Logo após o atentado, o presidente Cubas leu, da escada principal do palácio, uma declaração, na qual afirmou que não pretendia renunciar, apesar das exigências de políticos aliados a Argaña.

Ele anunciou também uma operação conjunta entre a polícia e os militares para prender os autores. “Castigaremos os responsáveis, sejam quem forem”, afirmou.

“Não podemos dizer que foram militares somente porque vestiam uniforme militar. Camisas e calças camufladas podem ser compradas em qualquer loja de caça e pesca”, disse.

O presidente disse que, há cerca de quatro meses, havia oferecido um esquema de segurança a Argaña, que teria recusado.

A notícia levou ao fechamento do comércio em Assunção e à interrupção do transporte público.

Serviços de comunicação e energia elétrica foram interrompidos por alguns minutos, sem explicações oficiais.

Em 6 de abril próximo, a Câmara dos Deputados deverá decidir se dá início a um processo de impeachment contra Cubas.

Ele é acusado de desobedecer a uma decisão da Corte Suprema, que ordenou a prisão do general Lino Oviedo, principal aliado político de Cubas.

Oviedo foi condenado em 98 a dez anos de prisão por uma tentativa de golpe contra o ex-presidente Juan Carlos Wasmosy, em 96.

Cubas, candidato a vice em sua chapa, assumiu a candidatura colorada, venceu as eleições e, ao assumir o poder em agosto de 98, libertou o aliado.

O indulto foi anulado pela Corte Suprema, mas Cubas desconheceu a nova ordem de prisão e, por isso, pode sofrer impeachment.

O atentado de ontem tem grande significado porque, se Cubas fosse afastado, Argaña seria o novo presidente do Paraguai.

“Exigimos a renúncia de Cubas. Ele e seu amigo criminoso Lino Oviedo são os responsáveis”, disse o senador Juan Carlos Galaverno, próximo a Argaña.

Outro político “argañista”, Icho Planás, disse que o assassinato não ficará impune: “Isso não ficará assim. Vai correr muito sangue”. Sem apresentar provas, disse que o assassinos poderiam ser originários do Brasil e teriam sido contratados para o atentado.

Luis María Argaña 66, foi assassinado em 23 de março de 1999, em Assunção (capital). 

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo – FOLHA DE S.PAULO – MUNDO / das agências internacionais – 24 de março de 1999)

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Entregou-se
O ex-presidente paraguaio Raúl Cubas, de 57 anos, entregou-se, em 22 de fevereiro de 2002, em Assunção, no Paraguai, à Justiça de seu país.

Cubas, que estava exilado no Brasil desde março de 1999, é acusado de envolvimento no assassinato de seu vice-presidente, Luis María Argaña, e de outras sete pessoas.

Ele deve responder a processo por homicídio, lesões graves, associação criminosa e outros delitos de natureza econômica.

(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/135/aconteceu – Edição 135 – ACONTECEU / por Mariana Kalil – 04/03/2002)

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