Leny Andrade, foi um dos grandes nomes do jazz brasileiro e bossa nova, dividiu o palco e gravou álbuns com artistas como Paquito D’Rivera, Luiz Eça, Dick Farney, João Donato, Eumir Deodato e Francis Hime

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Leny Andrade, a diva do Jazz Brasileiro

 

Leny Andrade (nasceu no Rio de Janeiro, no dia 26 de janeiro de 1943 – faleceu em 24 de julho na zona oeste do Rio de Janeiro), conhecida por ser a diva do Jazz no Brasil, era um dos grandes nomes da bossa nova e do jazz,

 

Vida e carreira de Leny Andrade

Leny Andrade nasceu no Rio de Janeiro, no dia 26 de janeiro de 1943. Ela aprendeu a tocar piano com sua mãe e a música esteve presente em sua vida desde muito cedo.

Aos 9 anos, ela cantou Risque, de Ary Barroso, no programa Clube do Guri.

Aos 15 anos, ela começou a se apresentar profissionalmente – a estreia foi como crooner da orquestra de Permínio Gonçalves.

Ela participou de programas de calouros em rádio e cantou na noite (no Bacará e no Bottle’s Bar – com Sérgio Mendes e Trio -, entre outros locais). Seu seu primeiro LP, A Sensação, foi lançado em 1961. E o sucesso veio em 1965, com o espetáculo Gemini V, com Pery Ribeiro e o Bossa Três. O show foi no Porão 73, onde também foi gravado um disco ao vivo. Outros dois discos do show seriam gravados depois – um deles, no México.

A aproximação com a bossa nova ajudou na construção de sua fama internacional. Ela foi convidada a se apresentar no La Noche Club, que pertencia a Astor Piazzolla, em Buenos Aires, entre outros palcos.

A cantora, que estudou no Conservatório Brasileiro de Música, morou no México por cinco anos, onde se tornou popular, nos Estados Unidos e em países europeus.

Entre seus maiores sucessos estão Batida diferente e Estamos aí. Também foi presença constante no Beco das Garrafas, reduto da bossa nova no Rio de Janeiro na primeira metade da década de 1960, onde se apresentavam, entre outros, nomes como Elis Regina, Lennie Dale, Jorge Ben Jor e Wilson Simonal.

Ao longo de sua carreira, Leny lançou 34 discos, ganhou o Grammy Latino em 2007 e dividiu o palco e gravou álbuns com artistas como Paquito D’Rivera, Luiz Eça, Dick Farney, João Donato, Eumir Deodato e Francis Hime.

Um de seus álbuns de destaque é o que gravou ao lado do pianista e arranjador Cesar Camargo Mariano. Nós foi lançado em 1993 e tinha músicas como Da Cor do PecadoTriste e A Ilha.

Leny gravava discos com frequência, alguns temáticos, como os que dedicou às composições de Altay Velloso (2002), Ivan Lins e Vitor Martins (2015) e Roberto Carlos (2018).

Em 2008, Leny Andrade se apresentou no Village Vanguard, em Nova York, e recebeu comentários elogiosos de Stephen Holden, crítico do New York Times. Ele destacou sua capacidade de improviso e disse que a cantora era um misto de Sarah Vaughan e Ella Fitzgerald da bossa nova.

No começo 2019, já com a saúde debilitada, Leny se mudou para o Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro onde recebida a atenção de dois cuidadores. A partir daí, fez apresentações esporádicas. Solteira, Leny não teve filhos.

No mesmo ano, artistas como João Donato, Joyce Moreno, Ivan Lins, Marcos Valle, Carlos Lyra e Gilson Peranzetta fizeram um show no Blue Note do Rio de Janeiro com renda revertida para Leny.

Sua última gravação, o single Por Causa de Você, canção de Tom Jobim e Dolores Duran, foi lançada no começo de 2023. A música fazia parte de um novo álbum que Leny gravaria na companhia do pianista Gilson Peranzetta, mas a cantora não teve condições de saúde de levar o projeto adiante.

Carreira de Leny Andrade

Filha de Dona Ruth, Leny Andrade aprendeu seus primeiros passos como pianista clássica aos 6 anos. Tempos depois, ganhou bolsa no Conservatório de Música e, com apenas 9 anos, foi levada pelo pai, o médico Gustavo da Silva, para uma apresentação no “Clube do Guri”, da Rádio Tupi. Na adolescência, passou a cantar em clubes, incluindo as boates do Beco das Garrafas, em Copacabana, onde surgiram a bossa nova e o samba-jazz.

Em 1958, tornou-se crooner da orquestra de Permínio Gonçalves, mas cerca de três anos depois já estava estabelecida na carreira solo com seu primeiro LP, “A Sensação”, quando iniciou sua trajetória como porta-voz da ala do jazz da bossa nova. Afastando-se do estilo da maioria das cantoras do rádio, que privilegiavam voz potente, ela se destacou pelo suingue e o scat (emitir sons em vez de palavras), técnicas que aprimorou como cantora da noite.

O estouro veio com “Estamos Aí”, um de seus principais discos, lançado em 1965. Na época, fez uma turnê no México com Peri Ribeiro, e só voltou após seis anos, apaixonando-se pelo país. Neste período, o Brasil viveu seu apogeu no México, com a conquista do tricampeonato de Futebol na Copa do Mundo de 1970. E Leny teve participação especial na comemoração, envolvendo-se com o artilheiro Jairzinho.

Ela teve poucos amores duradouros, como o compositor Claudionor Nascimento, de quem gravou três músicas, e só se casou uma vez, com o escultor espanhol Carmelo Senna, num casamento de apenas dois anos, entre 1980 e 1982. Mas se orgulhava de ter uma vida amorosa animada.

Seus shows eram ainda mais animados, o que a tornou figura cultuada no exterior. Entre os anos 1980 e 1990, época do clássico “Luz Neon”, cativou até Tony Bennett – que costumava desenhá-la enquanto ela cantava – e Liza Minnelli.

Ao todo, a cantora gravou 34 álbuns na carreira, em parceria com instrumentistas de renome, como Cristóvão Bastos, Romero Lubambo e César Camargo Mariano, com quem ela dividiu um Grammy Latino em 2007.

Em 2018, a cantora celebrou seus 60 anos de carreira com apresentações no projeto “Clube do Choro Convida”, acompanhada pelo violinista Luiz Meira, ocasião em que relembrou suas músicas mais marcantes como “Estamos aí”, “Rio”, “Céu e Mar”, “Influência do Jazz” e “Contigo Aprendi”.

A artista se mudou para o Retiro dos Artistas em janeiro do ano seguinte, pois estava com a saúde fragilizada, sofria perda de memória recente e não tinha filhos. A pandemia agravou seu quadro e ela chegou a pesar 45 quilos.

Em novembro de 2019, ela fez sua última aparição no programa “Conversa com Bial”, rebateu sua fama de rigorosa e ainda levou Pedro Bial às lágrimas ao interpretar “Por Causa de Você”.

Mesmo debilitada, ainda gravou aquela canção em agosto de 2022, acompanhada pelo pianista e parceiro de mais de três décadas Gilson Peranzzetta. “Por Causa de Você”, sua última gravação, foi lançada pela Mills Records em janeiro de 2023, quando ela celebrou seus 80 anos.

Leny Andrade faleceu na manhã da segunda-feira (24/7) na zona oeste do Rio de Janeiro. A cantora de 80 anos estava internada no Hospital das Clínicas de Jacarepaguá com pneumonia e teve sua morte confirmada pela assessoria do Retiro dos Artistas, onde ela vivia desde 2019.

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/musica/noticias – Pipoca Moderna/ MÚSICA/ NOTÍCIAS/ História por Giovanna Camiotto – 25/07/23)

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/musica/noticias – Estadão Conteúdo/ MÚSICA/ NOTÍCIAS/ História por Redação – 25/07/23)

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