Lançou um dos primeiros filmes americanos a falar abertamente sobre homossexualidade

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William Friedkin, diretor de ‘O Exorcista’ e ‘Operação França’

(Crédito de imagem: Cortesia © Copyright de Michael Tercha/Chicago Tribune/Tribune News Service via Getty Images)

© Fornecido por IGN Brasil

William Friedkin (nasceu em Chicago em 1935 – faleceu em 7 de agosto de 2023, em Los Angeles), cineasta que marcou o cenário do terror no cinema mundial e ficou conhecido pela direção do clássico do terror “O Exorcista” (1974), e vencedor de um Oscar pelo thriller policial “Operação França” (1972).

A carreira de Friedkin foi marcada por thrillers e suspenses, gêneros nos quais se especializou. Formado em jornalismo, o diretor também tinha uma ampla experiência com documentários.

Friedkin nasceu em Chicago em 1935 e começou a construir sua carreira de diretor com shows e documentários aos 18 anos. Um de seus primeiros documentários, The People vs. Paul Crump, chamou a atenção de agentes e outros cineastas, ajudando-o a conseguir um trabalho trabalhando em um dos últimos episódios de The Alfred Hitchcock Hour em 1965.

De forma infame, Hitchcock o advertiu por não usar gravata no programa, mas Friedkin riu por último quando, ao ganhar um prêmio do Directors Guild of America por Operação França (The French Connection) anos depois, ele passou por Hitchcock e perguntou: “Você gostou da gravata, Hitch?”

O primeiro longa-metragem narrativo de Friedkin veio em 1965 com Good Times, estrelado por Sonny e Cher, seguido por The Birthday Party, The Night They Raided Minsky’s e a adaptação de The Boys in the Band.

Mas ele realmente ganhou aclamação da crítica em 1971 com o agora clássico thriller neo-noir Operação França, considerado por muitos como um dos filmes mais influentes de todos os tempos. O filme rendeu 5 Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor.

Seu próximo sucesso que mudou a indústria veio apenas alguns anos depois com O Exorcista em 1973, que mudou para sempre o gênero de terror. Dando a Friedkin mais Oscars e outra indicação de Melhor Filme, e solidificou o lugar do diretor no movimento “New Hollywood”, que viu uma nova geração de cineastas ganhar destaque.

Friedkin foi um dos nomes mais influentes do cinema americano nos anos 1970, parte de uma geração de cineastas que desafiou as convenções da indústria com obras autorais e com frequência provocativas. Ele chegou a formar, ao lado de Francis Ford Coppola e Peter Bogdanovich, a associação The Directors Company, que dava total liberdade criativa para diretores, embora a iniciativa logo tenha se dissolvido.

Tal revolução foi impulsionada por “O Exorcista”, sua magnum opus, de 1973. O longa venceu a resistência das grandes premiações aos filmes de gênero e conquistou dez indicações ao Oscar, incluindo melhor filme e direção. Venceu duas estatuetas, de roteiro adaptado e som. Em 2023, ao completar 50 anos, continua influenciando tramas sobre possessão demoníaca em Hollywood.

Friedkin tem no currículo uma única vitória no Oscar, de melhor direção, por “Operação França”. Lançado dois anos antes, em 1971, o longa policial estrelado por Gene Hackman e Roy Scheider acompanhava uma dupla que investiga um grupo de traficantes de drogas. “Operação França” venceu cinco estatuetas do Oscar, incluindo melhor filme.

Sua terceira grande obra, lançada em 1970, foi “Os Rapazes da Banda”, que desafiou o status quo como um dos primeiros filmes americanos a falar abertamente sobre homossexualidade. Baseado na peça pioneira por seu retrato franco e naturalizado da vida gay em Nova York, antes mesmo de Stonewall, o filme ganhou uma refilmagem há três anos, pela Netflix.

Friedkin, que era heterossexual, não se envolveu na nova versão, desta vez capitaneada por diretor, produtores e atores gays, mas se encontrou com a equipe para narrar os desafios de levar a obra às telas numa época muito mais conservadora e hostil ao universo LGBTQIA+.

Ele voltaria à temática queer uma década depois, em “Parceiros da Noite”, embora este tenha envelhecido mal, e é hoje criticado por muitos pelo retrato estereotipado da homossexualidade, com sua trama sobre um policial, vivido por Al Pacino, que entra no submundo gay de Nova York em busca de um serial killer.

Apesar de ter colecionado três obras-primas nos anos 1970, Friedkin não conseguiu manter a relevância na máquina de Hollywood, e seguiu fazendo filmes menores e menos aplaudidos pela crítica depois do policial “Viver e Morrer em Los Angeles”, de 1985.

No ano seguinte, fez “Rampage”, um longa que acompanha um serial killer que não acredita ter feito mal. Mas, como o próprio diretor apontou, este era um filme em defesa da pena de morte. Sem grandes estrelas no elenco, nunca foi corretamente lançado em DVD ou chegou aos streamings.

Seguiria nos anos 1990 e 2000 alternando entre o gênero fantástico e sobrenatural, com “A Árvore da Maldição” e “Possuídos”, e suspenses e policiais, como o remake para TV de “12 Homens e uma Sentença”, “Jade” e “Caçado” – este último de 2003, com Tomie Lee Jones e Benicio Del Toro, considerado seu último trabalho mais sólido.

Friedkin foi elogiado ao longo de sua carreira por incorporar um estilo de filmagem corajoso, assombroso e mais independente aos filmes de grande sucesso, o que ajudou filmes como Operação França e O Exorcista a obter sucesso comercial e crítico duradouro.

Ele dirigiu muitos filmes depois de O Exorcista, incluindo O Comboio do Medo, de 1977, embora tenha sido ofuscado principalmente pelo sucesso de Star Wars, lançado apenas uma semana antes. Nos anos 80 e 90, ele também lançou Parceiros da Noite, estrelado por Al Pacino, Uma Tacada da Pesada, Síndrome do Mal, A Árvore da Maldição, Jade e Viver e Morrer em Los Angeles, o último dos quais continua sendo um dos favoritos da crítica.

O último filme de Friedkin, The Caine Mutiny Court-Martial, estreou no Festival de Cinema de Veneza de 2023.

William Friedkin faleceu na segunda-feira (7), aos 87 anos, em Los Angeles. A informação foi confirmada por sua mulher, a produtora Sherry Lansing.

(Crédito autoral: https://www.msn.com/pt-br/cinema/noticias – Folha de S.Paulo/ CINEMA/ NOTÍCIAS/ por (FOLHAPRESS) SÃO PAULO, SP  – 07/08/2023)

(Crédito autoral: https://www.msn.com/pt-br/cinema/noticias – IGN Brasil/ CINEMA/ NOTÍCIAS/ por História por João Paes, Alex Stedman – 07/08/2023)

**Traduzido por João Paes

(Crédito autoral: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Estadão Conteúdo/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ por História por Sabrina Legramandi – 07/08/2023)

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

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