Kenneth Waltz, foi um dos mais importantes teóricos das relações internacionais do pós-guerra, suas teorias foram utilizadas para iluminar os conflitos e problemas políticos do mundo contemporâneo, além de balizar as estratégias de política externa de diversos países

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Americano se consagrou como pensador de destaque no cenário político global como o criador de uma das vertentes de maior relevância das relações internacionais

 

 

Kenneth Neal Waltz (nasceu em Ann Arbor, Michigan, em 8 de junho de 1924 – faleceu em 12 de maio de 2013), foi um dos mais importantes teóricos das relações internacionais do pós-guerra.

Kenneth N. Waltz, proeminente pensador das Relações Internacionais, foi um dos grandes nomes das Relações Internacionais, um campo de estudo que remonta os anos 50 após as duas Grandes Guerras e início da Guerra Fria para analisar a forma como os Estados interagem. Os conceitos introduzidos por Waltz inauguraram o neo-realismo ou Realismo Estrutural que considerava os Estados como uma extensão do homem no que se refere a seu comportamento, e a estrutura internacional anárquica como fator independente sobre a conduta dos Estados.

Waltz nasceu em 1924 nos EUA. Serviu ao exército durante a 2° Guerra Mundial e, posteriormente, durante a Guerra da Coreia. Em seguida, passou a lecionar na Universidade de Columbia, onde ficou até 1957 e à qual retornou recentemente, após ter lecionado em diversas universidades americanas.

Seu livro Teoria da Política Internacional (1979), referência no campo das Relações Internacionais, fornece fundamentos teóricos para compreender a polarização do sistema internacional. Waltz considerava que o equilíbrio de poder mantido na Guerra Fria tornava o mundo mais estável. Em seu livro The Spread of Nuclear Weapons: More May be Better (1997), Waltz argumenta que as armas nucleares podem ser instrumentos para paz, uma vez que tornam as guerras tão custosas em um ambiente internacional em que os Estados buscam seus próprios interesses. No artigo Why Iran Should Get the Bomb, publicado na revista Foreign Affairs (July/August 2012), Waltz afirma que a obtenção de armas nucleares pelo Irã estabilizaria a região do Oriente Médio, onde há apenas uma potência nuclear, Israel.

O americano, se consagrou como pensador de destaque no cenário político global ao ser um dos responsáveis pela construção do pensamento neorrealista, uma das vertentes de maior relevância das relações internacionais.

A corrente de pensamento da qual Waltz faz parte tenta explicar e prever conflitos. Para eles, entre outras coisas, os países buscam poder no sistema internacional, que muitas vezes é militar, para garantir sua hegemonia e segurança. Logo, um mundo com apenas uma potência é mais perigoso porque esse país pode impor suas vontades aos outros. Quanto maior o número de potencias, maior o equilíbrio de poder. Esses países analisarão melhor as consequências de um ataque militar se tiverem adversários capazes de infringir danos sérios aos seus territórios e cidadãos.

O neorrealismo defende também que o sistema internacional anárquico e seus atores – os Estados-, podem ser influenciados em sua busca por poder por atores não estatais como agências de desenvolvimento, ONU, ONGs e multicorporações empresariais.

Waltz lecionou na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, onde recebeu um mestrado e doutorado em Ciências Políticas. Também deu aulas na UC-Berkeley e foi professor convidado da Universidade de Harvard e da London School of Economics, na Inglaterra.

Waltz era um defensor da tese de que quanto mais armas nucleares no mundo, maior seria o equilíbrio e a paz global. Ele, inclusive, escreveu recentemente um artigo sobre os benefícios para a estabilidade do Oriente Médio se o Irã obter a tecnologia nuclear na revista de política internacional Foreign Affairs. “Muitas pessoas não gostam de realistas. Realistas encaram o mundo como ele é. A maioria das pessoas querem que o mundo seja melhor e que as pessoas sejam melhores”, disse anos atrás a um jornal da Universidade de Columbia.

Em 1981, no ápice da Guerra Fria e do temor de um confronto nuclear entre as superpotências EUA e União Soviética, ele publicou a monografia The Spread of Nuclear Weapons (A expansão das Armas Nucleares).

A primeira de suas muitas defesas dos efeitos positivos da expansão gradual de armas nucleares. “Países que têm armamentos nucleares coexistem pacificamente, porque sabem que cada um deles podem provocar danos terríveis entre si”, dizia.

Suas teorias foram utilizadas para iluminar os conflitos e problemas políticos do mundo contemporâneo, além de balizar as estratégias de política externa de diversos países.

Waltz também refutava a ideia de que os EUA tinham inimigos substanciais. “Nunca na história moderna um país esteve tão seguro”, disse. “Temos que inventar ameaças. Temos que dramatizar os inimigos para justificar os gastos de defesa.”

Kenneth Waltz deixa um legado que contribuiu não só para o aprofundamento do pensamento teórico das Relações Internacionais, mas também com grandes debates sobre a política externa dos Estados, reforçando o avanço do estudo das Relações Internacionais.

Kenneth Waltz faleceu em 12 de maio de 2013, aos 88 anos.

(Fonte: http://www.cartacapital.com.br/internacional – Internacional – Relações Internacionais – por Redação – 14/05/2013)
(Fonte: http://caeni.com.br – Camila Schipper – Publicado pelo Caeni-USP)

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