José Vieira Couto de Magalhães, o fundador de Várzea Grande

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José Vieira Couto de Magalhães, o fundador de Várzea Grande

Couto de Magalhães criador da cidade de Várzea Grande, mostrando sua história e os caminhos percorridos para chegar em Mato Grosso, participando diretamente no nascimento do município, considerada uma das maiores cidades do Estado.

Escritor mineiro, folclorista, José Vieira Couto de Magalhães nasceu em Diamantina, Minas Gerais, no dia primeiro de novembro de 1837, e faleceu no Rio de Janeiro no dia 14 de setembro de 1898. Seus restos mortais estão sepultados no Cemitério da Consolação, em São Paulo.

Filho do capitão Antonio Carlos Magalhães e Tereza Antonia do Prado Vieira Couto, cursou o Seminário de Mariana e a Faculdade de Direito de São Paulo. Exerceu o cargo de Secretário do Governo de Minas Gerais entre 1860 e 1861. Foi Presidente das Províncias de Goiás Pará, Mato Grosso e São Paulo. Ao irromper a Guerra do Paraguai, foi designado à Presidência de Mato Grosso; impediu que da Bolívia viessem reforços para o Paraguai.

Tendo os Paraguaios invadido Mato Grosso, foram derrotados por Couto Magalhães em Alegre e Corumbá. É o iniciador dos estudos folclóricos no Brasil. Ao ser proclamada a República no Brasil, preferiu permanecer no seu regime antigo, e afastou-se da política. No seu desempenho como presidente do Mato Grosso, na ocasião da Guerra do Paraguai, foi homenageado com o título de Brigadeiro Honorário do Exército. Suas obras como escritor são: “Anchieta e as Línguas Indígenas”, “Viagens ao Araguaia”, “Os Guaianases ou a Fundação de São Paulo”, “Revolta de Felipe dos Santos em 1720” e o “Selvagem”, obra escrita a pedido de D. Pedro II para figurar na Exposição de Filadélfia em 1876. Seu nome era: José Vieira Couto de Magalhães.

Presidente: Estava-se no liminar de 1863. Alguém bate à porta do velho solar do boêmio de Ouro Preto, em Catalão. Bernardo deixa o pinho, que dedilhava varrendo as mágoas, e vai abrir a porta. O visitante é o general José Vieira Couto de Magalhães, outro mineiro, este de Diamantina. Couto de Magalhães por ali passava a caminho da capital goiana, onde, então, assumiria a presidência daquela província central, em substituição a João Bonifácio Gomes de Siqueira. Profundo admirador que era do poeta com provinciano, pretendeu hospedar-se em casa do boêmio — coisa de todo impossível, pois o escritor, que dormia numa velha rede, não dispunha de outra mobília além de um tamborete e uma pequena mesa. Não havia cama na casa, não podendo oferecer ao digno e ilustre Presidente a menor e mais modesta acomodação.

O hóspede, que chegava de estafante viagem, pediu logo água para saciar sua grande sede. Contam biógrafos e cronistas que Bernardo, depois de muito demorar-se no interior da casa, serviu a água ao eminente visitante num velhíssimo bule sem bico nem asa, enferrujada e já de cor indefinida, com o orifício, do qual saíra o bico, tapado com uma bolota de cera, amassada a dedos.

Couto de Magalhães resolveu hospedar-se em casa do Coronel Paranhos, que, desde muito, se havia preparado para esse fim. Esse episódio teve a confirmação do provecto general.

Poliglota: Saindo de Minas e foi complementar seus estudos em São Paulo, matriculando-se na Academia de Direito enquanto lecionava filosofia no Mosteiro de São Bento, onde teve como aluno, Prudente de Morais. Escritor poliglota escreveu vários livros e homem de grande valor, exerceu, antes dos 31 anos, importantes cargos no império como as presidências das províncias de Goiás, Pará e Mato Grosso. Foi herói na Guerra do Paraguai, durante a qual, como presidente do Mato Grosso, reconquistou Corumbá. O governo ofereceu-lhe, por sua bravura, o título de Barão de Corumbá, que recusou para aceitar, orgulhoso, o de General Brigadeiro. Foi pioneiro na navegação dos rios Araguaia e Tocantins, tendo sido capaz de desmontar um vapor no rio Paraguai e transportá-lo pelo sertão, abrindo estradas e construindo pontes, até o Araguaia. Amigo e estudioso da cultura indígena conheceu e contribuiu para a catequização de dezenas de tribos, de várias nações.

Monarquista, fiel, governava São Paulo quando foi proclamada a república. Os primeiros emissários do novo governo não o convenceram a entregar o cargo. Dias depois, porém, seu ex-aluno, Prudente de Morais, o substituía.

Prisão: Em 1893 o governo de Floriano Peixoto mandou prendê-lo por ter doado parte de sua fortuna para a fundação de um hospital destinado aos revoltosos da armada e do Rio Grande do Sul. Na prisão, sua saúde se debilitou e lhe foi facultado ir para a Europa, para tratamento. Volta aos 61 anos e falece aos 14 de setembro de 1898. Seus despojos descansam no cemitério da Consolação, em São Paulo.

Nasceu em Diamantina em novembro de 1837. Acredita-se que por volta dos 10 anos tenha ido estudar no Seminário do Caraça ou no de Mariana.Mais tarde foi para São Paulo e estudou na Academia de Direito enquanto lecionava Filosofia no Mosteiro de São Bento, onde teve como aluno Prudente de Morais.

Secretário: Em 1860 ocupou o cargo de Secretário do Governo de Minas, tendo, a partir de então, uma vida de intensas atividades, incluindo a participação na Guerra do Paraguai.

Após a Guerra do Paraguai, na qual participou da batalha de reconquista de Corumbá dos paraguaios, ganhou do governo imperial o título de Barão de Corumbá. Mas o recusou, preferindo o de General Brigadeiro.

Antes dos 31 anos já havia ocupado cargos de presidente das Províncias de Goiás, Pará e Mato Grosso. A partir de então, se interessa pela região e faz uma fantástica viagem de circunavegação, subindo o Tocantins e navegando a leste do Araguaia.

Com uma visão empreendedora, obteve do governo uma concessão para uma organizar uma empresa de navegação para o Rio Araguaia. Em uma arrojada iniciativa, desmontou um vapor do rio Paraguai e, abrindo estradas e fazendo pontes, o transportaram em 14 carros de bois por um percurso de 600 quilômetros . Em uma pedra às margens do Rio Araguaia foi inscrito em tupi: “sob os auspícios do Sr. D.Pedro II passou um vapor da bacia do Prata e do Amazonas e veio chamar à civilização e ao comércio os sertões do Araguaia com mais de 20 tribos, no ano de 1879.” Depois, adquiriu mais dois vapores: o Colombo e o Mineiro.

“Louco e visionário”, assim era tratado pela imprensa da época, que lhe vazia as mais virulentas críticas.

Quando foi proclamada a República, ocupava o cargo de Presidente da Província de São Paulo. Nessa época, a saúde mental estava abalada e viaja para a Europa em busca de tratamento.

Em 1893 já havia retornado ao Brasil. Por ter doado parte de sua fortuna para a fundação de um hospital de sangue para os revoltosos da Armada e do Rio Grande do Sul foi, então, preso. Como seu estado de saúde não era bom, Floriano Peixoto permitiu que Couto Magalhães retornasse à Europa.

Volta mais uma vez ao Brasil, vindo a falecer em 14 de setembro de 1898. A companhia de navegação encerra suas atividades em 1900 e o patrimônio é colocado em hasta pública, mas nunca encontrou um comprador. Os 3 vapores ficaram abandonados no Porto Leopoldina e, assim, eles e os sonhos de Couto Magalhães foram corroídos pelo tempo .

Couto Magalhães foi uma pessoa de extrema atividade intelectual. Adorava o estudo de línguas estrangeiras e indígenas; estudou física, mecânica e astronomia, inclusive seus instrumentos para experiências científicas acabaram sendo doados ao Instituto Politécnico de São Paulo. Fundou o Clube de Caça e Pesca de São Paulo e organizou a Sociedade Paulista de Imigração.

Fundação: Registra – se na história que a fundação de Várzea Grande, conforme a história aconteceu no dia 15 de maio de 1867. Na ocasião, homem de confiança do imperador Dom Pedro II, José Vieira Couto Magalhães, criou por decreto um acampamento militar que servia de prisão para os paraguaios na margem direita do Rio Cuiabá, de frente com a capital. Era tempo da fatídica Guerra do Paraguai, e na verdade, o que se deu foi a permanência da tropa de veteranos de guerra para cuidar de cidadãos paraguaios que moravam em Cuiabá e cercanias.

Patrono e Poeta: José Vieira Couto Magalhães é Patrono, fazendo parte da história da Academia de Letras, na Cadeira 31 da Academia Tocantinense de Letras, Cadeira 11 da Academia Sul Mato-grossense de Letras, e a Cadeira 19 na Academia Mato- grossense de Letras. Entre suas obras escritas, conforme a história, estão Viagem ao Rio Araguaia ( 1863), O Selvagem ( 1876) e Ensaios de Antropologia ( 1894).

(Fonte: http://www.vgnoticias.com.br/noticia – por Pulula da Silva – VG Notícias – Publicado em :07/05/2012)

Relembrando o Passado: José Vieira Couto de Magalhães, o fundador de Várzea Grande

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