José Tribuzi, poeta e escritor obscuro, economista e jornalista maranhense.

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José Tribuzi Pinheiro Gomes (São Luís do Maranhão, 2 de fevereiro de 1927 – São Luís, 8 de setembro de 1977), que usaria o nome literário de Bandeira Tribuzi, foi poeta e escritor obscuro, economista e jornalista maranhense, que assinava seus versos como Bandeira Tribuzi.

Tribuzi morou e estudou desde a infância em Portugal. Tribuzi era economista e, em 1964 o autor de Safra foi preso, acusado de subversão, e libertado meses depois por insuficiência de provas.

Quando José Sarney tomou posse no governo do Maranhão, em 1966, chamou o amigo para assessorá-lo e o fez diretor de seu jornal O Estado do Maranhão. Eles se conheceram em São Luís, no final dos anos 40, quando Tribuzi voltou de Portugal.

Tribuzi passou então a frequentar o mundo da política maranhense, convivendo com deputados como Edison Lobão e o governador maranhense, Luiz Rocha. Ele se tornou mais conhecido no Estado por ter sido um polemista infatigável do que pelas virtudes de poeta.

Sua obra, apesar de um tanto rebarbativa e hiperbólica, foi elogiada por Ferreira Gullar e Jorge Amado, que foram a São Luís, em 1977, para comemorar o quinquagésimo aniversário do poeta. Meses depois, Tribuzi morreu de um ataque cardíaco, em São Luís, a 8 de setembro de 1977.

Seus inimigos dizem que o enfarte foi provocado pelas fortes emoções que o poeta viveu ao assistir a uma partida de futebol.

Os amigos sustentam que as emoções foram causadas por seu indiciamento num inquérito criminal, graças a suas atividades jornalísticas.

Em 1981, o governador maranhense João Castelo, seguindo um conselho de Sarney, resolveu homenagear o nome de Bandeira Tribuzi a uma ponte de São Luís. O presidente João Figueiredo foi convidado para a inauguração da ponte, mas o Serviço Nacional de Informações o aconselhou a driblar a solenidade, sob a alegação de que Tribuzi fora comunista. Figueiredo realmente não compareceu à inauguração.

Em setembro de 1985, no início de seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, o nome de Tribuzi chegou às Nações Unidas, Sarney encontrou uma fórmula para citar seu nome, chamando-o de “o maior poeta de minha terra.”

Com essa escolha, Sarney jogou para segundo plano o romântico Gonçalves Dias (1823-1911) e o parnasiano Raimundo Correia (1860-1911). Os dois figuram nas antologias poéticas nacionais, enquanto Tribuzi é praticamente um anônimo para o resto do país.

(Fonte: Veja, 2 de outubro de 1985 – CULTURA – Edição 891 – Pág; 130)

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