José Carlos Bornancini, ícone do design industrial brasileiro

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José Bornancini, o design e o pratinho

 

 

Ícone do design industrial brasileiro

 

Os designers José Carlos Bornancini (à esq.) e Nelson Petzold (à dir.), que também criaram as garrafas térmicas Magic Pump (Foto: Divulgação)

 

 

José Carlos Mário Bornancini (Caxias do Sul, 1923 – Porto Alegre, 24 de janeiro de 2008), foi um dos mais representativos nomes do design nacional

 

 

Em uma época em que pouco ou nada se falava sobre design, esse ícone do design gaúcho, junto com seu sócio Nelson Ivan Petzold, impulsionava a economia local com uma infinidade de projetos para a indústria brasileira.

 

 

Mais do que inúmeros sucessos de venda, os projetos de Bornancini significaram avanços notáveis em pesquisa e desenvolvimento, estratégia e, acima de tudo, consideração com os usuários. Sempre atento ao que se estudava em design internacionalmente, Bornancini tinha na pesquisa a sua força. As grandes soluções de seus projetos surgiam da identificação de necessidades não atendidas pelos produtos do mercado nacional em termos de usabilidade e ergonomia aliada à exploração das técnicas industriais disponíveis.

 

 

Com essa postura, projetos como a Tesoura Softy (Mundial), a garrafa térmica Magic Pump (Termolar) e os talheres Comer Brincando (Hercules) caíram nas graças do público. Ainda vemos, nas prateleiras das lojas, muitos desses produtos, que ao longo dos anos, estabeleceram um vínculo emocional com a população.

 

 

Os designers José Carlos Bornancini e Nelson Petzold

Tesoura Softy (Mundial)

 

 

 

O gaúcho José Carlos Bornancini – nascido em 1923, formou-se em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

 

 

Realizou parte expressiva dos seus projetos em parceria com o arquiteto Nelson Ivan Petzold, ao lado de quem desenvolveu mais de 200 produtos em segmentos como as indústrias de móveis, fogões, maquinário agrícola, brinquedos e utensílios domésticos. 

 

 

Os designers José Carlos Bornancini (à esq.) e Nelson Petzold (à dir.), que também criaram as garrafas térmicas Magic Pump (Foto: Divulgação)

 

 

Um dos seus produtos mais conhecidos é o conjunto de talheres Camping, feito para a Hércules, que integra a coleção permanente do MoMA de Nova Iorque desde 1973.

 

 

Gaúcho daqueles gaúchos mais gaúchos de Caxias do Sul, formou-se engenheiro civil em Porto Alegre. “Mas sempre desenhou que era uma beleza”, figuras com ricos detalhes e linhas. Acabou na fábrica de fogão, “inovou e foi um sucesso”.

 

 

E veio o convite para trabalhar na fábrica da Zivi-Hércules. Foi lá que ele desenhou o famoso conjunto de talheres infantis da linha Hércules, que alegraram uma geração inteira de crianças. E onde achou o parceiro de profissão para a vida.

 

 

Em décadas ao lado de Nelson Petzold, criou mais de 200 produtos, de computador a elevador. Assim como os talheres Camping, entre os produtos da loja do Museu de Arte Moderna de Nova York.

 

 

Na casa de Bornancini, as garrafas térmicas, as tesouras, “todas as facas”, têm a assinatura dele. E dele são os prêmios da Bienal Brasileira de Design, o Lasar Segall Museu da Casa Brasileira e o Moinho Santista -o mesmo dado a Oscar Niemeyer.

 

 

Outros destaques são a garrafa térmica R-Evolution (1999), da Termolar, que evita respingos na hora de servir; e a tesoura Softy (1989), que utiliza anéis macios de elastômero para um uso mais confortável.

 

 

Quanta briga não houve entre crianças do Brasil inteiro por aquele conjuntinho de prato, copo e talher de aço riscado com carinhas infantis -fetiche de infância de uma geração no sul do país?

 

Na casa de José Carlos Bornancini, o pai da criação, os dois filhos tinham os seus intocáveis, lá nos anos 1970. Mas os cinco netos não tiveram sorte igual. Os dois conjuntos que sobraram “eram disputados a tapa”.

 

Todos são produtos que já fazem parte da história do design brasileiro.Recebeu prêmios como o Prêmio Lápiz de Plata, de Buenos Aires, em 1985; o Prêmio Bienal Brasileira de Design, de 1990; e o Prêmio Lasar Segall – Museu da Casa Brasileira, de 1996; e outros.

 

Ainda em 2006, recebeu uma homenagem da Apdesign, emprestando seu nome ao prêmio conferido aos vencedores do salão bienal promovido pela associação. Também foi professor titular de universidades como UFRGS, PUC e UFSC.

 

 

Era ainda um “homem muito ativo”, pouco devendo aos tempos em que matava até 20 perdizes por vez -caçava “de passarinho a jacaré”. Mas o coração doía. Tinha 85 anos quando morreu no dia 24 de janeiro, de um infarto fulminante, em Porto Alegre.

 

O Programa Brasileiro do Design, através do DesignBrasil, lamenta a perda e transmite pêsames à família e amigos de José Carlos Bornancini, profissional que deixa um significativo legado para o design nacional e para o país.

(Fonte: http://studiomda.com.br)

(Fonte: http://www.designbrasil.org.br – DESIGN EM PAUTA – 

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano – FOLHA DE S.PAULO – COTIDIANO / Por WILLIAN VIEIRA DA REPORTAGEM LOCAL – São Paulo, 01 de fevereiro de 2008)

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