Jorge Picciani, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)

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Ex-presidente da Alerj

 

Jorge Picciani, ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

 

Picciani foi presidente da Alerj entre 2003 e 2010, voltando ao cargo em 2015. Ele também cumpriu seis mandatos como deputado estadual no Rio de Janeiro.

 

Picciani foi um dos principais líderes do MDB no Rio e tinha como reduto bairros da zona norte que fazem fronteira com a Baixada Fluminense. Somando os dois períodos em que comandou a Alerj, passou cerca dez anos como presidente da Casa.

 

Picciani foi eleito deputado estadual pelo Rio pela primeira vez em 1990 e, desde então, voltou mais cinco vezes. A exceção foi 2010, quando tentou uma vaga no Senado – e não conseguiu. Foi presidente da Alerj de 2003 a 2010 e de 2015 a 2017. Antes de entrar no MDB, o jovem pecuarista era do PDT do ex-governador Leonel Brizola, ao qual estava filiado na primeira vitória eleitoral. Chegou a presidir a Secretaria de Esportes e a Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj).

 

Em novembro de 2017, Picciani e outros caciques da Alerj, como o ex-presidente Paulo Melo (MDB), foram presos no âmbito da operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato no Rio. A investigação mirava o pagamento de propina a deputados no esquema que ficou conhecido como “caixinha da Fetranspor”, referindo-se à federação que une as empresas de transporte no Estado.

 

Os problemas com a Justiça estão relacionados com o ex-governador Sérgio Cabral (MDB), hoje preso e condenado a mais de 300 anos de detenção, que tinha Picciani como um homem-forte na Alerj. Outra operação, a Furna da Onça, atingiu o deputado em novembro de 2018. Ela era uma espécie de continuação da Cadeia Velha e também mirava o pagamento de propina a deputados em troca da aprovação de projetos de interesse do governo emedebista.

 

Em 2019, Picciani foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª região por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa a 21 anos de prisão em regime fechado. Também foi condenado ao pagamento de multa de R$ 11 milhões. Atualmente, cumpria prisão domiciliar.

 

Antes de ser preso, o cacique do MDB desfrutava de enorme importância no jogo político local, sendo um cabo eleitoral importante até para candidatos a presidente. Em 2014, por exemplo, foi o coordenador de Aécio Neves (PSDB) no Rio, mesmo com o MDB compondo a chapa de Dilma Rousseff (PT). O movimento pró-tucano ficou conhecido como “Aezão”.

 

O ex-deputado deixa cinco filhos. Dois deles estão na política. Ex-ministro e deputado federal, Leonardo Picciani comanda hoje o MDB do Rio, enfraquecido após os escândalos de corrupção. Rafael, por sua vez, foi deputado estadual. Já Felipe presidia uma empresa do ramo agropecuário que pertencia à família e também foi preso pela Cadeia Velha. Segundo a investigação, a compra de gado era uma forma de lavagem de dinheiro.

 

Jorge Picciani faleceu em 14 de maio de 2021, aos 66 anos. Ele estava internado no hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or, em São Paulo, onde fazia tratamento de um câncer. O cacique emedebista anunciou ter a doença em 2017, mesmo ano em que foi preso e começou a perder capital político.

O atual presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), ofereceu o Salão Getúlio Vargas para a realização do velório de Picciani, que deve acontecer na noite desta sexta. Será decretado luto de três dias. “A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro lamenta profundamente a morte do ex-deputado e ex-presidente da Casa”, disse, em nota.

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por Caio Sartori e Matheus Lara / fornecido por Microsoft News 

– 14/05/2021)

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