Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, líder da Inconfidência Mineira

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Joaquim José da Silva Xavier (Fazenda do Pombal, 12 de novembro de 1746 – Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792), mártir da Inconfidência Mineira, o Tiradentes, semiletrado, mascate, minerador e médico prático, foi líder da Inconfidência Mineira e primeiro mártir da Independência do Brasil.

NAS RUAS E PRAÇAS – O alferes, ícone número 1 de várias gerações de brasileiros, que se assustaram com a imagem do seu corpo esquertejado no célebre quadro Tiradentes, de Pedro Américo (1893). No Brasil foi cultuado através de uma imagem que o ostra com barbas, que não tinha, porque os líderes republicanos que o escolheram como herói acharam bom identificá-lo com Jesus Cristo.

Tiradentes, além de designar escolas, é nome de avenidas, praças e ruas no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e São Paulo. Foi vítima preferencial da tirania da coroa portuguesa, na pessoa majestática de dona Maria I, a Louca.

Ele foi julgado, arrastado pelas ruas do Rio de Janeiro, esquartejado e amaldiçoado. Com seu sangue, lavrou-se uma certidão de que fora cumprida a sentença. Metidos em salmoura, seus restos voltaram a Minas Gerais. A cabeça apodreceu dentro de uma gaiola no alto de um poste em Vila Rica. Os outros pedaços ficaram expostos ao longo do Caminho Novo, que ligava Vila Rica ao Rio de Janeiro, como advertência.

Em 8 de setembro de 1994, um descendente da elite que massacrou Tiradentes disse que “Como pessoa ele era um herói, mas é uma pena quando se acusa os portugueses por terem enforcado”, disse ao Jornal da Tarde de São Paulo o duque de Bragança, dom Duarte, que estaria no trono se Portugal ainda fosse monarquia. “Foram portugueses e brasileiros que o enforcaram. Na época era tudo um país só”, afirmou. Melhor ainda, acha que “se poderia discutir o motivo do protesto que surgiu da cobrança de impostos sobre o ouro”.

FERRO NAS ALMAS – Então discuta-se: Joaquim José (1746-1792) não estava lutando só pelo ideal de libertar a pátria. Semiletrado, mascate, minerador e médico prático, queria para Minas Gerais uma universidade, um novo regime para a exploração das minas, a construção de fábricas, a mudança da capital e a abolição da escravatura.

Era uma enormidade. Entre 1710 e 1770, nas contas do senador Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990), mineiro de sete gerações, Minas Gerais produziu uma quantidade de ouro superior a todo o ouro do mundo de então. Os portugueses levaram uma riqueza tão grande que permitiu aos ingleses, que dominavam seu comércio, realizar sua Revolução Industrial.

Minas Gerais aprendia em latim, lia em grego, escrevia sobre filosofia e seu teatro costumava ser em francês. Em 1776, Vila Rica era uma das maiores cidades da América, com 78 000 habitantes (Ouro Preto hoje tem 62 000), e na época da Inconfidência Mineira (1789) cerca de 250 músicos trabalhavam lá. Mas a polícia era mais onipresente do que qualquer esplendor material ou espiritual. Até 1780 não há registro de que tenha vindo de Portugal um engenheiro, um geólogo ou um mineralogista. Vinham tropas. Talvez por isso, desde então Minas tem “90% de ferro nas calçadas e 80% de ferro nas almas”, como notou com secura igualmente férrea o poeta Carlos Drummond de Andrade, mineiro de Itabira.

Tiradentes, de quem se dizia manejar o boticão “com a mais sutil ligeireza, ornando a boca com novos dentes, feitos por ele mesmo, que pareciam naturais”, não sonhava com quimeras. Queria que o ouro saqueado ficasse aqui. Assumiu suas responsabilidades e foi o único entre mais de vinte presos a não receber o perdão régio. Chamavan-no de “mazombo”, tratamento de escárnio que os reinóis davam aos descendentes de portugueses nascidos no Brasil.

(Fonte: Veja, 14 de setembro de 1994 – ANO 27 – N° 37 – Edição 1 357 – HISTÓRIA – Pág: 129)

 

 

 

 

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é enforcado e esquartejado, no Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792.

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 18.087 – 21 ABRIL 2015 – HOJE NA HISTÓRIA – Almanaque Gaúcho/ Por Ricardo Chaves – Pág: 36)

 

 

 

 

Em 21 de abril de 1792, Joaquim José da Silva Xavier, mártir da Inconfidência Mineira, foi enforcado por se rebelar contra o domínio português.

(Fonte: Zero Hora – ANO 54 – N° 19.068 – ALMANAQUE GAÚCHO – Hoje na História / Por Ricardo Chaves – 21 de abril 2018)

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