João Luis Rolla, professor, atleta e coreógrafo, formou sua última turma de bailarinos em 1986.

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João Luis Rolla (Porto Alegre, 25 de junho de 1912 – Porto Alegre, 4 de maio de 1999), importante personagem da dança gaúcha, com mais de 50 anos dedicados a esta prática corporal, foi um dos primeiros a dançar profissionalmente no Rio Grande do Sul.

João L. Rolla, que foi atleta, bailarino, professor de dança, coreógrafo, iniciou sua carreira na Escola de Tony S. Petzhold aprofundando seus conhecimentos em cursos no Rio de Janeiro, em Buenos Aires e em Montevidéu. Em 1951, fundou sua própria Escola de Ballet e deixa a cena para dedicar-se ao ensino da dança e elaboração de coreografias.

O cenário da dança do Rio Grande do Sul deve muito a João Luis Rolla, um dos grandes pioneiros da dança clássica no Estado.

Teve intensa atuação nos palcos – especialmente na década de 1930, com inúmeras apresentações, do balé ao tango – e também nas salas de aula, como professor, entre os anos 1950 e os 1980.

Também atleta e coreógrafo, formou sua última turma de bailarinos em 1986 e morreu em 1999, com problemas respiratórios.
(Fonte: wp.clicrbs.com.br/almanaquegaucho/2012/06/25 – Zero Hora – ANO 49 – Nº 17.063 – Almanaque Gaúcho/ Por Luís Bissigo)

O cidadão João Luiz Rolla, gaúcho de Porto Alegre, nasceu no dia 25 de junho de 1912. Mas Rolla não foi um homem comum. Ele foi o pioneiro da dança no Rio Grande do Sul, brilhou em apresentações no Theatro São Pedro, superlotou o auditório Araújo Viana, criou coreografias de sucesso. O bailarino formou uma geração de professoras no estado.

Último filho de uma família de dez irmãos, primo do jogador Osvaldo Rolla (o Foguinho), ele poderia ter seguido na carreira esportiva. Era atleta do Sport Club Internacional, onde fazia salto em barreira até começar a dançar com Tony Seitz Petzhold. A bailarina conta que Rolla bateu à sua porta, em 1939, querendo aprender a dançar. Mais tarde, foi convidado a participar da montagem de A Bela Adormecida. “Era um aluno aplicado, que assistia a todas as aulas possíveis, de diferentes níveis de dificuldade”, recorda a professora. Uma década depois, era o primeiro homem com escola de balé no Rio Grande do Sul.

Começando timidamente em uma sala alugada no centro de Porto Alegre, a escola de Rolla não tinha barras e por isso as alunas se seguravam no encosto de cadeiras. “A princípio pensei que ia ter uns 20 ou 30 alunos e foram quase 90”, contou. Em quase 50 anos dedicados ao balé, Rolla criou muitas coreografias. O espetáculo mais lembrado é “2001 – Uma Experiência pelas Fronteiras Sem Fim da Dança”, levado aos palcos gaúchos em duas montagens, em 1969 e 1979. “Eu não me baseei no filme, mas na música. Numa apresentação no Araújo Viana vieram 14 mil pessoas, sabe lá o que é isso? Nós marcamos, 14 mil pessoas! Tinha muita gente de pé”, relembrou.

Para muitos, Rolla estava à frente de seu tempo. Em “2001…” forrou todo o teatro de branco, inclusive o palco, antecipando a utilização do linóleo. A advogada Regina Guimarães, que foi aluna do mestre, lembra de Burlesco, de 1957, último espetáculo em que o bailarino atuou, cujo cenário usava madeira, material incomum para a época. Por mais de 20 anos Rolla deu aulas no Auditório Araújo Viana, mas nem toda essa história de dedicação à arte sensibilizou os governantes. Em 1986, sob o pretexto de reformar o auditório (coisa que só ocorreu anos mais tarde), o governo despejou a escola.

Por obediência ou por se considerar “em idade para encerrar a carreira”, Rolla acatou a decisão. Mas hoje se arrepende de ter deixado a dança. Para concluir aquele ano, formou a última turma no Ballet Redenção, na área central de Porto Alegre, e deu algumas aulas esporádicas no Ballet Gutierres.

A partir de então, foi como se a vida de Rolla não tivesse mais sentido. Há quatro anos, sofreu uma isquemia cerebral. Na época, ele ainda morava sozinho. Depois, outras isquemias e um infarto. Como os cuidados tiveram de ser redobrados, o bailarino acabou transferido para uma clínica geriátrica. Sua casa desfeita, seu acervo vendido e parte doado à Esef, onde desde 1996 aguarda um cuidado digno de sua história.

Na clínica, sentado em uma cadeira de rodas, com as pernas debilitadas, ele perguntava quem poderia acreditar que um dia dançou. “Só lendo os jornais da época!” Não é preciso tanto, na verdade: seu nome está gravado na história da dança gaúcha numa placa no Theatro São Pedro. “A João Luiz Rolla, mestre e idealista, pela contribuição ao engrandecimento do ballet, homenagem de seus alunos”. Uma simples placa de bronze. Rolla viveu seus dias derradeiros sozinho numa cadeira de rodas em um asilo de Porto Alegre. Aliás, como milhares de outros velhos abandonados pelo país, e morreu esquecido aos 86 anos.

(Fonte: www.sinpro-rs.org.br – Memória/ Por NEILA BALDI)
(Fonte: www.efdeportes.com)

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