Jigoro Kano, foi o fundador do judô e responsável pela reforma do jiu-jitsu

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Criado pelo professor Jigoro Kano, no Japão, judô tem fortes raízes no Brasil

Após surgir em 1882, esporte chegou ao país no início do século XX.

Jigoro Kano (Mikage, 28 de outubro de 1860 – 4 de maio de 1938), mestre japonês e cientista político: ‘um dos vultos do império nipponico’, foi o fundador do judô e responsável pela reforma do jiu-jitsu: nas academias, praticantes saúdam retrato do mestre antes da luta no tatame

Durante o século XV, reinava no Japão a arte marcial chamada Jujutsu (conhecida como Ju-Jitsu, Jiu-Jitsu ou Jiujitsu), método de combate corpo a corpo que podia ser usado tanto para atacar quanto para a autodefesa. Ainda jovem, o japonês Jigoro Kano decidiu dedicar anos da sua vida a estudar as técnicas do estilo de combate e entendê-los. Unindo o que considerava ser as melhores técnicas de cada estilo do Jiu-Jitsu, ele criou, em 1882, o “caminho suave”, ou como é popularmente conhecido, Judô. Anos mais tarde, o esporte chegaria no Brasil e criaria fortes raízes, se tornando uma das principais modalidades olímpicas do país.

A graduação em Ciências Políticas, Literatura e Política Econômica, pela Universidade de Tóquio, e o fato de ter trabalhado como educador por boa parte da sua vida fizeram com que Jigoro Kano carregasse a arte que criara de ensinamentos filosóficos, trazendo um caráter mental para a luta. Poliglota (além do japonês, falava francês, inglês, espanhol e alemão), o educador também foi o primeiro japonês a integrar o Comitê Olímpico Internacional.

A criação do professor japonês, nascido em 28 de outubro de 1860, viajou o mundo e foi recebida de braços abertos no Brasil. Mesmo que a onda de imigrantes japoneses tenha começado a chegar ao país em 1908, apenas no fim da década de 20 tocaram em solo brasileiro aqueles que organizaram a prática em seu novo lar. Os lutadores Takaji Saigo e Geo Omor, que tinham ligação com a Kodokan, escola criada por Jigoro Kano, abriram academias em São Paulo, mas o trabalho não continuou por muito tempo.

A Confederação Brasileira de Judô nasce em 1969, cinco anos depois de o esporte estrear nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A instituição, no entanto, só passou a ser reconhecida em 1972, quando o Brasil conquistou a primeira medalha olímpica. Chiaki Ishii ficou com o bronze em Munique, na Alemanha.

Após Ishii, a história olímpica do Brasil no Judô brilhou cada vez mais. O primeiro ouro veio em 1988, na Olimpíada de Seul. O judoca Aurélio Miguel derrotou por um yuko — antiga pontuação entre o Koca e o Wazari, pontuação quase perfeita — o alemão Marc Meiling para ficar com a medalha dourada. A edição do jornal de 1º de outubro daquele ano noticiou o “ouro na garra de Aurélio”. Em 1992, mais uma vitória: o brasileiro Rogério Sampaio ficou com o ouro nos Jogos de Barcelona, na Espanha, depois de dominar e vencer o húngaro Jozsef Csak na final.

Depois de um intervalo de 20 anos, o Brasil voltou a ocupar o lugar mais alto do pódio, dessa vez na categoria feminina. A piauiense Sarah Menezes era considerada a única chance de ouro do Brasil e cumpriu a profecia. A judoca derrotou a romena Alina Dumitru com um wazari.

Lutando em casa, a moradora da Cidade de Deus Rafaela Silva garantiu mais um ouro para a história do Brasil nos tatames. Ela venceu a mongol Sumiya Dorjsuren com um wazari na Olimpíada do Rio, em 2016.

Quando faleceu, no dia 4 de maio de 1938, vítima de um ataque cardíaco, a edição do GLOBO de 6 de maio noticiou sua morte o tratando como “um dos grandes vultos do imperio nipponico”.
(Fonte: http://acervo.oglobo.globo.com – EM DESTAQUE – ESPORTES / POR Allan Borba* – 17/04/18)

* estagiário sob a supervisão de Gustavo Villela, editor do Acervo O GLOBO

 

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