Italo Calvino, considerado um dos maiores escritores europeus do século 20.

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Italo Calvino (Santiago de las Vegas, Cuba, 15 de outubro de 1923 – Siena, Itália, 19 de setembro de 1985), escritor italiano, considerado um dos maiores escritores europeus do século 20.

Nasceu em Santiago de Las Vegas, Cuba, em 1923, tendo ido logo a seguir para a Itália. Participou da resistência ao fascismo durante a guerra e foi membro do Partido Comunista até 1956. Em 1946 instalou-se em Turim, onde doutorou-se com uma tese sobre Joseph Conrad. Publicou sua primeira obra, Il sentiero dei nidi di ragno, em 1947.

Com O visconde partido ao meio, lançado em 1952, o autor abandonou o neorrealismo dos primeiros livros e começou a explorar a fábula e o fantástico, elementos que marcariam profundamente a sua obra. Nos anos 1960 e 1970 aprofundou suas experiências formais em livros como As cidades invisíveis e Se um viajante numa noite de inverno.

Calvino ficou famoso pelos clássicos Um General na Biblioteca, O Homem que Chamava Teresa, como escreveu o escritor, são aqueles livros dos quais, em geral, se ouve dizer “estou relendo” e nunca “estou lendo”. Pode-se concluir, então, que Um General na Biblioteca, coletânea de 32 narrativas produzidas entre 1943 e 1984 pelo escritor, já nasceu clássico.

Esses contos e apólogos, que começaram a ser escritos quando o autor não tinha 20 anos, constituem, de fato, um marco inaugural. Com o fim da guerra, em 1945, Calvino anunciou que passaria do teatro à narrativa, fazendo dessa uma extensão de sua militância contra os fascistas.

Contemporâneo da geração dos neo-realistas, como Vittorini e Pavese, Calvino era um apaixonado pelo palco. Teria sido, se insistisse na carreira, um nome tão poderoso como Pirandello ou Dario Fo, mas sua rígida autocrítica o fez recuar e desistir da dramaturgia.

Muitas das situações descritas nos (continhos) da primeira parte do livro, que cobre o período de 1943 a 1958, funcionariam perfeitamente no teatro. Um deles, O Homem que Chamava Teresa, é um claro exemplo da síntese que se espera dos dramaturgos. Escrito no ocaso do fascismo, em 1943, o conto elege como personagem um homem que grita o nome de uma mulher, supostamente residente no último andar de um prédio.

Em duas páginas, Calvino resume o que o teatro de Pirandello e o cinema de Antonionni levaram anos para construir: uma parábola da incomunicabilidade. A economia de recursos dos “raccontini” e sua construção elíptica respondem pelo melhor da produção do escritor. Não é difícil perceber que o Calvino dessa primeira fase é menos ambicioso do que a da segunda parte do livro, que concentra os contos escritos entre 1968 e 1984.

A desilusão com o Partido Comunista Italiano, com o qual rompeu em 1956, conduziu Calvino para a rota da parábola.

Antes dos exercícios estilísticos com figuras como Ford e Montezuma, houve uma assumida tentativa de apropriação da herança deixada por autores como Conrad e Melville. Exemplo disso é A Grande Bonança das Antilhas, alegoria política sobre luta e imobilidade, em que os homens do almirante inglês Drake enfrentam a frota espanhola. O conto foi escrito um ano depois da ruptura com o PC.

Não o tomou como uma metáfora adequada à situação da Itália da época, mas concluiu que o conto resistia independentemente da alegoria política. Essa é uma observação que também poderia ser aplicada ao conto que dá título ao livro, Um General na Biblioteca (1953). Nele, um general invade uma biblioteca para censurar livros contrários ao regime e acaba seduzido por eles. Num outro conto, O Chamado da Água (1976), um homem reflete sobre uma das conquistas da civilização (a água encanada) e conclui que a abundância desfrutada até a última chuveirada foi precária e ilusória.

Prêmios

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: AMORES DIFÍCEIS, OS (1992).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: TRILHA DOS NINHOS DE ARANHA, A (2004).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: VISCONDE PARTIDO AO MEIO, O (1996).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: COSMICÔMICAS, AS (1992).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: CIDADES INVISÍVEIS, AS (1990).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: CAVALEIRO INEXISTENTE, O (1993).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: CASTELO DOS DESTINOS CRUZADOS, O (1991).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: CAMINHO DE SAN GIOVANNI, O (2000).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: BARÃO NAS ÁRVORES, O (1991).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: SOB O SOL-JAGUAR (1995).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: SEIS PROPOSTAS PARA O PRÓXIMO MILÊNIO (1990).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: SE UM VIAJANTE NUMA NOITE DE INVERNO (1999).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: DIA DE UM ESCRUTINADOR, O (2002).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: EREMITA EM PARIS (2006).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: FÁBULAS ITALIANAS (1992).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: GENERAL NA BIBLIOTECA, UM (2001).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: MARCOVALDO (1994).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: NOSSOS ANTEPASSADOS, OS (1997).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: PALOMAR (1994).

Prêmio Jabuti 1993, categoria Melhor Produção Editorial Obra Coleção. Livro: POR QUE LER OS CLÁSSICOS (1993).

Prêmio FNLIJ 1995, categoria Tradução/Criança. Livro: PERDE QUEM FICA ZANGADO PRIMEIRO (1995).

Italo Calvino morreu em 1985.

(Fonte: Veja, 25 de setembro, 1985 – Edição 890 – Datas – Pág; 114)
(Fonte: Veja, 8 de agosto de 2001 – ANO 34 – N° 31 – Edição n° 1712 – LIVROS/ Por Antonio Gonçalves Filho – Pág; 150/151)

(Fonte: http://www.companhiadasletras.com.br)

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