Inspire-se nas exploradoras que fizeram história

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Inspire-se nas exploradoras que fizeram história

 

Não precisa ir muito longe para nos darmos conta de que a História tem uma dívida com as mulheres exploradoras.

Basta uma pesquisa rápida, sem muito critério ou metodologia, para surgir diante dos olhos listas infinitas de viajantes que fizeram história com suas viagens. Todos do sexo masculino.

Marco Polo, Cabeza de Vaca, James Cook, Alexander von Humboldt e David Livingstone, só para citar alguns dos nomes mais citados. O século passado veria ainda surgirem figuras como Percy Fawcett, Cândido Rondon e Jacques-Yves Cousteau.

 

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, Nossa relembra mulheres exploradoras que recusaram a etiqueta de mulher frágil e lutaram, ou melhor, viajaram como uma garota. Nem que para isso fosse preciso vestir-se de homem.

 

Jeanne Baré (1740 – 1807)

Jeanne Baret representada pela gravura de Cristoforo Dall’Acqua (1734-1787) (Foto: Domínio Público/Reprodução)

Façanha: primeira mulher a circunavegar o mundo, em 1766.

Essa botânica francesa esteve na tripulação da expedição de três anos do navegador Louis Antoine de Bougainville, uma viagem que saiu da França em direção a destinos como a América do Sul, Polinésia Francesa e Oceania. Porém, segundo leis da época, as mulheres estavam proibidas de trabalhar em navios da marinha francesa.

 

Voilá, Jeanne seria convencida pelo naturalista Philibert Commerson, de quem era governanta, a se disfarçar de homem para acompanhá-lo.

 

Durante a travessia, Jeanne, que passaria a se chamar Jean, foi responsável por algumas das coletas botânicas mais significativas da expedição de Bougainville. O disfarce só seria descoberto no Taiti, quase um ano e meio depois do início da viagem, e a dupla desembarcaria em Maurício, ilha no Índico.

 

Amelia Earhart (1897 – 1937)

 

Façanha: primeira mulher a voar sozinha, sem escalas, sobre o oceano Atlântico, em 1932.

 

Embora já não seja raro ver mulheres pilotando aviões, Amelia atraiu a atenção do mundo com seu voo solo de quase 15 horas de duração, a bordo do monoplano Lockheed Vega 5B, entre Terra Nova, ilha no Canadá, e a Irlanda do Norte.

 

Com o feito, essa americana do Kansas se tornava também a segunda pessoa a realizar esse tipo de travessia, cujo pioneiro foi Charles Lindbergh, cinco anos antes.

 

Seu currículo empoderado inclui também curso de mecânica de carros e títulos como o de primeira mulher a pilotar um autogiro (aeronave precursora do helicóptero) e realizar o pioneiro voo solo entre o Havaí e a Califórnia.

 

Amelia desapareceu no Pacífico, em 1937, tentando dar uma volta ao mundo.

 

Nellie Bly (1864 – 1922)

 

Nellie Bly (Imagem: Apic/Getty Images)

 

Façanha: volta ao mundo em 72 dias, em 1890.

 

Essa jornalista americana não só conseguiu ser mais rápida do que Phileas Fogg, personagem do livro “A volta ao mundo em oitenta dias” que a inspirou a recriar a viagem fictícia de Júlio Verne, como também superou a si mesma.

 

Planejada para ocorrer em 75 dias, sua viagem de 40 mil quilômetros foi concluída em 72 dias, a bordo de navios, trens e até cavalos.

 

Durante a viagem que a tornaria celebridade do jornalismo mundial, Elizabeth Cochran Seaman, seu nome de batismo, Nellie esteve na Europa, onde chegou a conhecer Júlio Verne na França, Canal de Suez e países da Ásia, como Singapura e Japão.

 

Freya Stark (1893 – 1993)

 

Freya Stark, uma exploradora intrépida, foi o primeiro ocidental a viajar por muitas regiões do Oriente Médio.

 

Façanha: uma das primeiras mulheres a cruzar o Deserto da Arábia, em 1935.

 

O currículo dessa escritora britânica conta com passagens por países que até hoje são desaconselhados para viajantes de qualquer gênero, como a Síria, Irã, Iraque e Afeganistão.

 

Suas viagens eram conhecidas pelas passagens em destinos nunca antes visitados por europeus, muito menos por mulheres, como o Vale dos Assassinos, cuja localização no Vale de Alamut é atribuído a Freya.

 

Chegou a trabalhar no Iêmen para o Ministério de Informação, em prol da imagem britânica durante a 2ª Guerra.

 

Gertrude Bell (1868 – 1926)

 

Façanha: criação do Iraque atual.

 

Isso não foi tudo na vida dessa mulher que atuou também como arqueóloga, diplomata, escritora e espiã britânica.

 

Conhecida como Rainha do Deserto e Gertrude da Arábia, essa inglesa usou seus profundos conhecimentos sobre o Oriente Médio para atuar junto ao governo britânico na expulsão dos otomanos, na 1ª Guerra Mundial.

 

Foi nessa época que Gertrude trabalhou com T.E. Lawrence, mais conhecido como Lawrence da Arábia. Desde que conhecera a Pérsia, atual Irã, em 1892, não parou mais de viajar e teve diversas experiências em destinos da Europa e do Oriente Médio, onde faria parte da equipe de inteligência militar do governo britânico.

 

Hellé Nice (1900 – 1984)

 

Façanha: piloto de automóveis de corrida conhecida como Rainha da Velocidade.

 

A vontade de quebrar paradigmas levou essa ex-dançarina francesa de cabarés a excursionar pela América do Sul, Estados Unidos e países da Europa, onde ganhou fama ao dirigir um Bugatti 35B nos arredores de Paris, a 195 km/h, em 1929.

 

No Brasil, Mariette Hélène Delangle, seu verdadeiro nome, participou do Grande Prêmio Cidade do Rio de Janeiro como a única competidora do sexo feminino, em 1936. No mês seguinte, quatro anos antes da inauguração do Autódromo de Interlagos, participaria das provas de rua no Jardim América, durante 1º Grande Prêmio Cidade de São Paulo.

 

O evento ficou conhecido pelo acidente envolvendo seu Alfa Romeo, que chegou a ficar em 3º lugar na disputa, resultando em seis mortos e mais de 32 feridos.

(Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/noticias/redacao/2021/03/08 – NOSSA VIAGEM / por Eduardo Vessoni / Colaboração para Nossa – 08/03/2021)

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