Heinrich Himmler, um dos mais fiéis seguidores de Adolf Hitler e poderoso comandante das SS.

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O horror antes de Auschwitz

 

Heinrich Himmler (Munique, 7 de outubro de 1900 – Lüneburg, 23 de maio de 1945), foi um dos mais fiéis seguidores de Adolf Hitler e poderoso comandante das SS, as forças nazistas de elite, os Einsatzgruppen entraram em atividade em junho de 1941.

Como os soldados de Hitler mataram milhares de judeus quando os campos de extermínio ainda não funcionavam

Antes que as câmaras de gás fizessem suas primeiras vítimas, no começo de 1942, judeus já vinham sendo eliminados pelos nazistas de maneira sistemática, em regiões do Leste Europeu.

Os assassinatos eram feitos a bala, e ficavam a cargo dos Einsatzgruppen – esquadrões especialmente destacados para essa tarefa. Um dos capítulos menos estudados da história do holocausto.

Sob as ordens de Heinrich Himmler, os Einsatzgruppen entraram em atividade em junho de 1941. Seguindo a vanguarda do Exército, que invadira a Polônia, eles inicialmente tinham o papel de inviabilizar movimentos de resistência, eliminando políticos, clérigos, intelectuais e outros líderes locais.

Um mês depois, contudo, suas incumbências se ampliaram e, os Einsatzgruppen se tornaram os primeiros agentes do plano de Hitler de exterminar os judeus. A decisão de matar os judeus do Leste, tomada no verão de 1941, quando Hitler ordenou a Solução Final.

Em dezoito meses de atividade, estima-se que os esquadrões de Himmler tenham eliminado cerca de 1 milhão de judeus na Polônia, na Rússia, na Estônia, na Ucrânia, na Lituânia, na Letônia e na Bielo-Rússia.

Para que matanças em tão grande escala pudessem ser realizadas, os nazistas reuniam grupos de judeus nas cidades e os conduziam para locais ermos, onde eles eram fuzilados em barrancos, charcos ou fossos cavados especialmente para receber os corpos.

Como a queda desordenada das vítimas fazia com que as sepulturas coletivas se enchessem rapidamente, um dos mais altos oficiais dos Einsatzgruppen, Friedrich Jeckeln, desenvolveu o método das “latas de sardinhas”.

Um certo número de prisioneiros era trazido em fila e obrigado a se deitar de bruços no chão. Eles recebiam, então, tiros na nuca. O grupo seguinte deitava-se sobre os cadáveres, e assim sucessivamente, até que se erguessem pilhas altas – e regulares – de mortos.

Numa das mais atrozes execuções desse tipo, 13 000 judeus sucumbiram num único dia. Eles caminharam 6 milhas até o local do extermínio. Lá, tiveram seus bens confiscados, suas roupas arrancadas e foram conduzidos, cinquenta por vez, para três “latas de sardinhas”.

Não foram poucos os nazistas que sofreram colapsos nervosos depois de participar de massacres. Para atenuar essas dores, muita coisa foi tentada. Os soldados eram estimulados a se reunir e celebrar depois de uma execução.

O próprio Himmler sentiu na carne o mal-estar que uma sessão de fuzilamentos podia causar. Em 15 de agosto de 1941, uma delas foi organizada para que ele assistisse. O chefe das SS não suportou a violência, dando claros sinais de náusea. Uma de suas características marcantes, utilizadas por Himmler, era a covardia como um apego hipócrita aos chamados “sentimentos elevados”.

Depois de gemer e suar enquanto algumas centenas de judeus eram mortos à sua frente, ele não escondeu seu abatimento quando um dos oficiais que o acompanhavam desabafou: “Que tipo de seguidores estamos criando?”. As mortes, contudo, não pararam. Pelo contrário. No início do outono, novas técnicas de execução em massa começaram a ser testadas: a dinamite e a asfixia por monóxido de carbono.

Em setembro, um método utilizado anteriormente em pequena escala foi revivido e aperfeiçoado: caminhões passaram a servir como câmaras de gás ambulante. No começo de 1942, as fornalhas dos campos de extermínio passaram a funcionar a pleno vapor. Essa foi a resposta de Himmler à pergunta de su oficial.

(Fonte: Veja, 10 de julho de 2002 – ANO 35 – N° 27 – HISTÓRIA/ Por Carlos Graieb – Pág: 57/59)

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