Gustav Leonhardt, pioneiro da renovação da interpretação da música barroca

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Maestro foi um dos pioneiros da renovação da interpretação da música barroca

Gustav Leonhardt (‘s-Graveland, Holanda, 30 de maio de 1928 – Amesterdã, 16 de janeiro de 2012)cravista, maestro e musicólogo holandês

Considerado um mestre mundial da música barroca, Leonhardt era especialista em repertório do século XVI e na obra de Johann Sebastian Bach.

 

Gustav Leonhardt (Foto: Divulgação)

Gustav Leonhardt (Foto: Divulgação)

São famosas suas versões para “Variações Goldberg”, “Cravo Bem Temperado” e “Arte da Fuga”, todas de Bach.

O músico foi um dos impulsionadores, na década de 1950, do movimento da interpretação historicamente correta, tendo gravado cerca de 300 álbuns. Entre 1971 e 1990 gravou a integral das cerca de 200 cantatas sacras de Bach, com o austríaco Nikolaus Harnoncourt (1929-2016).  

De Bach gravou ainda a ‘Paixão segundo S. Mateus’ e o Magnificat. O músico gravou, ainda de Bach, nos inícios da década de 1950, as ‘Variações de Goldenberg’ e a ‘Arte da Fuga’, segundo princípios teóricos inovadores e hoje amplamente aceites.  

Foi um dos grandes pioneiros na recuperação da música antiga. Gustav Leonhardt teve a perspicácia de redescobrir os repertórios antigos, ainda anteriores a Mozart, recuperando a sua interpretação em instrumentos de época, bem como os estilos e as práticas de execução. De fato, Leonhardt devolveu-nos Bach, Couperin, Scarlatti, Frescobaldi ou Haendel numa sonoridade mais próxima da ideia do compositor, expurgando a música do renascimento e do barroco da influência do romantismo. 

Filho de músicos amadores, Gustav Leonhardt, que nasceu na Holanda em maio de 1928, cedo se interessou pela música, iniciando-se no órgão e no cravo ainda em criança. Depois de concluir o bacharelato, estabeleceu-se na Suíça onde veio a frequentar a Schola Cantorum de Basileia, sob a orientação de Eduard Müller.

O cravista chegou mesmo a encarnar a figura de Bach no filme ‘Chronique d’Anna Magdalena Bach’ (1967), de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub.  

De 1947 a 1950, Leonhardt foi aluno de Eduard Muller na Schola Cantorum Basiliensis, de Basileia, na Suíça.  

Gustav Leonhardt estreou-se como cravista em Viena, em 1950, foi professor de cravo entre 1952 e 1955 na Academia de Música local e, desde 1954, no Conservatório de Amesterdã.  

Anos mais tarde foi nomeado professor de Musicologia e Cravo na Academia de Música de Viena, tendo depois voltado à Holanda, onde integrou o corpo docente do Conservatório de Amesterdão. 

Paralelamente à carreira de docente, Gustav Leonhardt nunca descurou a prática da música e desde 1950 que desenvolveu atividade como solista de cravo e órgão, realizando recitais por todo o mundo. Ao longo da sua carreira realizou diversas gravações, como solista ou como membro de formações de câmara, para editoras como a Telefunken, a Philips ou a Harmonia Mundi.

Gustav Leonhardt - (Foto: Wikiwand/Divulgação)

Gustav Leonhardt – (Foto: Wikiwand/Divulgação)

 

Ao longo da sua carreira, Leonhardt tocou e dirigiu diferentes agrupamentos musicais, desde música de câmara a operáticos, com um repertório musical do Renascimento (século XVI) ao Classicismo (século XIX).  

O músico foi condecorado com a Ordem Orange-Nassau (grau oficial) da Holanda, e recebeu o doutoramento Honoris Causa das universidades de Harvard, Dallas, Amesterdão, Metz e Pádua.

Leonhardt foi músico regular de temporadas de concertos em Portugal, nomeadamente nos encontros da Casa de Mateus, em Vila Real, e na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.  

Na capital portuguesa tocou várias vezes no órgão da igreja de S. Vicente de Fora, que apreciava particularmente.  

Mas nem só de música se fez a sua carreira, contando no seu currículo ainda uma participação no cinema. Em 1967, Gustav Leonhardt interpretou o papel principal (J. S. Bach) no filme “Crônica de Anna Magdalena Bach”, do diretor Jean Marie Straub.


Em 1980, recebeu o Prêmio europeu ”Erasmus” e, nos anos de 1983, 1984, 1991, 1998 e 2000 foi distinguido com vários doutoramentos honoris causa.

Ele se apresentou em dezembro de 2011, em Paris, quando anunciou sua aposentadoria devido à problemas de saúde.

Gustav Leonhardt morreu em 16 de janeiro em Amesterdã, aos 83 anos.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2012/01/1035763- ILUSTRADA – 17 de jan de 2012)

(Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/cultura – CULTURA – 17.01.2012)

(Fonte: http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia -xx-1529488 – CULTURA ÍPSILON/ Por  – 17/01/2012)

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