Giorgio Napolitano, ex-presidente italiano, símbolo de estabilidade por sua moderação e o primeiro a ser eleito duas vezes para a Presidência, administrou um período particularmente turbulento da política italiana, marcado pela renúncia de Romano Prodi em 2008, após dois anos no governo, pela chegada de Matteo Renzi em fevereiro de 2014 e pelas renúncias de Silvio Berlusconi, Mario Monti e Enrico Letta

0
Powered by Rock Convert

Ex-presidente italiano (2006-2015), Giorgio Napolitano

 

 

Giorgio Napolitano (nasceu em 29 de junho de 1925 – faleceu em 22 de setembro de 2023), ex-presidente italiano (2006-2015), símbolo de estabilidade por sua moderação e o primeiro a ser eleito duas vezes para a Presidência do país que já foi comunista e ajudou seu país a navegar uma crise da dívida em 2011.

A presidência italiana é geralmente cerimonial, mas Napolitano usou seus poderes no fim de 2011 para evitar uma crise ao nomear o ex-tecnocrata da Comissão Europeia, Mario Monti, para liderar o governo, após a renúncia do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, em uma disputa por cortes de gastos.

Dois anos depois, quebrou outro impasse ao instalar uma grande coalizão sob o comando do político de centro-esquerda Enrico Letta, após uma eleição parlamentar inconclusiva.

Napolitano assumiu o cargo de presidente em 2006 e foi eleito para um inédito segundo mandato de sete anos em 2013. Renunciou em 2015, citando sua idade.

Durante a carreira política iniciada na década de 1950, foi eleito para os parlamentos italiano e europeu e serviu como ministro do Interior e presidente da casa baixa do parlamento.

Na Itália, país com um sistema parlamentarista, o presidente geralmente cumpre um papel simbólico. Napolitano, porém, teve uma postura ativo no cargo ao lidar com um período particularmente agitado na política local, marcado pela renúncia do primeiro-ministro Romano Prodi em 2008, a chegada de Matteo Renzi em fevereiro de 2014 e as renúncias de Silvio Berlusconi, Mario Monti e Enrico Letta.

Definido pelo jornal local Corriere della Sera como “um anglo-saxão num país de sangue quente”, devido ao seu pragmatismo, Napolitano foi leito em 2006 e durante seu primeiro mandato de sete anos, precisou lidar com a grave crise da dívida de 2011, quando a Itália era a terceira maior economia da zona do euro.

No final daquele ano, o político usou seu cargo para evitar um aprofundamento da recessão ao nomear o ex-tecnocrata da Comissão Europeia Mario Monti para liderar o governo, após a renúncia de Berlusconi. Dois anos depois, ele superou outro impasse ao instalar uma grande coalizão sob o político de centro-esquerda Enrico Letta após uma eleição parlamentar inconclusiva.

Por conta do resultado disputado, ele foi obrigado a ficar no cargo e fez um discurso de posse especialmente duro com a classe política, que ele considerou indiferente às exigências do país. Napolitano anunciou que não permaneceria no cargo por mais sete anos e renunciou em janeiro de 2015, citando sua idade.

O ex-presidente de Itália, líder histórico do Partido Comunista e promotor da construção europeia, considerado durante anos o fiador da estabilidade na Itália, Napolitano foi eleito em 2006. Planejava se aposentar após o primeiro mandato, de sete anos, na primavera de 2013. Mas o resultado das eleições legislativas foi apertado e os principais partidos não conseguiram chegar a um acordo sobre um eventual sucessor, forçando Meloni a se manter no cargo.

Seu discurso de posse foi especialmente duro com os líderes políticos, que criticou por não ouvirem as exigências do país. Anunciou que não permaneceria no cargo por mais sete anos e renunciou em janeiro de 2015.

Napolitano teve que administrar um período particularmente turbulento da política italiana, marcado pela renúncia de Romano Prodi em 2008, após dois anos no governo, pela chegada de Matteo Renzi em fevereiro de 2014 e pelas renúncias de Silvio Berlusconi, Mario Monti e Enrico Letta.

O ex-presidente fez parte dos Grupos Universitários Fascistas – como a maioria dos estudantes em tempos de Mussolini – mas, a partir dos 17 anos, juntou-se a um grupo de resistentes comunistas. Ingressou no partido em 1945 e foi eleito deputado pela primeira vez em 1953.

Giorgio Napolitano faleceu na sexta-feira 22 de setembro aos 98 anos.

Condolências chegaram do gabinete da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, outros políticos e do Vaticano, entre outros.

“Recordo com gratidão as reuniões pessoais que tive com ele, durante as quais apreciei sua humanidade e visão em fazer escolhas importantes com retidão, especialmente em momentos delicados para a vida do país”, escreveu o papa Francisco em um telegrama de condolências à esposa de Napolitano, Clio Bittoni.

Napolitano estabeleceu uma relação próxima com o falecido papa Bento 16, antecessor de Francisco, e foi uma das poucas pessoas avisadas antecipadamente de sua inesperada renúncia, em fevereiro de 2013.

Nascido durante a ditadura de Benito Mussolini, em 29 de junho de 1925, o político fez parte dos Grupos Universitários Fascistas, assim como a maioria dos estudantes na época de Mussolini. Na mesma época, porém, se envolveu em um grupo de resistentes comunistas e entrou para o partido em 1945. Em 1953 ele era eleito pela primeira vez, como deputado.

O começo de sua carreira política foi marcado pelas tentativas de encaixar o comunismo na social-democracia europeia. Anos depois, porém, foi para o partido Democratas de Esquerda e deslanchou como a figura reformista pela qual seria reconhecido. Durante a sua vida ele seria também presidente da Câmara de Deputados e ministro do Interior.

Políticos de diferentes colorações lamentaram a morte de Napolitano, que recebeu uma homenagem também do Vaticano.

Giorgia Meloni, líder do partido ultradireitista Irmãos de Itália e primeira-ministra desde outubro de 2022, manifestou as “mais profundas condolências” à família do ex-presidente.

Já o atual presidente da República, Sergio Mattarella, lembrou o compromisso de Napolitano com a União Europeia. O ex-presidente foi deputado no Parlamento Europeu, onde travou “importantes batalhas pelo desenvolvimento social, paz e progresso na Itália e na Europa”, segundo Mattarella.

Em uma mensagem de condolências a esposa de Napolitano, Clio Bittoni, o papa Francisco afirmou que Napolitano “manifestou grandes dons intelectuais e uma paixão sincera pela vida política italiana”. “Lembro com gratidão das reuniões pessoais que tive com ele, durante as quais apreciei sua humanidade e visão ao tomar escolhas importantes com retidão, especialmente em momentos delicados para a vida do país”, afirmou o líder católico.

(Direito autoral: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo – (Reuters)/ NOTÍCIAS/ MUNDO/ ROMA – por História por Reuters/ (Reportagem de Angelo Amante) – 22/09/2023)

(Direito autoral: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – Folha de S.Paulo/ NOTÍCIAS/ BRASIL/ por (FOLHAPRESS) – SÃO PAULO, SP – 22/09/2023)

Powered by Rock Convert
Share.