Garry Marshall, gigante da comédia de Hollywood, foi responsável por séries e filmes de sucesso, como “Uma Linda Mulher” e criador do clássico da televisão americana “Happy Days”

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Garry Marshall, diretor de Uma Linda Mulher e O Diário da Princesa

Garry Marshall, diretor de Uma Linda Mulher e O Diário da Princesa (Foto: Joe Scarnici/Getty Images for TV Land / AdoroCinema)

Garry Marshall, diretor de Uma Linda Mulher e O Diário da Princesa (Foto: Joe Scarnici/Getty Images for TV Land / AdoroCinema)

Conhecido por comédias românticas, cineasta também fez ‘Noiva em fuga’, ‘Diário de princesa’ e série ‘Happy days’.

Garry em 1979 (Foto: Ron Galella/WireImage)

Garry em 1979 (Foto: Ron Galella/WireImage)

Garry Marshall (Bronx, Nova York, 13 de novembro de 1934 – Burbank (Califórnia), 19 de julho de 2016)diretor, produtor e escritor, nome artístico de Garry Kent Marsciarelli, foi um gigante da comédia de Hollywood, foi responsável por séries e filmes de sucesso, como “Uma Linda Mulher” e criador do clássico da televisão americana “Happy Days”

Garry Kent Marshall nasceu no dia 13 de maio de 1934, em New York, filho do diretor e produtor de documentários Wallace Marshall (falecido em 1999) e da proprietária de uma escola de sapateado, que ficava no porão da casa da família. O pai de Garry era descendente de italianos, que americanizou o sobrenome Masciarelli para não sofrer preconceitos.

Na adolescência, Garry tocava em uma banda de jazz e tinha uma coluna esportiva no jornal The Daily Northwestern, publicado pela Northwestern University. Mais tarde, ele escreveu profissionalmente uma coluna esportiva para o The New York Daily News, na mesma época em que também se apresentava como stand-up comedian e escrevia piadas para jornais e para os colegas de profissão Joey Bishop e Phil Foster.

Garry Marshall em 2016. (Foto: Tibrina Hobson/Getty)

Garry Marshall em 2016. (Foto: Tibrina Hobson/Getty)

 

Este trabalho o levou para Hollywood, onde foi contratado como um dos roteiristas do talk show The Tonight Show with Jack Paar. Formando dupla com o roteirista Jerry Belson, Garry também escreveu episódios para as sitcoms Comédias Dick Van Dyke/The Dick Van Dyke Show, The Joey Bishop Show, The Danny Thomas Show, The Bill Dana Show e The Lucy Show.

Em 1966, Garry, ainda em parceria com Belson, criou sua primeira série, Hey, Landlord, que teve uma temporada com trinta e um episódios produzidos. Na história, Woody Banner (Will Hutchins) é um jovem do interior de Ohio que herda de seu tio um condomínio em Nova Iorque Tornando-se o senhorio do prédio, ele convive com os demais moradores, em sua maioria comediantes lutando para conseguir um espaço no mundo do entretenimento.

 

‘The Odd Couple’, versão da década de 1970, com Jack Klugman (E) e Tony Randall (Foto: ABC/Arquivo)

‘The Odd Couple’, versão da década de 1970, com Jack Klugman (E) e Tony Randall (Foto: ABC/Arquivo)

 

O sucesso veio em 1970, quando ele e Belson adaptaram a peça de Neil SimonUm Estranho Casal/The Odd Couple, que já tinha ganho uma versão cinematográfica em 1968. A série, estrelada por Jack Klugman e Tony Randall, teve um total de cinco temporadas e 114 episódios produzidos. Atualmente, a peça escrita por Simon tem uma nova versão televisiva, estrelada por Matthew Perry e Thomas Lennon, sendo que existem diversas outras sitcoms que evidentemente se inspiraram na história criada por Simon, a exemplo de Two and a Half Men.

A história, que acompanha a relação de amizade entre o disciplinado Felix (Randall) e o desorganizado Oscar (Klugman), tornou Garry um nome conhecido e respeitado em Hollywood. Mas levaria quatro anos para que ele conseguisse emplacar um novo sucesso.

‘Happy Days’ (Foto: ABC/Arquivo)

‘Happy Days’ (Foto: ABC/Arquivo)

 

 

Neste meio tempo, Garry foi responsável por alguns fracassos, como Me and the Chimp, sitcom criada em 1972 em parceria com Thomas L. Miller. Com uma única temporada de treze episódios produzida, a história acompanha a vida do dentista Mike Reynolds (Ted Bessell), sua esposa Liz (Anita Gillette) e de seus dois filhos Scott (Scott Kolden) e Kitty (Kami Cotler), que têm como animal de estimação um chimpanzé chamado Buttons, um fugitivo do programa espacial americano.

No mesmo ano, Garry, em carreira solo, criou The Brian Keith Show, sitcom que, apesar de ter duas temporadas com um total de quarenta e oito episódios produzidos, não conseguiu fazer sucesso. A história acompanha a vida do Dr. Jamison (Keith), um pediatra no comando de uma clínica que atende gratuitamente crianças no Havaí.

‘Blansky’s Beauties’ (Foto: ABC/Arquivo)

‘Blansky’s Beauties’ (Foto: ABC/Arquivo)

 

Em 1974, Garry criou seu segundo sucesso, talvez o mais lembrado de sua carreira: Happy Days. A série, produzida entre 1974 e 1984, com um total de 255 episódios, foi criada com base no episódio Love and the Television Set, escrito por Garry para a série O Jogo Perigoso do Amor/Love American Style, no qual foram introduzidos alguns dos personagens centrais de Happy Days.

Situada em Milwaukee, na década de 1950, a história acompanha a vida de Richie Cunningham (o ator e diretor Ron Howard) , sua família e seus amigos. Entre eles, Arthur Fonzarelli, mais conhecido como Fonzie (Henry Winkler), um motoqueiro conquistador.

A série conseguiu manter sua qualidade de roteiros durante anos, mas as últimas temporadas foram sofridas, com episódios que estavam muito além de sua capacidade. Foi nesta época que a sitcom criou uma expressão utilizada no meio artístico para definir quando uma produção deixou de ser boa: Jump the Shark. A expressão surgiu em um dos piores episódios de Happy Days no qual Fonzie, praticando esqui aquático, é perseguido por um tubarão. Para se salvar, ele ‘pula o tubarão’.

‘Laverne and Shirley’ (Foto: ABC/Arquivo)

‘Laverne and Shirley’ (Foto: ABC/Arquivo)

 

Happy Days gerou seis spinoffs: Laverne & ShirleyBlansky’s BeautiesMork & Mindy e Joanie Loves Chachi, bem como as séries animadas The Fonz and the Happy Days Gang e Laverne & Shirley with Special Guest Star the Fonz.

 

‘Mork and Mindy’ (Foto: ABC/Arquivo)

‘Mork and Mindy’ (Foto: ABC/Arquivo)

 

 

Laverne & Shirley, criada por Garry em parceria com Lowell Ganz e Mark Rothman, foi produzida entre 1976 e 1983, com 159 episódios. Na linha de The Odd Couple, a série acompanhou as aventuras de Laverne DeFazio (Penny Marshall, atriz e diretora irmã de Garry) e Shirley Feeney (Cindy Williams), duas amigas de Fonzie que dividem um apartamento em Milwaukee.

Em 1982, Williams deixou o elenco da série depois que sua lista de exigências não foram atendidas pela Paramount para acomodar suas necessidades como mãe de primeira viagem. Na história, sua personagem se casa e vai morar em outra cidade.

Blansky’s Beauties, criada em 1977 por Garry em parceria com Bob Brunner e Arthur Silver, teve uma temporada com treze episódios produzidos. A história, situada na década de 1970, acompanha a vida de Nancy Blansky (Nancy Walker), prima de Howard (Tom Bosley), o pai de Ronnie. Ela é uma veterana que já atuou em diversos shows de Las Vegas e agora trabalha como coreógrafa dos shows do Oasis Hotel, além de manter um condomínio no qual vivem diversas showgirls.

Mork & Mindy, produzida entre 1978 e 1982, com um total de 91 episódios, era estrelada por Robin Williams, que fez uma participação em um episódio de Happy Days. Ele é Mork, um alienígena do planeta Ork que veio à Terra para estudar os humanos. Vivendo com Mindy (Pam Dawber), uma jornalista, com quem ele acaba se casando.

‘Joanie Loves Chachi’ (Foto: ABC/Arquivo)

‘Joanie Loves Chachi’ (Foto: ABC/Arquivo)

 

Joanie Loves Chachi, criada por Marshall em parceria com Lowell Ganz e Mark Rothman, teve um total de duas temporadas com dezessete episódios produzidos. A história acompanhou a vida de Joanie (Erin Moran), irmã de Richie, que namora Chachi (Scott Baio), primo de Fonzie. Tentando seguir uma carreira musical, eles formam uma dupla que se apresenta no restaurante do padrasto de Chachi.

Em 1979, Garry e Dale McRaven criaram Angie, sitcom que foi produzida até 1980, com duas temporadas e trinta e seis episódios. A série contou a história de Angie Falco (Donna Pescow), uma garçonete descendente de italianos que se casa com Brad Benson (Robert Hays), um pediatra bem sucedido. Mudando de classe social, Angie tem dificuldades de se adaptar ao seu novo ambiente.

Em 1982, Garry tentou retomar o sucesso de The Odd Couple, criando The New Odd Couple, uma versão afro-americana da história. Estrelada por Ron Glass e Demond Williams, a série teve apenas uma temporada com dezoito episódios produzidos, sendo que muitos deles eram adaptações de episódios da sitcom original. Atualmente, Garry atuava como consultor da atual versão da peça de Neil Simon.

Ao longo de sua carreira, Garry também escreveu roteiros para Fuzileiros das Arábias/Gomer Pyle: USMC, Hank, Os Destemidos, Barefoot in the Park e See Dad Run, bem como diversos episódios de O Jogo Perigoso do Amor. Como ator, ele fez participações em episódios de Comédias Dick Van Dyke, Hey Landlord, Good Morning World, The Odd Couple, Laverne and Shirley, Happy Days, Vega$, The Norm Show, Three Sisters, Monk, Sabrina: Aprendiz de Feiticeira, Father of the Pride, The Sarah Silverman Show, Plantão Médico, Louie, See Dad Run, Two and a Half Men, Hot in Cleveland e na atual versão de The Odd Couple, entre outras.

Entre 1994 e 1997, ele teve participações recorrentes em Murphy Brown, sitcom estrelada por Candice Bergen que acompanha a vida de uma jornalista política. Garry interpretou Stan Lansing, diretor do canal onde Murphy trabalhava.

‘Angie’ (Foto: ABC/Arquivo)

‘Angie’ (Foto: ABC/Arquivo)

 

 

Garry também se estabeleceu como diretor de cinema, tendo dirigido filmes como Uma Linda Mulher/Pretty Woman, Noiva em Fuga/Runaway Bride e O Diário da Princesa I e II/The Princess Diaries.

Garry também produziu peças e musicais, como a versão musical de Happy Days e de Laverne and Shirley, bem como óperas. Em 1995, ele escreveu sua autobiografia, Wake Me When It’s Funny: How to Break Into Show Business and Stay There. Uma segunda autobiografia foi lançada em 2012, com o título de My Happy Days in Hollywood.

Garry também era o proprietário do Marjorie Ward Marshall Dance Center, uma escola de dança mantida dentro da Northwestern University, em homenagem à sua mãe; e do Falcon Theatre, aberto em Los Angeles em 1997.

Em 1963, ele se casou com a atriz Barbara Wells, com quem ainda vivia e teve três filhas, Ronny, Kathleen e Lori.

 
Como ator, participou de obras como “007 Contra Goldfinger”“Abracadabra” e “Nunca Fui Beijada”. E conseguiu destaque como produtor de séries famosas, como “Happy Days”, “Laverne & Shirley”, “Mork and Mindy” e “Frankie e Johnny”.

“Uma Linda Mulher”, o conto de fadas cinematográfico da década de 1990, transformou Julia Roberts em a “Namorada da América” e referendou Richard Gere como um dos grandes galãs de Hollywood.

Para muitos, é a comédia romântica por excelência.

“Julia era jovem mas não tinha medo”, lembrou Marshall em uma ocasião. “Vê-la crescer foi um dos meus grandes prazeres”, completou.

O filme arrecadou US$ 463 milhões de bilheteria e abriu as portas do estrelato para a atriz, que conquistou o Globo de Ouro e sua segunda indicação ao Oscar após “Flores de Aço” (1989).

O filme conta como um bem-sucedido e multimilionário advogado se apaixona por uma prostituta, uma história de amor que foi entendida como uma reinvenção do conto clássico da Cinderela.

No registro de Marshall como diretor também figuram “Frankie and Johnny” (1991), “Noiva em Fuga” (1999), “O Diário da Princesa” (2001), “Idas e Vindas do Amor” (2010), “Noite de Ano Novo” (2011) e o recente “O Maior Amor do Mundo”, que estreou em abril.

Marshall se caracterizou por contar quase sempre em seus filmes com o ator Héctor Elizondo, que considerava seu amuleto da sorte.

A partir da esquerda: Shirley MacLaine, Emma Roberts, Garry Marshall e Julia Roberts, em imagem de fevereiro de 2008 (Foto: Matt Sayles / Arquivo / AP Photo)

A partir da esquerda: Shirley MacLaine, Emma Roberts, Garry Marshall e Julia Roberts, em imagem de fevereiro de 2008 (Foto: Matt Sayles / Arquivo / AP Photo)

Nos EUA deixou também uma grande lembrança com “Happy Days”, série número um do país entre 1974 e 1984, com personagens inesquecíveis como “The Fonz” (Harry Winkler) que se transformou em um fenômeno cultural.

Marshall desenvolveu e criou 14 séries e produziu mais de 1 mil episódios para televisão. Conseguiu cinco indicações ao Emmy e entrou para o Hall da Fama da Academia das Artes e as Ciências da Televisão em 1997.

O diretor repetiu o sucesso de “Uma Linda Mulher” apostando mais uma vez em Julia Roberts e Richard Gere em “Noiva em Fuga” quase uma década depois, outra comédia romântica que arrecadou mais de US$ 300 milhões em todo o mundo.

Na reta final de sua carreira apostou na fórmula de reunir um elenco repleto de estrelas em filmes que giravam em torno de uma data popular como “Dia dos Namorados”, “Ano Novo” e “Dia das Mães”, que lhe renderam críticas negativas mas se revelaram obras atrativas para o público.

Garry Marshall faleceu em Burbank (Califórnia, EUA), em 19 de julho de 2016, aos 81 anos, de complicações de pneumonia.

Marshall, irmão da cineasta Penny Marshall, estava casado com Barbara Sue Marshall desde 1963 e tinha três filhos.

(Fonte: Zero Hora – ANO 53 – N° 18.521 – 20 de julho de 2016 – TRIBUTO – Pág: 32)

(Fonte: https://cinema.terra.com.br – ENTRETENIMENTO – CINEMA – 20 JUL 2016)

(Fonte: https://cinema.terra.com.br – ENTRETENIMENTO – ADORO CINEMA/ LUCAS SALGADO – 20 JUL 2016)

(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2016/07 – POP & ARTE – Do G1, em São Paulo – 20/07/2016)

(Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/temporadas – NOVA TEMPORADA/ Por Fernanda Furquim – 20 jul 2016)

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