Foi a primeira mulher no Ministério Público Federal

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Foi a primeira mulher no Ministério Público Federal

ANADYR RODRIGUES
Xerife da corrupção
Nomeada por FHC em meio ao fogo cruzado entre governo e oposição, a corregedora-geral da União terá poderes para investigar a corrupção no governo

 

Lula Marques/Folha Imagem
A corregedora-geral da União durante a primeira entrevista coletiva depois da posse

Quando o advogado geral da União, Gilmar Mendes, ligou para o celular de sua amiga e substituta Anadyr de Mendonça Rodrigues, 66 anos, para dizer que o presidente Fernando Henrique estava criando um novo órgão e que o nome dela havia sido indicado, um frio correu na espinha da ex-procuradora da República. “Senti naquele momento uma terrível preocupação pelo tamanho da responsabilidade. Mas o convite era irrecusável”, confessou.

O cargo é nada menos que o de corregedora-geral da União, uma espécie de ministro combatente da corrupção com amplos poderes para agir, investigar e denunciar irregularidades em todas as esferas do executivo. Na verdade, Anadyr é hoje a arma do governo contra o falatório da oposição que quer a todo custo instalar a CPI da corrupção. “Não percam mais tempo em fazer denúncias que já estão sendo apuradas”, disse o presidente aos adversários no dia da posse da nova funcionária.

Lula Marques/Folha Imagem
Anadyr recebe o cargo diretamente das mãos do presidente Fernando Henrique

 

 

 

 

 

 

 

 

Pouco habituada ao contato com a imprensa, Anadyr se preparou durante algumas horas para enfrentar a primeira entrevista coletiva como corregedora. Estava com as mãos frias, ligeiramente tensa. O teste foi mais difícil do que todos os que passou na vida. Em 1972, foi a única mulher aprovada no concurso da Justiça Federal de primeira instância. Mais tarde foi a primeira mulher no Ministério Público Federal e a pioneira também a assumir o cargo de advogada geral da União interinamente. “Estou acostumada a quebrar tabus”, garante Anadyr.

Casada há quase 40 anos com o procurador-geral do Distrito Federal, Ary Lopes Rodrigues, Anadyr passa os finais de semana debruçada sobre os processos mais complicados. Tem lido somente leis e códigos. Mas confessa: “Sinto falta de ter tempo para ficar com a família reunida na nossa chácara e de ir pescar com meu marido”.

(Fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/88/reportagem/anadyr_rodrigues – POLÍTICA/ Por Cecília Maia – 09/04/2001)

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