A bela e trágica história real de uma imperatriz nada convencional
(Crédito da fotografia: Cortesia © Getty Images/ REPRODUÇÃO/ DIREITOS RESERVADOS)
A Imperatriz Isabel da Áustria foi uma poderosa monarca do século XIX que ficou famosa por sua beleza notável e por ser uma das primeiras grandes celebridades femininas a sofrer sob os olhos da mídia. Conhecida como a mulher mais bonita do mundo, Isabel nunca se sentiu realizada em sua vida de regras e rituais na estrita corte austríaca. Por isso, Sisi, como era chamada, tornou-se conhecida por sua rebelião, suas viagens frequentes e seu comportamento nada tradicional.
Ela teve uma incrível, porém complicada vida, onde era demasiadamente amada, mas estava sempre tentando superar uma profunda melancolia. Aventuras para superar suas dores não faltaram, mesmo que precisasse ficar longe de seus deveres. Inacreditavelmente, ela foi morta nas mãos de um anarquista.
Ela foi dada em casamento para seu primo de primeiro grau
A mãe de Isabel da Áustria, a Princesa Luísa Guilhermina da Baviera, e a tia, a Princesa Sofia da Baviera, eram irmãs ambiciosas da família Wittelsbach, a casa governante da Baviera. Elas queriam que seus filhos se casassem no poder. Para as filhas de Luísa Guilhermina, o filho de sua irmã Sofia, o Imperador austríaco Francisco José I, era uma das principais escolhas de casamento.
Uma mala perdida
Luísa Guilhermina e suas filhas Helena, de 17 anos, e Isabel, de 15, estavam de luto por causa de uma tia recentemente falecida. Numa cidade do distrito de Salzburgo, chamada Bad Ischl, na Áustria, elas perderam as malas com seus vestidos coloridos, então, quando conheceram Francisco José, estavam todas de preto. A intenção era que o filho de 23 anos de Sofia cortejasse e se casasse com a filha mais velha de Luísa Guilhermina, Helena, de 17 anos.
Amor à primeira vista
Mas Francisco José estava mais interessado em Isabel, de 15 anos, ou “Sisi”, como era chamada. Apenas dois dias após o encontro, Francisco José pediu Isabel em casamento e oito meses depois eles se casaram em Viena em 24 de abril de 1854.
Uma combinação destinada ao fracasso
A jovem e espirituosa Imperatriz ficou imediatamente avessa às rígidas regras e protocolos da corte vienense. Sua lua de mel no Palácio de Laxenburg teria sido um desastre – ela teria chorado o tempo todo.
Princesa Sofia se tornou um monstro
Depois que Isabel teve filhos com Francisco José, sua tia que virou sogra (foto) se encarregou da educação das crianças, até mesmo batizando a primeira filha do casal, que também se chamava Sofia, sem a contribuição de Isabel.
Ela perdeu sua primeira filha
Em 1857, durante uma visita à Hungria, Sofia, de dois anos, e sua irmã Gisela, de um ano, adoeceram. Sofia acabou morrendo do que hoje se suspeita ser febre tifoide. A tia-sogra aproveitou o incidente para assumir um controle mais intenso de Gisela e, mais tarde, até afastou a criança de sua mãe.
Pressão para ter um filho homem
Enquanto lamentava a perda da primeira filha e era afastada de sua segunda, Isabel também estava sendo pressionada por sua sogra a conceber um filho homem que pudesse ser herdeiro do trono austríaco. Isabel deu à luz o Príncipe Herdeiro Rodolfo em 1858.
Ela era obcecada por seu peso
Se olharmos os padrões de hoje, Isabel provavelmente tinha um distúrbio alimentar. Ela vivia principalmente de laticínios e ovos, exercitava-se rigorosamente e, se ganhasse um pouco de peso, jejuava por dias. Dizem, no entanto, que ela tinha uma escadaria secreta instalada no palácio para que pudesse saciar sua compulsão secretamente na cozinha real sem que ninguém soubesse.
Sua aparência se tornou o centro de tudo
Considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo e também como alguém cuja beleza era vista como a razão do interesse público na corte austríaca, Isabel colocou imenso cuidado em sua aparência. Ela passava horas por dia cuidando do cabelo extremamente longo, que ela supostamente lavava com uma combinação de ovos e conhaque. No rosto, ela não usava maquiagem, mas usava cremes que fazia com cera de abelha, óleo de amêndoa e água de rosas.
Práticas de beleza estranhas
Dizem que ela também passava no rosto uma mistura de mel e morangos esmagados, que dormia com fatias de vitela crua amarradas ao rosto com uma máscara de couro por cima e com panos embebidos em vinagre. Pode-se argumentar que, uma vez que sentia completa falta de controle sobre a própria vida, ela começou a ficar obcecada em controlar sua aparência.
No entanto, ela não gostava de fotogrfias
Apesar de sua dedicação à aparência, quando chegou perto dos 30 anos, Isabel começou a recusar ser fotografada formalmente. O último retrato para o qual posou foi aos 40 anos. Ela se escondia atrás de um ventilador, véu ou guarda-sol quando saía de seu quarto e os historiadores suspeitam que ela queria permanecer como uma bela e jovem garota na mente das pessoas.
Ela se tornou uma rebelde
Isabel era famosa por ser um espírito livre que não era adequado a um estilo de vida submisso e educado, onde o propósito de sua vida era produzir herdeiros homens. Ela zombava dos protocolos da corte austríaca e não era uma esposa quieta ou uma mãe dedicada.
Ela fumava
Apesar de ser proibido que mulheres fumassem, Isabel era frequentemente vista fumando. E essa notícia fez tanto alarde que se espalhou até na corte inglesa, onde a Rainha Vitória ficou supostamente indignada.
O pai dela encorajou seu espírito aventureiro
O pai de Isabel, o Duque Maximiliano José da Baviera, tinha um espírito livre, amava as artes e viajava muito. Ele teria encorajado o senso de aventura de Isabel, que incluía faltar à escola para fazer passeios a cavalo e caminhadas. Essa provavelmente era a razão pela qual ela não queria se conformar com um estilo de vida Real convencional.
Ela não era só um rostinho bonito
Embora elogiada incessantemente por sua beleza, a inteligência de Isabel era negligenciada. Ela amava história, filosofia e literatura e supostamente tomou gosto pelo poeta lírico alemão e pensador político radical Heinrich Heine, cujas cartas coletou e que a inspiraram a escrever poesia.
Um gosto por viagens
Ela ficou doente depois de dar à luz Rodolfo e os médicos recomendaram que a Imperatriz viajasse para um clima mais tropical, que acabou sendo a ilha portuguesa da Madeira. Isabel ficou por seis meses sem o marido ou os filhos e descobriu que gostava bastante disso. Ela acreditava que Viena a deixava doente e deu início a uma vida de viagens frequentes.
A queda de seu filho
O Príncipe Herdeiro Rodolfo (foto) parecia estar trilhando um caminho bastante convencional no início, pois se casou aos vinte e poucos anos com uma integrante da Família Real belga e teve uma filha em 1883. Mas as restrições de sua vida começaram a pesar sobre ele. O Príncipe tentou em vão anular oficialmente seu casamento, tinha inúmeros casos extra-conjugais e bebia muito.
A misteriosa morte
Em 1888, Rudolf supostamente teve um caso com uma nobre de 17 anos chamada Mary Vetsera, mas, em 30 de janeiro de 1889, ambos foram encontrados mortos no pavilhão de caça do Príncipe em Mayerling. Os historiadores não têm certeza se Rodolfo tirou a própria vida ou se foi assassinato, mas as apostas recaem sobre a primeira opção: ou porque o pai ordenou que ele desse fim ao caso, ou porque ele simplesmente estava deprimido. Rodolfo recebeu postumamente uma dispensa especial do Vaticano e foi considerado “mentalmente desequilibrado”.
A morte que mudou tudo
Há um consenso de que, se Rodolfo tivesse assumido o trono, ele teria terminado a aliança da Áustria com a Alemanha, assim como o Kaiser Guilherme II, impedindo, assim, a possibilidade de uma guerra em grande escala na Europa. Em vez disso, o sobrinho de Francisco José, Francisco Fernando (mais conhecido por seu nome alemão, Franz Ferdinand, na foto), tornou-se herdeiro do trono. O assassinato dele, em 1914, deu início aos eventos que desencadearam a Primeira Guerra Mundial.
Tensão no relacionamento com o marido
Após a morte de seu filho, Isabel ficou em grande parte ausente da corte imperial e viajava com frequência. Especula-se que ela e o marido tinham um relacionamento tenso, que Francisco José tinha inúmeros casos e que ele até lhe passou uma doença venérea – o que explicaria suas doenças misteriosas, ausências prolongadas e recusa em ter mais filhos.
Ela ficou popular na Hungria
A Hungria foi historicamente oprimida no império austro-húngaro e Francisco José só prejudicou ainda mais as relações. No entanto, após a derrota da Áustria nas mãos da Prússia em 1867, Isabel (talvez encorajada por seu relacionamento com o líder populista húngaro Conde Gyula Andrassy) convenceu seu marido a melhorar as relações com a Hungria na esperança de restabelecer a Áustria como uma potência europeia. Essa união desencadeou um período de prosperidade econômica em ambos os lugares e Isabel tornou-se extremamente popular.
Uma última criança
Isabel deu à luz mais uma criança, uma filha chamada Maria Valéria, em 1866. Dizem que ela fez o marido prometer que, se ela tivesse mais um filho, ele a coroaria Rainha da Hungria, o que ele fez em junho de 1867, já que foi simultaneamente coroado Rei. Andrassy foi nomeado primeiro-ministro.
Relação próxima com o Rei Luís II da Baviera
Isabel era próxima de seu primo Luís II, que se tornou o Rei da Baviera aos 19 anos e até pediu a irmã mais nova de Isabel em casamento em 1867, embora ele tenha cancelado o pedido alguns meses depois (há suspeitas de que isso aconteceu porque ele, provavelmente, era gay). Luís II foi deposto num golpe de Estado liderado pelo governo depois de falir a Baviera com seus grandiosos castelos. Ele morreu em 13 de junho de 1886 por afogamento, mais uma grande perda para Isabel.
Ela tinha uma tatuagem
Isabel passava os dias incansavelmente movendo-se entre cidades e nunca ficava muito tempo em um só lugar, embora tivesse uma preferência por Corfu, na Grécia. Quando viajava pelo país, aos 51 anos, Isabel teria tatuado uma âncora em seu ombro para honrar seu amor pelo mar. Ela era conhecida por navegar mesmo nas piores tempestades. Na foto está uma estátua da Imperatriz no Palácio de Achilleion em Corfu, Grécia.
Assassinato
Aos 60 anos de idade, em 1898, Isabel raramente era vista em Viena. Quando estava Suíça, ela planejou pegar um barco através do Lago de Genebra para a cidade de Montreux. Em sua curta caminhada do hotel até o porto, um italiano chamado Luigi Lucheni se aproximou da desprotegida Imperatriz, fingiu tropeçar e a esfaqueou, penetrando seu coração e pulmões.
Ela não sentiu
Por causa do espartilho extremamente apertado, Isabel não sentiu a dor da ferida e achou que o homem só tinha acabado de derrubá-la. Ela se levantou e até conseguiu entrar no navio. Mas, alguns minutos após a partida, ela desmaiou.
Suas últimas palavras
Minutos depois, ela morreu, com apenas uma gota de sangue supostamente escorrendo em seu vestido – que era preto como no primeiro dia em que conheceu Francisco José. Dizem que suas últimas palavras foram: “O que realmente aconteceu?” Mais tarde, as autoridades prenderam o anarquista Lucheni, o levaram a julgamento e lhe deram uma sentença de prisão perpétua. Ele se enforcou em 1910.
Uma estrela de cinema póstuma
Na década de 1950, a trilogia ‘Sissi’, estrelada por Romy Schneider, tornou a Imperatriz mundialmente famosa. Mais tarde, em 1972, Schneider também estrelou um filme de Luchino Visconti sobre o amigo próximo Sissi, o excêntrico Rei Luís II da Baviera.
Em 2021, uma minissérie chamada ‘Sisi’, feita a partir da perspectiva de seus confidentes mais próximos, foi ao ar. Em 2022, a Netflix lançou uma série chamada ‘A Imperatriz’, que leva os espectadores através dos primeiros anos do casamento de Isabel com o Imperador Francisco José. ‘Corsage’ (2022) é o mais recente filme sobre Sisi. A história é estrelada por Vicky Krieps e destaca a rebeldia da Imperatriz após os 40 anos.
(Crédito: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – HISTÓRIA/ ENTRETENIMENTO/ NOTÍCIAS/ POR STARS INSIDER LIFESTYLE – 15/05/23)