Fernando Gasparian, ex-deputado e fundador do jornal “Opinião” e da revista “Argumento”, críticos da ditadura militar

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Ex-deputado e fundador do jornal “Opinião” e da revista “Argumento”, críticos da ditadura militar

 

(1º plano): Antônio Carlos Jobim (1º); Fernando Gasparian (2º); Tancredo Neves (4º); José Aparecido de Oliveira (5º). Atrás de Fernando Gasparian: Aécio Neves e outros durante jantar na residência de Fernando Gasparian por ocasião da campanha presidencial. (Foto: FGV/Reprodução)

(1º plano): Antônio Carlos Jobim (1º); Fernando Gasparian (2º); Tancredo Neves (4º); José Aparecido de Oliveira (5º). Atrás de Fernando Gasparian: Aécio Neves e outros durante jantar na residência de Fernando Gasparian por ocasião da campanha presidencial. (Foto: FGV/Reprodução)

 

 

Fernando Gasparian (São Paulo, 27 de janeiro de 1930 – São Paulo, 7 de de outubro de 2006), inflexível teórico das soluções nacionalistas, editor e ex-deputado federal constituinte, proprietário da editora Paz e Terra, criada, em 1965 por Ênio Silveira – fundador também da Civilização Brasileira – e adquirida em 1973 pelo editor Fernando Gasparian. A editora foi uma espécie de casa da oposição à ditadura nos anos 70, publicando autores de esquerda como o pedagogo Paulo Freire e o economista Celso Furtado.

 

Empresário nacionalista chegou a empregar 5.000 funcionários em empresa têxtil e tentou fixar limite aos juros na Constituinte.

 

Antes de ser editor, Gasparian atuava no semanário Opinião na década de 70. Associou-se então à editora Paz e Terra, que passou a contar entre seus acionistas com nomes como Alceu Amoroso Lima, Barbosa Lima Sobrinho, Berta Ribeiro, Celso Furtado, Dias Gomes, Érico Veríssimo, Fernando Henrique Cardoso, José Aparecido de Oliveira e Wilson Fadul.

 

Durante este período, a editora lançou a revista Argumento, criada para debater temas que variavam entre política, economia, esportes e artes e que teve sua circulação suspensa no quarto número devido às pressões da censura na ditadura militar.

 

Empresário e político de convicções nacionalistas, Gasparian fundou nos anos 70 o jornal semanário “Opinião” e a revista “Argumento”, considerados focos de resistência à ditadura militar, presidiu a Editora Paz e Terra e criou a livraria Argumento, no Rio de Janeiro.

 

 

Nacionalista

 


No início dos anos 60, Gasparian era um dos principais empresários da indústria têxtil no país, dono da América Fabril, sediada no Rio, que chegou a ter mais de 5.000 funcionários.

 

Após o golpe militar de 64, passou a ser perseguido pela ditadura. “Meu pai teve de parar com a indústria porque o governo cortou o crédito do Banco do Brasil, que era o principal financiador”, disse o filho Eduardo.

 

Em 1970, ao saber que poderia ser preso por motivos políticos, Gasparian foi para o exílio na Inglaterra. Retornou ao Brasil logo depois, quando fundou o jornal “Opinião”.

 

Foi editor do jornal entre 1971 e 1975. Durante sete anos, o jornal firmou-se como veículo alternativo de críticas ao regime militar, abrigando autores como Celso Furtado, Fernando Henrique Cardoso, Dias Gomes, Alceu Amoroso Lima e Érico Verissimo.



Editora

 


Em 1973, o grupo do “Opinião” liderado por Gasparian assumiu a editora “Paz e Terra”, fundada em 1965 pelo seu amigo e editor Ênio Silveira, também fundador da Civilização Brasileira.

 

A Paz e Terra deu espaço a autores que eram adversários do regime, como o educador Paulo Freire (1921-1997), autor de “Pedagogia do Oprimido”.

 

A editora deu prioridade às áreas de filosofia, sociologia e ciência política, tornando-se referência no meio acadêmico.

 

A revista Argumento tratava com inventividade temas da política, da economia, dos esportes e das artes. O então diretor-responsável, Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000), chegou a suspender a circulação da revista após o quarto número, em resposta a uma tentativa de tutela da linha editorial pelos censores do governo.

 

Em 1977, Gasparian criou a Livraria Argumento em São Paulo. No ano seguinte, transferiu-a para o Rio de Janeiro. Hoje, a livraria conta com três lojas na capital fluminense: no Leblon, na Barra da Tijuca e em Copacabana.

 



Parlamentar

 

 


O editor retornou a São Paulo em 1984. Dois anos depois, se elegeu deputado federal pelo PMDB. Na Constituinte, sua contribuição mais citada foi a criação do teto dos juros reais em 12% ao ano, que não chegou a ser regulamentada pelo Congresso Nacional.

 


Gasparian também tentou, como deputado, impor uma quarentena (não poderiam ocupar cargos na iniciativa privada) aos ex-dirigentes do Banco Central.

 


Durante o governo de seu amigo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), opôs-se à privatização da companhia mineradora Vale do Rio Doce e defendeu a adoção do limite de 12% aos juros reais -assim como dizia a Constituinte-, nunca colocada em prática.

 


Gasparian deixou viúva, Dalva, e quatro filhos, a diplomata Helena e os três livreiros, Laura, Eduardo e Marcus, que dirigem as livrarias Argumento.

Fernando Gasparian morreu em 7 de de outubro de 2006, aos 76 anos, vítima de infecção generalizada, no hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.

(Fonte: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias- NOTÍCIAS – BRASIL – 8 de outubro de 2006)

(Fonte: Veja, 14 de maio de 2008 – ANO 41 – Nº 19 – Edição 2060 – Livros/ Por Moacyr Scliar – Pág: 146/147)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil – FOLHA DE S.PAULO – BRASIL – DA REPORTAGEM LOCAL – 9 de outubro de 2006)

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(Fonte: Veja, 30 de janeiro de 1974 – Edição 282 – LITERATURA/ Por Mário Alberto de Almeida – Pág: 60/62)

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