Fernando de Barros, jornalista, cineasta e editor de moda português naturalizado brasileiro.

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O jornalista que se tornou marca da moda no Brasil

 

FERNANDO DE BARROS (Foto: Leo Feltran)

 

Fernando de Barros (Portugal, 6 de janeiro de 1915 – São Paulo, 11 de setembro de 2002), jornalista, cineasta e editor de moda português naturalizado brasileiro. Alguns dos melhores profissionais da imprensa brasileira trabalharam para a Revista do Globo. Um deles foi Fernando de Barros.

Ele foi a maior referência da moda masculina no Brasil e fez história também no cinema e no teatro. Nascido em Portugal, chegou ao país em 1940, para atuar na produção do filme Pureza. Com a Europa em guerra, decidiu ficar. Tornou-se diretor dos estúdios Vera Cruz e produziu cerca de vinte filmes. Quando O Pagador de Promessas recebeu a indicação para o Oscar de melhor filme estrangeiro, em 1963, os produtores o escolheram para representa-los em Hollywood.

No teatro, produziu a peça que deu início à carreira profissional de Paulo Autran. Foi casado com a atriz Maria Della Costa. Com a modelo Giedre Valeika teve seu único filho, também jornalista. Teve outras lindas namoradas, até bem recentemente.

Amigo de personalidades como Ingrid Bergman e Michelangelo Antonioni, era constantemente convidado para eventos internacionais. Em Paris, almoçava com o estilista Pierre Cardin.

Fernando de Barros era português, chegou ao Brasil com pouco mais de 20 anos e aqui ficou. Foi um dos mais respeitados críticos de moda do país, trabalhou por 34 anos na Editora Abril, em revistas como editor de moda na Playboy e Exame Vip.

Em 1950 foi convidado a trabalhar na Companhia Vera Cruz, primeiramente como assistente de direção de fotografia, assistente de produção e de direção e, depois, como diretor. Depois do cinema se tornou um dos jornalistas e críticos mais respeitados do mundo da moda. Escrevia sobre beleza para a revista O Cruzeiro, uma das revistas mais importantes da América Latina, nos anos 40 e 50.

De glamour ele entendia: foi casado oito vezes ou manteve romances com belas mulheres, como Tônia Carrero, Maria Della Costa, Odete Lara e a modelo Giedre Valeika. Também lançou dois livros sobre o assunto: Elegância – Como o Homem Deve Se Vestir e O Homem Casual.

Fernando inaugurou o tema moda masculina na imprensa, na revista Quatro Rodas. Nos últimos 35 anos, colaborou com diversas publicações da Editora Abril, que edita VEJA. A quem se espantava diante de sua vida movimentada, respondia com modéstia sincera: “Isso não é nada, não. Sou um homem simplesinho”.

(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – N° 17.225 – 4 de dezembro de 2012 – Opinião Casual – Almanaque Gaúcho/ Ricardo Chaves – Pág; 54)

(Fonte: Veja, 18 de setembro de 2002 – ANO 35 – Nº 37 – Edição 1769 – DATAS – Pág: 96)

 

 

 

 

Fernando de Barros, editor jornalista de moda

Fernando de Barros foi editor de moda da Playboy por 26 anos, mas sua permanência na editora Abril foi de 35 anos. Barros escreveu dois livros sobre moda, Elegância, de 1997, e O Homem Casual, em 1998. Referência no mundo fashion brasileiro, ele ganhou uma homenagem em 2000 com o livro Ele é Top Fernando de Barros, editado pela também jornalista de moda Eda Romio.

Português de Lisboa, Fernando de Barros chegou ao Brasil em 1940. Sua vinda ao País não teve relação com a moda, e sim com o cinema. Barros chegou ao Brasil convidado para a equipe de Pureza, filme de Chianca de Garcia baseado em José Lins do Rêgo. Um atropelamento no Rio o impediu de tomar parte na produção. “Fraturei cabeça, nariz e vértebras da coluna. Renasci no Brasil e decidi ficar, porque sempre fui guiado por acontecimentos”, disse ele ao Estado em agosto de 1997.

Mas o cinema ainda iria garantir sua sobrevivência no País. No fim dos anos 40, ele foi convidado para ser produtor-geral da Vera Cruz, que vivia o início de uma fase de produção industrial no auge do cinema brasileiro. Como produtor, Barros realizou oito filmes: Tico Tico no Fubá (1952), Apassionata (1952), Arara Vermelha (1957), Copacabana Palace (1962), As Cariocas (1966), O Homem Nu (1968), Cléo e Daniel, (1970) e A Are de Amar Bem. Também escreveu o roteiro de seis: Caminhos do Sul (1949), Uma Certa Lucrécia (1957), Moral em Concordata (1959), Dona Violante Miranda (1960), A Arte de Amar Bem (1970) e Lua de Mel e Amendoim (1971).

O capricho que Barros demonstrava com o visual de atores e atrizes nos filmes que produzia foi responsável por sua carreira no jornalismo. Em 1960, o editor da revista Quatro Rodas o convidou para escrever sobre moda na publicação. Barros aceitou e disse, anos depois, que havia descoberto com a moda algo mais criativo que o cinema.

A nova carreira não parou mais, e até o fim de sua vida trabalhou na revista Playboy, na qual era responsável pelos editoriais de moda. Seu trabalho era conceber e coordenar os ensaios fotográficos sobre moda da revista. Além disso, ele respondia a dúvidas de leitores na revista ou em sua versão para a Internet.

Presença certa nos grandes eventos da moda brasileira, Fernando de Barros era crítico dos desfiles tal comosão feitos atualmente. “Os desfiles são longos e chatos, os estilistas mostram peças de lojas”, disse ele ao Estado. A experiência em moda levou Fernando de Barros a fazer uma coleção de moda masculina para a grife Dudalina. A coleção Dudalina por Fernando de Barros é composta por uma linha de camisas sociais e “sport chic” e uma linha de gravatas.

Os dois livros de Fernando de Barros dão dicas de moda para homens. Em Elegância Como o Homem Deve se Vestir, ele resolve questões que geralmente são problema para os homens, como a combinação correta de ternos, camisas, gravatas e meias. Já em O Homem Casual – A Roupa do Novo Século, Fernando de Barros não estabelece combinações rígidas, mas recomenda um modo de vestir para homens que não gostam de perder tempo diante do espelho. O sucesso comercial de ambos, porém, foi marcante. Elegância vendeu 5 mil exemplares em duas semanas, o que obrigou a editora Negócio a fazer uma segunda edição logo após o lançamento.
O jornalista de moda Fernando de Barros morreu em 11 de setembro de 2002, aos 87 anos. Ele estava internado há uma semana no Hospital São Luís para tratar de uma pneumonia. Seu enterro foi no Cemitério do Morumbi, em São Paulo.

(Fonte: http://www.estadao.com.br/arquivo/arteelazer/2002 – CADERNO 2 – VARIEDADES – 11 de Setembro de 2002)

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