Emilio Massera, almirante destituído, ex-comandante da ditadura argentina (1976-1983)

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Emilio Massera, almirante destituído, ex-comandante da ditadura argentina (1976-1983), acusado de centenas de sequestros, torturas e assassinatos. Massera estava entre os conspiradores que efetuaram o golpe de estado em 24 de março de 1976 contra a presidente María Estela Martínez de Perón.

Massera participou do golpe de 1976 na Argentina e da junta militar que governou o país de 1978 a 1983.

Membro integrante da junta militar ao lado de Jorge Rafael Videla (Exército) e Orlando Ramón Agosti (Aeronáutica), dirigiu, através da Marinha Argentina, uma repressão implacável aos opositores do regime.

Comandou o centro de detenção clandestino da Marinha em Buenos Aires, conhecido como ESMA (Escola Superior de Mecânica da Armada). Neste local estima-se que tenham passado cinco mil presos.

Massera foi julgado e condenado à prisão perpétua em 1985. Indultado pelo governo de Carlos Menem, tornou-se novamente alvo da justiça após Néstor Kirchner reabrir os processos contra os militares da ditadura.

Emilio Massera, morreu na segunda-feira, dia 8 de novembro de 2010, aos 85 anos de idade, vítima de hemorragia cerebral. Massera havia sofrido há vários anos outro acidente cérebro-vascular que o deixara em estado quase vegetativo. Por causa disso, a Justiça o declarou incapaz (insanidade mental), liberando-o de ser julgado por centenas de sequestros, torturas e assassinatos.
(Fonte: noticias.terra.com.br/mundo – 8 de novembro de 2010)

BUENOS AIRES (Reuters) – Emilio Massera, um dos membros da Junta Militar que assumiu o poder na Argentina em 1976, morreu na segunda-feira aos 85 anos, segundo a imprensa local.

Ele estava sob prisão domiciliar por ter sido condenado por torturas, homicídios e confisco de imóveis e empresas de presos políticos. Estava acamado e debilitado desde que sofreu um derrame em 2002.

Alemanha, Espanha, Itália e França pleitearam a extradição de Massera para julgá-lo pela morte de cidadãos seus durante a ditadura (1976-83), mas a Justiça argentina decidiu que ele não tinha condições de saúde para ser julgado novamente.

O almirante Massera foi um dos três integrantes da Junta Militar que assumiu o poder com a deposição da presidente Isabel Perón. Ele também dirigiu a notória Escola de Mecânica da Armada (Esma), onde dissidentes do regime militar foram presos e torturados.

Foi condenado em 1985, logo depois da redemocratização, mas cumpriu apenas cinco anos de pena, pois se beneficiou de uma anistia geral. Em 2007, a Justiça decidiu que a anistia havia sido inconstitucional, e a pena de prisão perpétua foi retomada.

Estima-se que 5.000 presos políticos tenham passado pelos porões da Esma durante a ditadura. Muitos foram torturados, e diversos acabaram sendo colocados em aviões e atirados — mortos ou sedados — no rio da Prata.

Era comum também que os oficiais navais roubassem casas, empresas, carros e móveis dos prisioneiros, que eram forçados a falsificar documentos que davam a posse dos bens aos oficiais.

Ao ser condenado em 1985, Massera se recusou a pedir perdão pelas torturas.

“Ninguém tem de se defender por ter vencido uma guerra justa. A guerra contra o terrorismo subversivo foi justa. Não se pode interrogar um terrorista como se estivesse questionando uma criança”, alegou ele.

Grupos de direitos humanos dizem que cerca de 30 mil pessoas foram mortas pelo regime militar.

Em 1998, oito anos após ser anistiado, Massera voltou a ser detido pela acusação de ter sequestrado bebês nascidos de presas políticas, um crime que não havia sido abrangido pela anistia.

(Fonte: br.noticias.yahoo.com – Por Helen Popper – 8 de novembro de 2010)

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