Edoardo Bizzarri, professor e tradutor, tornou-se diretor do Instituto Cultural Italo-brasileiro.

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Bizzarri: um catedrático

Edoardo Bizzarri (Roma, Itália,13 de janeiro de 1910 – São Paulo, 27 de junho de 1975), professor e tradutor nascido em Roma, Itália, veio para o Brasil em 1948, como adido cultural do Consulado Italiano em São Paulo; desde então, tornou-se diretor do Instituto Cultural Italo-brasileiro. A exigência de fazer conhecer a Itália no imediato Pós-Guerra deu origem ao “Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro” (novembro de 1945).

O concreto começo das atividades do Instituto, realizado também graças à ótima rede de contatos e acordos com instituições locais, aconteceu em 1948 com o envio, por parte do Ministério das Relações Exteriores italiano, de uma figura qualificada em condições de garantir uma orientação e um apoio competentes. A escolha recaiu sobre o Prof. Edoardo Bizzarri (13/01/10 – 27/06/75) que tomou oficialmente a direção do Instituto em 1951.

Criou a importantíssima Casa de Dante (responsável por inúmeros convênios culturais entre os dois países); traduziu, para a Editora Feltrinelli, com grande sucesso de crítica, Guimarães Rosa e Érico Veríssimo; “Tomo a bênção, Mestre Guima.” Foi com essa frase que o professor italiano Edoardo Bizzarri se dirigiu ao escritor brasileiro João Guimarães Rosa (1908-1967), quando viu concluída sua tradução de “Corpo de Baile” para a editora Feltrinelli.

O livro foi publicado na Itália em 1964, num único volume, com o título de “Corpo di Ballo”. O criterioso Bizzarri criva Rosa de perguntas sobre o significado de centenas de palavras sertanejas, arcaicas e inventadas. Rosa responde abrindo seu universo mágico e erudito. Correspondência entre Rosa e o tradutor italiano Edoardo, entre 1959 e 1967, que verteu para o italiano o livro “Corpo de baile”. Pronunciou uma infinidade de cursos e palestras sobre assuntos tão variados como Maquiavel, Petrarca, Michelangelo ou a “Divina Comédia”; era catedrático de Litaratura e Língua Italianas na USP. Bizzarri morreu no dia 27 de junho de 1975, de um aneurisma, aos 64 anos, em São Paulo.

(Fonte: Veja, 2 de julho de 1975 – DATAS – Edição 356 – Pág; 67)
(Fonte: www1.folha.uol.com.br – MARCELO PEN/Crítico da Folha de S.Paulo – 24/05/2003)

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