Dmitri Volkogonov, historiador, pesquisador e militar russo, autor do clássico, Os Sete Chefes do Império Soviético

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Dmitri Volkogonov (Chita, 22 de março de 1928 – Moscou, 6 de dezembro de 1995), historiador, pesquisador e militar russo. Doutor em filosofia e em história, Volkogonov foi nomeado coronel-general do Exército soviético em 1986, e chefiou o departamento de guerra psicológica do exercito soviético. É autor do clássico e derradeiro livro, Os Sete Chefes do Império Soviético, publicado postumamente. Também é autor de uma biografia de Stalin.

Durante décadas, o militar e historiador russo – a exemplo dos militantes comunistas de todo o mundo – acreditou na maior falácia do século XX: a integridade do sistema político vigente na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Esse clássico da literatura resume com clareza as razões para tal mudança, a partir da análise da trajetória dos homens que comandaram aquela gigantesca e desaparecida potência, de suas origens, na Revolução de 1917, até sua extinção, em 1991: Vladimir Lenin, Josef Stalin, Nikita Kruchev, Leonid Brejnev, Iuri Andropov, Konstantin Chernenko e Mikhail Gorbachev.

Feita em gabinetes acadêmicos: como coronel-general, o autor trabalhou para os quatro últimos líderes da União Soviética. A linha mestra que costura a obra é a ideia de que o pior da experiência soviética já se encontrava no leninismo.

A tese central: “Tratava-se de um sistema que incorporava a própria personalidade de Lenin”.

Josef Stalin – que comandou a União Soviética com mão de aço entre 1924 e 1953, promovendo a morte de possivelmente 20 milhões de pessoas – não seria, portanto, um detrator do “pai da pátria”, mas sim um aplicado continuador de seu pensamento.

Pesquisador que ajudou a trazer a público os arquivos secretos da KGB, Volkogonov produziu um livro bem documentado, que ilumina aspectos controversos da história soviética.

Volkogonov conclui que o inevitável colapso da União Soviética se deveu sobretudo à pretensão de onisciência, onipotência e onipresença do Partido Comunista. Assim, quando Mikhail Gorbachev surgiu no posto mais alto do Kremlin, estava claro que buscava conciliar propostas inconciliáveis: a expressão da liberdade dentro de um sistema totalitário.

Em 1995,  poucos meses antes de morrer, aos 67 anos, vítima de câncer, ele disse em uma entrevista ao jornal The New York Times que a única coisa da qual se orgulhava na vida era ter sido capaz de alterar seus pontos de vista em relação ao regime a que fora fiel por tanto tempo.

 

(Fonte: Veja, 20 de agosto de 2008 – ANO 41 – N° 33 – Edição 2074 – Artes & Espetáculos – Livros/ Por RINALDO GAMA – Pág: 126/127)

 

 

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