Demétrio Ribeiro, arquiteto e urbanista, ex-presidente do IAB-RS e do IAB-Nacional

0
Powered by Rock Convert
Demétrio Ribeiro (1916-2003), ex-presidente do IAB-RS e do IAB-Nacional

Demétrio Ribeiro (1916-2003), ex-presidente do IAB-RS e do IAB-Nacional

Demétrio Ribeiro (1916-2003), arquiteto e urbanista, ex-presidente do IAB-RS e do IAB-Nacional

Demétrio Ribeiro graduou-se pela Faculdade de Arquitetura de Montevidéu, Uruguai, em 1943, e revalidou seu diploma pela Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1944.

Ele foi um dos responsáveis pela criação e desenvolvimento do ensino da arquitetura em Porto Alegre, com atuação profissional extensa e diversificada como arquiteto e urbanista. Destacou-se, ainda mais, especialmente como mestre – tendo recebido o título de Professor Emérito da UFRGS – e por sua significativa atuação dedicada às entidades profissionais de arquitetos. Chamado de escola-padrão até o final dos anos 1980 e local de formação de importantes figuras públicas do nosso Estado – entre os quais Leonel Brizola, Valmor Chagas e Moacyr Scliar –, o Colégio Estadual Júlio de Castilhos foi fundado por João José Pereira Parobé, em 1900. Na época de sua criação, recebeu o nome de Gymnásio do Rio Grande do Sul e funcionava junto à Escola de Engenharia. Em 1908, foi renomeado para homenagear o político gaúcho Júlio de Castilhos, falecido cinco anos antes.

Demétrio Ribeiro, 100 anos

Demétrio Ribeiro

 

E, em 1911, com projeto do engenheiro Manoel Barbosa Assumpção Itaqui, foi inaugurada sua imponente sede, em estilo renascentista alemão, infelizmente destruída por um incêndio em 1951. Depois de algumas instalações provisórias, o Julinho transferiu-se, em 1958, para o novo prédio modernista projetado pelo arquiteto Demétrio Ribeiro, em parceria com sua mulher, arquiteta Enilda Ribeiro (1923-2010), vencedores de concurso público, promovido pelo governo do Estado, em 1952. Variadas e inúmeras são as qualidades deste projeto. Segundo o arquiteto Udo Mohr, “a integração urbana e a relação com a praça (Piratini) são evidentes e constituem uma das grandes virtudes do projeto”, que data de 1954. “Os terraços, as grandes aberturas envidraçadas, o grande espaço do hall, conectado com a rua e com a praça através de vastas esquadrias, fazem o espaço interno ser continuidade do espaço urbano”, acrescenta Mohr.

No que se refere aos usuários desses espaços, vale repetir aqui as palavras do arquiteto Sérgio Magalhães, ex-aluno do Julinho e hoje presidente nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil: “A primeira lição de arquitetura de Demétrio aprendi no Julinho, onde as varandas que se abrem para a praça permitem o encontro entre os estudantes, as discussões que não acabam no intervalo, as articulações do Grêmio Estudantil, os namoros. Esse espaço intermediário entre a aula e o saguão era o coração do Julinho. Uma lição, pela simplicidade, muito diferente da exaltação formal que empolgava parte da arquitetura brasileira”.

Demétrio Ribeiro faleceu em 2003.

(Fonte: Zero Hora – ANO 53 – Nº 18.558 – 1º de setembro de 2016 – ALMANAQUE GAÚCHO/Demétrio Ribeiro, 100 anos – Por Ricardo Chaves/Postado por Lucas Vidal – Pág: 52)

Colaborou Flávia Boni Licht

Powered by Rock Convert
Share.