David Niven, ator, escritor, elegante, charmoso e irresistível

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David Niven

David Niven

David Graham Niven (Kirriemuir, Escócia, 1° de março de 1910 – Suíça, 29 de julho de 1983), bom ator, bom escritor, bom amigo de gente como a princesa Grace Kelly e toda a nobreza do cinema mundial. Filho de militar, nascido em Kirriemuir, na Escócia, David Niven sofreu com a morte prematura do pai e, com o segundo casamento da mãe, vagou por boas escolas inglesas, das quais era sistematicamente expulso por um mau comportamento que incluía, por exemplo, colar nas provas de latim e enviar aos colegas presentes arrepiantes como um envelope com cocô de cachorro. Os professores juravam que não seria ninguém na vida.

Foi tenente do Exército britânico, de folha impecável na II Guerra Mundial, para a qual se alistou quando já era alguém em Hollywood – seu primeiro êxito é de 1938: Mãe Solteira, ao lado de Ginger Rogers. Foi muito mais. Nos tempos duros de anonimato viveu como jornalista, vendedor de bebidas, marinheiro e lenhador. No sucesso, que o acompanhou até o fim da vida, deixou vago o posto de último perfeito cavalheiro do cinema, que ocupava naturalmente.

Elegante, charmoso, irresistível – David Niven mereceu todos os adjetivos nessa direção em sua carreira no cinema, além de prêmios materiais como o Oscar de 1958, por Vidas Separadas, drama que estrelou ao lado de Deborah Kerr, parceira também de Bom Dia, Tristeza. Mas será mais lembrado pelo grande público, que comprou 11 milhões de exemplares dos dois livros de memórias que escreveu com igual competência – A Lua É um Balão, de 1971, e Cavalos de Raça, Mulheres de Classe, de 1975 -, pelas comédias sofisticadas e os filmes de aventura que viveu, como A Pantera Cor-de-Rosa, Volta ao Mundo em 80 Dias e Os Canhões de Navarone.

“Sempre sou chamado para fazer um oficial, duque ou vigarista”, brincava ele a respeito dos quase 100 filmes de que participou. A conta excetuava, naturalmente, o primeiro dos 27 papeis em que fez mera figuração – um mexicano, numa cena de multidão. Nessa época, no meio da década de 30, a ficha de David Niven no Escritório Central de Elencos em Hollywood era cruel: “extra; tipo anglo-saxão; n.° 2 008”. Foi período difícil, insuspeitado para quem foi visto em cena por incontáveis admiradores, anos mais tarde, quase sempre com uma taça de champanha nas mãos e um fino sorriso nos lábios. Já debilitado por uma rara moléstia que lhe atrofiava os músculos, David Niven não suportou o forte calor e trocou a casa em Cap-Ferrat, na Costa Azul francesa, onde morava há vinte anos, pelo seu refúgio nos Alpes suíços. Na sexta-feira, dia 29 de julho de 1983, no cenário apropriado do Chateau d”Oest, ele viveu sua última cena inesquecível: ergueu o polegar para a família reunida em volta de sua cama e morreu.

(Fonte: Veja, 3 de agosto de 1983 -– Edição 778 -– Datas -– Pág; 102)

 

 

 

O ator inglês David Niven, que atuou com sucesso em quase 50 anos de carreira, morreu em 29 de julho de 1983, aos 73 anos, em Londres.
(Fonte: Zero Hora – ANO 50 – N° 17.461 – 30 de julho de 2013 – HÁ 30 ANOS EM ZH – 30 de julho de 1983 – Pág; 47)

 

David Niven

David Niven fez carreira em Hollywood pelo seu humor e comportamento britânicos

 

David Niven, ator escocês que fez carreira em Hollywood pelo seu humor e comportamento britânicos, experimentou em 1951, publicar um romance, sem nenhum sucesso. Mas vinte anos depois lançou A Lua É um Balão, em que, em tom jovial e ferino, tecia comentários engraçados e oportunos sobre sua carreira e seu sucesso no cinema e disparou nas vendas. Em 1975, no mesmo filão, lançou Cavalos de Raça, Mulheres de Classe e também foi lido e elogiado.

Em Vá Devagar, Volte Depressa, Niven, conhecedor de Hollywood, mistura realidade e ficção, sempre com bom resultado. Louella Parsons (1881-1972) e Hedda Hopper (1885-1966), as duas poderosas colunistas da década de 50, interferem na vida de Jan Ricardo, a atriz inglesa, como certamente devem tê-lo feito quando Niven começou a sua carreira americana. Muitos amigos do autor, como o produtor David Selznick (1902-1965) e sua mulher, a atriz Jennifer Jones (1919-2009), aparecem como personagens.

(Fonte: Veja, 2 de março de 1983 -– Edição 756 -– Livros/João Cândido Galvão -– Pág: 85)

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