Cyro Monteiro (1913-1973), cantor carioca, o legendário intérprete de Se Acaso Você Chegasse.

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Cyro Monteiro (Rio de Janeiro, 28 de maio de 1913- Rio de Janeiro, 13 de julho de 1973), cantor carioca, o legendário intérprete de “Se Acaso Você Chegasse”. Ao longo de quarenta anos de carreira, ele conseguiu conservar intata sua maneira muito pessoal de cantar. Mais: foi um dos poucos a ficar na tona tanto tempo, sem submergir aos vaivéns da moda, nem trair sua fidelidade ao tipo de samba que o lançou.

Dividir bem – Cyro Monteiro nasceu na Estação do Rocha, no Rio de Janeiro, em 28 de maio de 1913, e foi criado em Niterói. Aos doze anos, começou a aprender samba de partido alto e samba de roda, com Acir Ferraz, amigo de infância. Aos vinte, conheceu Sílvio Caldas apresentado por seu tio, o pianista Nonô. Mostrou-lhe como cantava “Faceira”. E como resultado foi imediatamente levado para a Rádio Mayrink Veiga, onde, em dupla com o próprio Sílvio, iniciou sua carreira profissional.

Sucesso, porém, só em 1938, com a explosão de “Se Acaso Você Chegasse”, que também revelava um grande compositor, Lupicínio Rodrigues. Logo se seguiriam diversos outros, como “Os Quindins de Iaiá”, “Mania da Falecida”, “Beijo na Boca”, “Madame Fulano de Tal”, “O Bonde de São João Batista”, “A Falsa Baiana”. E em todos eles Cyro repetia a mesma interpretação segura e elaborada que o acompanhou até o fim “Para se cantar bem um samba”, explicava, “o principal é a divisão. Se o cantor dividir bem, quem o ouve recebe toda a mensagem. No samba “Escurinho”, por exemplo, no começo eu faço uma negaça, espero, e depois de pegar o fio mais adiante coloco no lugar os compassos que deixei passar. Assim: “O escurinho era um escuro” – pausa – “direitinho”…”

O maior porre – No começo da década de 60, Cyro se afastou por alguns anos da carreira, internado num sanatório para tuberculosos. Mas não abandonou a música. Seu velho amigo Vinicius de Moraes costuma lembrar uma visita em que ele e Cyro trocaram “brindes musicais”. O cantor já tinha criado, entre os doentes, um verdadeiro conjunto.

Mas ele foi também personagem. Flamenguista doente, acompanhado sempre pela caixinha de fósforos com que batia seu próprio ritmo, povoava as noites da velha boêmia carioca. E foi para ela que enviou, dois dias antes de morrer, seu último recado: “Não se incomodem, amigos, porque eu, que estou há dois anos sem beber, já marquei um encontro, lá, com o Benedito Lacerda, o Pixinguinha e o Stanislaw Ponte Preta. Vamos tomar o maior porre da história”. Seu último show, em novembro de 1972, na boate Flag do Rio de Janeiro, despertou as mesmas adesões elogiosas de outras épocas. No dia 13 de julho, porém Cyro Monteiro interrompeu de vez sua carreira. Internado nove dias antes na Casa de Saúde Santa Maria do Rio de Janeiro, com gangrena na prostáta, o grande intérprete acabou não resistindo. Tinha apenas um pulmão (o outro fora extraído por tuberculose, há doze anos) e não sobreviveu à “descompensação respiratória” que se seguiu a uma segunda operação.
(Fonte: Veja, 18 de julho, 1973 – Edição n.° 254 – DATAS – Pág; 15 – A morte de Cyro/ Pág; 110)

No dia 28 de maio de 1913 – Nasce Ciro Monteiro, cantor e compositor brasileiro. Ele morreu no dia 13 de julho de 1973.
(Fonte: Correio do Povo – Ano 114 – Nº 239 – Geral – Cronologia/ DIRCEU CHIRIVINO – quinta-feira, 28 de maio de 2009 – Pág; 24)

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