Cole Porter (Cole Albert Porter), para muitos o maior compositor da música norte-americana

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A glamourosa vida de Cole Porter

 

Bom vivant, seu gosto pelo luxo foi uma constante em sua vida, permeada também pelo glamour e pela extravagância. Suas letras e composições tinham grande sofisticação, técnica e um estilo singular

 

Cole Albert Porter (Peru, Indiana, 9 de junho de 1891 – Santa Mônica, Califórnia, 15 de outubro de 1964), pertenceu ao seleto grupo de compositores que elevaram a música popular à categoria de “grande arte”.

 

Porter criou temas para musicais da Broadway e de produções de Hollywood, mas não se restringiu aos temas jazzísticos. Suas composições incluíam também influências de música country e oriental.

 

Teve bela introdução de seu trabalho como compositor, em algumas das principais sucessos em vozes de artistas como Frank Sinatra, Fred Astaire (1899-1987) e até de Roy Rogers, o caubói do cinema.

 

Cole Porter nasceu em família rica, viveu a adolescência nos anos loucos da década de 20 e alçou o posto de músico prestigiado no glamour dos anos 30. De um lado, um artista genial. Compôs mais de 800 canções, e pelo menos 100 delas permanecem no panteão das músicas eternizadas por um incipiente cinema falado. Na vida pessoal, era um boêmio imerso numa vida de luxo, fama e muitos prazeres, em uma época em que a Era do Jazz abria os salões luxuosos da Europa para festas e para as artes. Sua vida alternava-se entre os teclados do piano, as poltronas dos teatros, os copos de champanhe e a fumaça dos charutos. No círculo social, mulheres de pernas à mostras e pescoços nus exibiam belas pérolas, homens charutavam pelos salões e discutiam arte e literatura. Era tempo de Coco Chanel, James Joyce, Ernest Hemingway, do cubismo de Picasso, de Greta Garbo e Fred Astaire. Homossexual, ele despertou paixões.

 

Nascido em 9 de junho de 1891, numa fazenda na cidade de Peru (Indiana, EUA), desde criança foi obrigado pela mãe a estudar música. Rica e obsessiva, Kate Porter queria fazer do filho um astro. Tanto que o transformou num fictício menino prodígio: falsificou a certidão de nascimento do pequeno Porter e o transformou num exímio violinista e pianista aos 8 anos de idade. Oito? Na verdade eram 12. Frágil e franzino, a diferença não se fazia perceber.

 

Respeitando a vontade do avô, o patriarca J.O. Cole, inicia faculdade de direito em Yale, muda-se para Harvard, mas o anseio materno prevalece. Pede transferência para a Escola de Música. Ainda em Yale, Cole Porter fez músicas para os times de futebol, além de compor 6 musicais e 300 canções para grupos e organizações estudantis.

 

Naquela época, a música americana era dominada pelos musicais feitos para teatro. Os discos eram raros e o cinema, mudo. O negócio então era escrever para a Broadway e vender partituras, já que o piano era moda nas luxuosas festas dos salões europeus. Só a partir da década de 50 a música de Cole Porter sairia dos palcos e das telas de cinema para transformar-se em música popular na voz de famosos intérpretes.

 

Em 1916, Cole estreou o seu primeiro musical montado na Broadway, See America First, um fracasso. No ano seguinte, muda-se para Paris e em 1919 casa-se com Linda Lee Thomas, fato que transformaria para sempre a sua vida.

 

Viúva de um banqueiro e oito anos mais velha, manteve com Porter uma relação singular. Ela, traumatizada pelos abusos sofridos no casamento, era uma mulher sem interesse por homens. Ele, um homossexual assumido. Juntos, construíram uma vida a dois, cheia de altos e baixos, que durou 30 anos. O casal mantinha uma vida glamourosa, dividida entre as residências de Paris e Nova York, com idas ao teatro, noitadas e cruzeiros pelo mundo. Entre uma badalação e outra, Porter compunha para o teatro e para o cinema. Linda tornou-se a verdadeira musa inspiradora do gênio, para quem ele dedicou boa parte de suas composições. E permaneceram juntos até a morte dela, em 1954, vítima de doenças pulmonares provocadas pelo fumo desmedido. Linda abandonou Porter apenas por um breve período, cansada dos romances que ele mantinha com jovens artistas nas chamadas ‘casas de encontro’, muito comuns na época – fatos que, pela harmonia de seu casamento, ela fingia ignorar.

 

Foi Linda a grande incentivadora do talento do marido. Em Paris, Porter tocava em festas organizadas pela esposa, onde era ouvido por nomes como Picasso, Nijinsky, Fitzgerald e Hemingway. E com a ajuda da mulher, estréia em 1928 o seu primeiro grande musical de sucesso na Broadway, Paris. Nos anos 30, permaneceu na Broadway ao lado das grandes estrelas do teatro. Nas décadas de 40 e 50, escreveu canções de cinema para musicais com Fred Astaire, Judy Garland, Gene Kelly, Frank Sinatra, Grace Kelly, Rita Hayworth e outras estrelas de Hollywood.

 

O sucesso dos seus musicais e as canções que criou para os filmes da época de ouro de Hollywood tornaram-no um dos maiores nomes da música popular americana e um dos mais conhecidos do mundo. A produção foi vastíssima e inclui clássicos como ‘Night and day’, ‘Beguin the beguine’ (gravado por Gal Costa), ‘My heart belongs to daddy’, ”Anything Goes”, ‘Don’t fence me in’, , ”I’ve Got You Under My Skin”, ‘Get Out Of Town’ (gravado por Caetano Veloso), ‘I Get a Kick Out of You’, ‘Just One of Those Things’, ‘What Is This Thing Called Love?’, ‘Love for Sale’, ‘I Love Paris’, entre outros. Entre os musicais da Broadway, destacam-se ‘The New Yorkers’ (1930), ‘Gay Divorce’ (1932), ‘Anything Goes’ (1934), ‘Jubilee’ (1935), ‘Kiss me Kate’ (1948), entre outros.

 

Em 1937, um acidente afetaria a sua vida para sempre. Quebra as duas pernas ao cair de um cavalo, o que lhe causaria dores agudas pelo resto da vida. Nos vinte anos seguintes, o compositor foi submetido a mais de 30 cirurgias e, mesmo numa cadeira de rodas, continuou compondo. As cirurgias não impediram que sua perna direita fosse amputada em 1958. Porter abandona, então, a vida social e torna-se um recluso. Em depressão, pára de tocar e compor, torna-se alcoólatra e decadente.

Morre na solidão, em 15 de outubro de 1964, num hospital da Califórnia.

 

 

Cenas de cinema

 

 

Ao som de Night and Day,Fred Astaire canta para Ginger Rogers em A Alegre Divorciada (The Gay Divorcee, 1932).

 

Ao som de Easy to Love, James Stewart e Eleanor Powell cantam passeando de mãos dadas em Nasci para Dançar (Born to Dance, 1936).

 

Ao som de Begin the Beguine, Astaire e Powell dançam sobre o chão espelhado em Melodia da Broadway (Broadway Melody, 1940).

 

Ao som de From This Moment On, Tommy Rall, Bobby Van e Bob Fosse dançam com Ann Miller e Carol Hainey em Dá-me um Beijo (Kiss me Kate, 1953).

 

Bing Crosby canta I Love You, Samantha para Grace Kelly em Alta Sociedade (High Society, 1956).

 

Frank Sinatra também canta para Grace no mesmo filme. A música: Sensational.

 

Astaire canta All of You para Cyd Charisse em Meias de Seda (Silk Stockings, 1958).

 

No dia 9 de junho de 1891 –Nascimento de Cole Porter (Cole Albert Porter), para muitos o maior compositor da música norte-americana, autor dos standards “Night and Day”, “Begin the Beguine”, “You Never Know”, “I Get a Kick Out of You” e “Ive Got You Under My Skin”, entre inúmeros outros.
Porter morreu aos 73 anos.

(Fonte: Correio do Povo – Ano 114 –Nº 252 – Geral – Cronologia/ DIRCEU CHIRIVINO – 9 de junho de 2009 – Pág; 23)

(Fonte: Veja, 22 de setembro de 2004 – ANO 37 – N° 38 – Edição 18721 – Veja recomenda/ Livro – Pág: 140/141)

(Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Epoca – Edição 341 – 29/11/04)

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Em 25 de fevereiro de 1952 – A coreografia do musical Kiss me Kate, de Cole Porter, foi a primeira a ser registrada com direitos autorais.

(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br – FATOS DO DIA – 25 de fevereiro)

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