Charles Lutwidge Dodgson, reverendo e diácono conhecido pelo seu pseudônimo Lewis Carroll

0
Powered by Rock Convert
Charles Lutwidge Dodgson, reverendo e diácomo conhecido pelo seu pseudônimo Lewis Carroll
 

Autor das histórias de Alice

 

Charles Lutwidge Dodgson (Daresbury, 27 de janeiro de 1832 – Guildford, 14 de janeiro de 1898), reverendo e diácono da Igreja Anglicana, nome de pia batismal conhecido pelo seu pseudônimo Lewis Carroll.

 

 

Educado nas afamadas instituições acadêmicas de Rugby e Oxford, onde passou os anos lecionando matemática, na faculdade Christ Church, Charles Dodgson, tímido e gago, solteirão convicto -, só teve ligações, ao longo de toda a vida, com meninas entre 8 e 12 anos.

 

 

Sob seu nome, deixou ensaios e monografias sobre Euclides, álgebra e lógica matemática. Sob o nome de guerra Lewis Carroll, além de quebra-cabeças e puzzles matemáticos, o simpático reverendo é responsável por pelo menos três obras-primas autenticadas por acedêmicos de boa cepa ligados às leiloarias: Alice no País das Maravilhas (1865), Através do Espelho e o que Alice Encontrou Lá (1871) e o longo poema A Caça dos Snark (1876).

 

 

Os dois primeiros livros são romances que, com alguma boa vontade e esforço de imaginação, poderíamos chamar de “infantis”, embora se deva levar em conta o que era um – e principalmente uma – infante de alta classe média durante a era vitoriana.

 

 

O poema é uma extensão, em forma e conteúdo, de versos contidos nos dois romances. Todos os três, na necessidade de um rótulo, ou encapsulação, representam o ponto mais alto dessa arte em que os ingleses não só são mestres como únicos praticantes: o nonsense, uma das 27 palavras em inglês que, não têm tradução.

 

 

O enigma Lewis Carroll não será desvendado com a publicação de Algumas Aventuras de Sílvia e Bruno. Na introdução desde lá da Rive Gauche, Paris, temos uma ideia da curiosa gênese do caudaloso Sylvie and Bruno original, publicado em duas partes, respectivamente em 1889 e 1893. A obra começou a ganhar corpo a partir de 1873, logo depois da notoriedade instântanea alcançada com Alice.

 

 

Lewis Carroll se impôs um desafio: escrever uma obra de ficção diferente dos dois livros anteriores. Durante dezesseis anos, trabalhou na interminável obra de ficção protagonizada pelo duende Bruno e por sua irmã, a fada Sílvia.

 

 

Elaborando uma trama dupla, concatenando incidentes casualmente acumulados durante anos, Carroll resolveu inverter o processo usual da narrativa reunindo nonsenses e reflexões morais e religiosas, dirigidas simultaneamente aos públicos adulto e infantil, ou seja, as convenções literárias ficariam transformadas em lúdico quebra-cabeça.

 

 

Assim, narrando duas histórias contíguas, repletas de esoterismos e alusões obscuras e claras, Lewis Carroll foi indo até acabar com dois pesados volumes de entre 700 e 800 páginas.

 

 

O resultado, com a publicação do primeiro volume, em 1889, foi desconcertante para o público leitor da época. O segundo, de 1893, não esclareceu nada, apesar de oferecer – um desfecho e amarrar todas as pontas soltas da narrativa. A opinião geral foi de que se tratava apenas de um amontoado caótico de histórias independentes.

 

(Fonte: Veja, 11 de fevereiro de 1998 – ANO 31 – N° 6 – Edição 1533 – LIVRO/ Por Ivan Lessa – Pág: 88)

 

Powered by Rock Convert
Share.