Beth Carvalho, cantora e compositora, a Madrinha do Samba, intérprete de canções como “Andanças” e “Coisinha do Pai”, foi um dos maiores nomes da história do gênero

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A Madrinha do Samba

 

Paixões pelo Botafogo e Mangueira e engajamento político definiam Beth Carvalho

 

 

Neném da Cuíca e Beth Carvalho no programa Alerta Geral — (Foto: Acervo TV Globo)

 

Com mais de 50 anos de carreira, ela foi um dos maiores nomes da história do gênero.

‘Madrinha do samba’, cantora tornou famosos nomes como Jorge Aragão, Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz

 

 

Elizabeth Santos Leal de Carvalho (Rio de Janeiro, 5 de maio de 1946 – Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, em 30 de abril de 2019), cantora e compositora conhecida como a Madrinha do Samba e um dos maiores nomes da história do gênero.

 

Nascida no Rio de Janeiro no dia 5 de maio de 1946, no bairro da Gamboa, região portuária do Rio de Janeiro, área onde o samba surgiu, no começo do século 20, Beth Carvalho foi uma das principais intérpretes do gênero no País.

 

 

Conhecida como “Madrinha do Samba”, a carreira de Beth Carvalho começou na Bossa Nova. Apesar da proximidade com o samba desde cedo, foi este segundo gênero musical a inspirou a aprender a tocar violão ainda na adolescência, quando virou professora de música para ajudar a família.

É possível definir a vida de Beth com suas três principais paixões: o Botafogo, a Mangueira e o PDT. Futebol, samba e política guiaram toda a trajetória e carreira da sambista. Foram nesses três pilares que ela dedicou grande parte da sua vida.

 

 

 

Engajada na política, a sambista era uma admiradora de nomes como Leonel Brizola e Fidel Castro. No Brasil, apoiou as campanhas presidenciais de Lula e Dilma Rousseff.

 

 

 

Com mais de 50 anos de carreira, dezenas de discos gravados e sucessos como “Andança” e “Coisinha do pai”, Beth Carvalho era considerada madrinha de artistas como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Jorge Aragão – daí o apelido.

 

Já fazia bastante tempo que a cantora tinha um problema de coluna. Em 2009, chegou a cancelar sua apresentação no show de réveillon, na Praia de Copacabana, por causa de fortes dores. Em 2012, submeteu-se a uma cirurgia na coluna.

No ano seguinte, foi homenageada pela escola de samba Acadêmicos do Tatuapé, no carnaval de São Paulo, mas não participou do desfile por motivos de saúde. Lu Carvalho, sobrinha de Beth, foi quem representou a artista na ocasião.

 

Show histórico

 

Em 2018, com a mobilidade cada vez mais reduzida pelos efeitos do problema na coluna, Beth fez um show histórico. Ao lado do grupo fundo de Quintal, mostrou sua força ao cantar deitada seus sucessos no show Beth Carvalho encontra Fundo de Quintal – 40 anos de pé no chão.

Beth Carvalho canta deitada em show no Rio de Janeiro — (Foto: Mauro Ferreira)

Ao longo de sua internação no início de 2019, Beth teve de reduzir a quantidade de visitas. A informação foi compartilhada por sua filha, Luana, após um vídeo mostrar a cantora debilitada cantando deitada na cama do hospital.

Vida e obra

Beth Carvalho no Fantástico — (Foto: Acervo TV Globo)

 

 

O contato da artista com a música foi incentivado pela família, ainda na infância. Aos 8 anos, surgiu o gosto pela dança – na mesma época, ganhou dos avós o primeiro violão. Após a prisão do pai no início da ditadura, em 1964, Beth passou a dar aulas de música.

 

No ano seguinte, gravou o seu primeiro compacto simples, com a música “Por quem morreu de amor”, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Seu grande sucesso, “Andança”, é o título de seu primeiro LP, lançado em 1969.

 

Beth participou de quase todos os festivais de música da época. Em 1968, conquistou a terceira posição no Festival Internacional da Canção (FIC), justamente com “Andança”.

 

A partir de 1973, passou a lançar um disco por ano e emplacou vários sucessos como “1.800 Colinas”, “Saco de Feijão”, “Olho por Olho”, “Coisinha do Pai”, “Firme e Forte” e “Vou Festejar”.

 

Também gravou composições de Cartola, como “As rosas não falam”, e “Folhas Secas”, de Nelson Cavaquinho.

 

Beth Carvalho e Cartola, em ‘Brasil 78’ — (Foto: Acervo TV Globo)

 

 

‘Coisinha do pai’ tocada em Marte

 

A cantora era apaixonada pela Mangueira, sua escola de samba do coração, e pelo bloco Cacique de Ramos, onde conheceu muitos de seus apadrinhados.

Beth Carvalho e Gilberto Gil durante desfile da Mangueira na Marquês de Sapucaí em 1998 — (Foto: Rosane Marinho/Folhapress/Arquivo)

 

 

“Beth é inquieta. Não espera que as coisas lhe cheguem, vai mesmo buscar. Pagodeira, ela conhece a fertilidade dos compositores do povo e, mais do que isso, conhece os lugares onde estão, onde vivem, onde cantam, como cantam e como tocam”, descreve a biografia em seu site oficial.

Em 1979, Beth se casou com o jogador de futebol Edson de Souza Barbosa e, dois anos depois, deu à luz sua única filha, Luana Carvalho.

A cantora já fez inúmeras apresentações em cidades ao redor do mundo, subiu ao palco do Carnegie Hall, em Nova York, e até teve sua música representada no espaço sideral. Em 1997, “Coisinha do pai” foi programada pela engenheira brasileira da Nasa, Jacqueline Lyra, para “despertar” um robô em Marte.

 

Em junho de 2002, recebeu das mãos de Dona Zica, viúva de Cartola, o Troféu Eletrobrás de Música Popular Brasileira, no Teatro Rival do Rio de Janeiro. Seu 26º disco, “Pagode de mesa 2” (2000), concorreu ao Grammy Latino na categoria melhor disco de samba.

 

Em 2004, ela gravou seu primeiro DVD, “Beth Carvalho, a Madrinha do Samba”, que lhe rendeu um DVD de Platina. O CD, que teve lançamento simultâneo ao DVD, recebeu Disco de Ouro e foi também indicado ao Grammy Latino de 2005, na categoria “Melhor Álbum de Samba”.

Beth Carvalho foi homenageada na edição 2009 do Grammy Latino, em Las Vegas. Na ocasião, a cantora foi a primeira sambista a receber um dos reconhecimentos mais importantes da cerimônia, o prêmio Lifetime Achievement Awards.

Beth Carvalho posa para foto em 1987 — (Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo)

Chico Buarque, Beth Carvalho e Caetano Veloso — (Foto: Acervo TV Globo)

A cantora Beth Carvalho e o sambista Tobias durante desfile da escola de samba Vai-Vai, campeã do Carnaval de São Paulo em 1996 — (Foto: Silvio Ribeiro/Estadão Conteúdo/Arquivo)

Beth Carvalho morreu no Rio de Janeiro, em 30 de abril de 2019, aos 72 anos. Ela estava internada no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, Zona Sul da cidade, desde o início de 2019. A causa da morte foi infecção generalizada, informou o hospital, em comunicado.

 

Já fazia bastante tempo que a cantora tinha um problema de coluna. Em 2009, chegou a cancelar sua apresentação no show de réveillon, na Praia de Copacabana, por causa de fortes dores. Em 2012, submeteu-se a uma cirurgia na coluna.

Em nota, o empresário da artista, Afonso Carvalho, disse que ela morreu às 17h33 de terça “cercada de amor por seus familiares e amigos”. O velório foi (dia 1º), no salão nobre do Botafogo, time para o qual Beth torcia.

(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/04/30 – RIO DE JANEIRO / NOTÍCIA / MÚSICA / Por G1 Rio – 30/04/2019)

(Fonte: https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2019/05/01 – NOTÍCIAS / ENTRETÊ / MÚSICA / Por Carolina Farias Do UOL, no Rio – 01/05/2019)

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