Aurélio de Lyra Tavares, ex-ministro do Exército do governo Costa e Silva e membro da ABL (Academia Brasileira de Letras)

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General Aurélio de Lyra Tavares integrou junta militar

 

Aurélio de Lyra Tavares (João Pessoa, 7 de novembro de 1905 – Rio de Janeiro, 18 de novembro de 1998), general e ex-ministro do Exército do governo Costa e Silva e membro da ABL (Academia Brasileira de Letras).

 

 

O general Aurélio de Lyra Tavares, ministro do Exército de 1967 a 1969, signatário do Ato Institucional n° 5 (AI-5), integrante da Junta Militar que assumiu o governo quando o presidente Costa e Silva adoeceu em 69, embaixador do Brasil na França de 70 a 79 e integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL).

 

 

Junto à carreira militar, Lyra Tavares tinha uma paixão anônima: a poesia, e para escrever seus versos usava um pseudônimo feminino, Adelita. 

 

 

Lyra Tavares foi um dos membros da junta militar que governou o país durante dois meses depois de Costa e Silva (1967-69) deixar a Presidência, por causa de problemas de saúde. Na ocasião, o vice-presidente Pedro Aleixo foi impedido de assumir a presidência.

 

 

O general ocupava a cadeira número 20 da ABL. Foi empossado em 23 de abril de 1970, no auge do regime militar (1964-85).

 

 

Lyra Tavares nasceu na Paraíba, em 7 de novembro de 1905. Na infância, foi interno no Colégio Pio X, em João Pessoa, e colega de José Lins do Rêgo e Theóphilo de Andrade. O pai, senador pelo Rio Grande do Norte João Lyra Tavares (1871-1930), veio então para o Rio e o matriculou no Colégio Militar.

 

 

Cursou a Escola Militar e ao sair, declarado aspirante, em 1925, recebeu da Missão Militar Francesa no Brasil o Prêmio de Tática Geral. Em 1936 entrou para a Escola do Estado-Maior do Exército. Formou-se também em Direito e Engenharia. 

 

 

A experiência nas Forças Armadas serviu de inspiração para sua bibliografia -em geral ensaios que falam sobre estratégias militares e missões do Exército das quais participou. Sua obra reúne, entre outros, os livros “Segurança Nacional – Antagonismos e Vulnerabilidades” (1958), “A Amazônia de Júlio Verne” (1973) e “O Brasil de Minha Geração” (1976).

 

 

O general, nascido em João Pessoa, também foi embaixador do Brasil na França, de junho de 1970 até dezembro de 1974. Além disso, era sócio benemérito do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.

 

 

Na década de 70 conseguiu ser eleito para a ABL, na cadeira n° 20, vaga de Múcio Leão. Sua bibliografia inclui trabalhos dedicados à história do Exército e à segurança nacional. Entre eles, O Soldado – SímboloDomínio Territorial do EstadoTemas da vida MilitarOrações Cívicas e MilitaresA Engenharia Militar Portuguesa na Construção do BrasilO Brasil da Minha Geração. Com a vitória do golpe militar em 1964, Lyra Tavares assumiu o comando do 1° Exército e dois meses depois foi promovido a general-de-Exército. 

 



Tornou-se ministro do Exército em março de 1967. Quando o presidente Costa e Silva reuniu os ministros militares e os comandantes de Exército e baixou o AI-5, decretando a suspensão das garantias constitucionais dos cidadãos, Lyra Tavares foi um dos signatários.

 

 

No sequestro do embaixador dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, dois ministros se mantiveram intransigentes: Augusto Rademacker (Marinha) e Gama e Silva Justiça), que rejeitavam qualquer tipo de diálogo com os sequestradores. Márcio de Souza Melo (Aeronáutica) e Lyra Tavares (Exército) mantiveram-se neutros e apenas o ministro das Relações Exteriores, Magalhães Pinto, lutou para evitar uma crise com os americanos, que poderia levar ao fim da própria ditadura. 

 



Nos terríveis tempos do AI-5, o jornalista Zózimo Barroso do Amaral revelou que o então ministro do Exército, Lyra Tavares, fora empurrado por seguranças do ditador paraguaio Alfredo Stroessner, num encontro deste com Costa e Silva. O general puniu a ousadia: Zózimo passou cinco dias num cárcere militar. Não foi torturado, mas teve de ouvir de um companheiro de cela a observação irônica: “Eles endoidaram, estão prendendo eles mesmos”.

 

 

O general sempre foi avesso a entrevistas. Vivia recolhido no apartamento em Copacabana. Em 6 de outubro de 1988, o Jornal do Brasil contava que ele pouco saía de casa e evitava ao máximo contatos com a imprensa.

 

 

Aurélio de Lyra Tavares faleceu no Rio de Janeiro, em 18 de novembro de 1998, aos 93 anos, de insuficiência respiratória, na casa onde morava com a mulher e as filhas, em Copacabana (zona sul do Rio).

Lyra Tavares era ex-fumante e já tinha sido internado na clínica São Vicente, na Gávea (zona sul), em setembro de 1998, com enfisema pulmonar. 

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fol/pol – FOLHA DE S.PAULO – BRASIL – MEMÓRIA – Do Rio de Janeiro / Por AJB  – 18/11/98)

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil – FOLHA DE S.PAULO – BRASIL – MEMÓRIA – da Sucursal do Rio – 19 de novembro de 1998)

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