Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, professor, lexicógrafo e membro da ABL

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Aurélio: um vocabulário no dicionário

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (Passo do Camaragibe (AL), 3 de maio de 1910 – 28 de fevereiro de 1989), professor, lexicógrafo e membro da Academia Brasileira de Letras, dono da cadeira número 30. Com seus dicionários, o mestre das palavras se transformou num dos maiores sucessos editoriais brasileiros, vendendo mais de 6 milhões de exemplares desde 1975. Sua carreira editorial só perde para as ediçoes reunidas da Bíblia. A obra de Aurélio teve o condão de transformar em best-seller um instrumental que antes se via restrito apenas aos bancos escolares.

“Fazer dicionários é como caçar borboletas. As palavras voam, e precisamos caçálas no ar”, costumava dizer.

Nascido em Alagoas, ele não encontrou facilidades para colocar sua obra nas prateleiras de livrarias. A ideia surgiu nos anos 50, quando Aurélio foi convidado pelo poeta Manuel Bandeira para substituí-lo na tarefa de cuidar da parte de brasileirismos do Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa, da Editora Civilização Brasileira.

Foi a gênese do Aurélio. Para publicá-lo, o lexicógrafo e mais uma equipe de seis colaboradores bateram de porta em porta durante mais de uma década e recebendo sempre um “não” como resposta. Todos achavam a ideia inviável. Só em 1975 a Editora Nova Fronteira aceitou bancar a ideia de Aurélio Buarque e sua equipe. A demora na publicação do dicionário pode ser creditada também ao perfeccionismo do autor, que refazia compulsivamente os verbetes.

No primeiro dicionário constavam 120 000 palavras. Em edição revista, publicada em 1987, foram acrescentados 30 000 novos termos. “Ainda é um dicionário mediano”, afirmava, humilde, mestre Aurélio, sabedor de que há pelo menos 400 000 palavras vivas na língua portuguesa.

aurélio. S.M. O mesmo que dicionário. Nome escolhido espontaneamente pelo povo brasileiro para denominar qualquer tipo de dicionário. Homenagem ao grande lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.

Nas próximas edições dos dicionários Aurélio, este verbete poderá ser encontrado entre as palavras “aurea mediocritas” (mediocridade dourada, em latim) e “áureo”. Durante anos, o lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, lutou contra a inclusão do vocábulo. Na terça-feira, dia 28 de fevereiro de 1989, uma insuficiência respiratória agravada pelo mal de Parkinson – doença degenerativa que provoca tremores pelo corpo e enrijece os músculos – derrotou Aurélio. Com sua morte, a equipe de especialistas em português que acompanhava os trabalhos do professor decidiu prestar-lhe a última homenagem – e Aurélio entrou no Aurélio.

No boletim que divulga a homenagem, a editora do autor, a Nova Fronteira, acaba agravando o mestre dizendo que seu nome foi escolhido “expontaneamente” pelo povo brasileiro, e não expontaneamente, como Aurélio grafaria a palavra. A morte de Aurélio não significa o fim de seu dicionário. Ao contrário, o desaparecimento de seu criador o aumentou em pelo menos mais um verbete.

(Fonte: Veja, 8 de março de 1989 – ANO 22 – Nº 11 – Edição 1070 – DATAS – Pág; 83)

 

 

Morre, aos 78 anos, Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, filólogo alagoano, em 28 de fevereiro de 1989.
(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – N° 17.309 – Hoje na História – Almanaque Gaúcho/ Ricardo Chaves – 28 de fevereiro de 2013 – Pág; 56)

 

Em 28 de fevereiro de 1989, morre, aos 78 anos, Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, ensaísta, filólogo e lixicógrafo alagoano.

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 18.035 – 28/02/2015 – JÁ FOI DITO – Almanaque Gaúcho/ Por Jones Lopes da Silva – Pág: 40)

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