Antonio Olinto (1919-2009), ocupante da cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras (ABL).

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Antonio Olinto, acadêmico ocupante da cadeira número oito da Academia Brasileira de Letras (ABL). Antonio tinha 90 anos de idade e morreu em sua casa, em Copacabana, de falência múltipla dos órgãos. Seu corpo será velado a partir das 10h no Petit Trianon da ABL. O sepultamento está marcado para as 16h no Mausoléu da Academia, no Cemitério São João Batista, em Botafogo.
Olinto foi casado com a escritora Zora Seljan, falecida em 2006, e não teve filhos. Sua obra abrange poesia, romance (o mais reeditado dos quais, A casa da água, de 1969),ensaio, crítica literária e análise política. Olinto foi eleito para a ABL em julho de 1997, na sucessão de Antonio Callado.

O escritor nasceu Antonio Olyntho Marques da Rocha, em 10 de maio de 1919, em Ubá, Zona da Mata de Minas Gerais. Ele foi adido cultural em Lagos, na Nigéria, e da vida na África resultou uma trilogia de romances: A Casa da Água, O Rei de Keto e Trono de Vidro, hoje traduzidos para 19 idiomas. A Casa da Água, escrito em 1969, foi o mais reeditado.

Olinto também foi professor visitante na Universidade de Columbia, em Nova York, onde ministrou curso sobre Ensaística Brasileira. Em 1968, foi nomeado adido cultural em Londres. Depois dirigiu e apresentou programas literários de TV no Brasil e foi crítico literário do jornal O Globo. Sua mulher, Zora Seljan, assinava a crítica de teatro no mesmo jornal.

Nos últimos anos, Olinto proferiu ainda conferências em seminários no Brasil e no exterior. A convite do governo português, em 2000, participou das Jornadas da Lusofonia realizadas em Lisboa, Estocolmo, Gotemburgo, Lund e Copenhague. Em 2001 foi nomeado diretor geral do Departamento de Documentação e Informação Cultural, da Secretaria das Culturas do município do Rio, onde inaugurou duas bibliotecas em comunidades carentes e dirigiu o Museu da Cidade e o Arquivo Geral da Cidade. Em 2003, inaugurou na Faculdade de Letras Ozanan Coelho, de Ubá, uma biblioteca de 34 mil volumes que recebeu o seu nome. Em 2004, o Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro outorgou-lhe o Título de Sócio Grande Benemérito.

O Presidente da ABL, acadêmico Cícero Sandroni determinou luto oficial por três dias. Na próxima quinta-feira, dia 17, será realizada a sessão de saudade, ao final da qual o presidente vai declarar aberta a vaga de Olinto e o prazo de 30 dias para o recebimento de candidaturas.

_ Este é um dia de profunda tristeza para a nossa Casa . Perde o Brasil um de seus mais ilustres intelectuais, e a Academia um de seus mais atuantes membros _ declarou Cícero Sandroni.

(Fonte: oglobo.globo.com – Por Cristiane de Cássia – atualizado: 12/9/2009)

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