Antonio Alçada Baptista, escritor que além da advocacia esteve ligado ao jornalismo e à política.

Antonio Alçada Baptista (Covilhã, 29 de janeiro de 1927 – Lisboa, 7 de setembro de 2008), escritor português

Alçada Baptista nasceu na Covihã, foi fundador de “O Tempo e o Modo”, uma revista que marcou a geração de 60, e diretor da editora “Moraes”.

António Alçada Baptista nasceu no dia 29 de Janeiro de 1927, na Covilhã. Frequentou um colégio de jesuítas, em Santo Tirso, e prosseguiu os estudos na Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Direito em 1950.

Para além da advocacia, Alçada Baptista sempre esteve ligado ao jornalismo, à edição e à política, em especial durante o regime salazarista. Foi candidato pela Oposição Democrática nas eleições para a Assembleia Nacional em 1961 e 1969, tendo sido assessor para a cultura do Professor Veiga Simão, à data Ministro da Educação Nacional.

Alçada Baptista foi responsável pela programação editorial da Editora Moraes, a partir de 1957, e deu a conhecer nomes relevantes da literatura portuguesa como Alexandre O”Neill, Jorge Sena, António Ramos Rosa ou Maria Velho da Costa.

No jornalismo destacou-se como diretor da revista O Tempo e o Modo, entre 1963 e 1969, e do jornal O Dia. Colaborou com várias publicações como A Capital, o Semanário ou a revista Máxima, tendo também participado em programas de rádio e televisão. Atualmente, desempenhava o cargo de Diretor da revista Oriente, publicação da Fundação Oriente.

Criador do Instituto Português do Livro, foi seu presidente até 1986. Durante esse período empenhou-se em promover as relações culturais entre Portugal, Brasil, Cabo Verde e Moçambique.
Desde 1989 que era correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Oficial da Ordem de Santiago, recebeu, em 1983, das mãos do Presidente Ramalho Eanes a Ordem Militar de Cristo e, em 1995, foi-lhe entregue pelo Presidente Mário Soares a Grã-Cruz da Ordem do Infante. Com a eleição do Presidente Jorge Sampaio, em 1996, foi nomeado seu colaborador.
Com uma vida pautada pelas preocupações político-sociais, sempre defendeu o espírito democrático e a liberdade.

«António Alçada Baptista. Tempo afectuoso – Homenagem ao escritor amigo de todos nós», foi um volume de textos publicado em 2007 em sua homenagem. Nesta compilação, 45 personalidades, de familiares a escritores, catedráticos e políticos, escreveram sobre a importância da obra de Alçada Baptista e o que a sua figura inspirou.

Eduardo Lourenço, Mário de Carvalho, Teolinda Gersão, Dinis Machado, António Ramos Rosa, Mário Soares, Pedro Roseta e Edgar Morin são apenas alguns dos nomes que homenageiam o “Escritor e amigo de todos nós”, como é apresentado na obra.

Alçada Baptista publicou treze títulos, dos quais se destacam “Os Nós e os Laços” (1985), “Catarina ou o Sabor da Maçã” (1988), “Tia Suzana, Meu Amor” (1989), “O Riso de Deus” (1994), “Pesca à Linha – Algumas Memórias” (1998), “Um Olhar à Nossa Volta” (2002) e o seu último livro “A Cor dos Dias – Memórias e Peregrinações” (2003).
Alçada Baptista morreu dia 7 de setembro de 2008, em Lisboa, tinha 81 anos.

(Fonte: Super Interessante – Setembro de 1994 – ANO 8 – N° 9 – Dito & Feito – Pág; 87)
(Fonte: www.jn.pt – CULTURA – Publicado em 2008-12-07)