Aníbal Augusto Sardinha, foi um revolucionário da música popular, o Garoto, tocava seu banjo de calças curtas

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Garoto, o dono do choro, foi um dos donos absolutos do gênero

Aníbal Augusto Sardinha, o “Garoto”, que tocava seu banjo de calças curtas

 

 

Garoto

Garoto, o dono do choro (Foto: Reprodução / Divulgação)

 

 

Anibal Augusto Sardinha (São Paulo, 28 de junho de 1915 – Rio de Janeiro, 3 de maio de 1955), mais conhecido como Garoto, era filho dos imigrantes Portugueses, Antônio Augusto Sardinha e Adosinda dos Anjos Sardinha. O violonista paulistano Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, foi um revolucionário da música popular. Deixou 230 composições.

O violonista paulistano Garoto, foi um revolucionário da música popular. Deixou 230 composições, entre elas os sambas lentos “Gente Humilde” e “Duas Contas”. Entre essas composições, 103 são choros, foi um dos donos absolutos do gênero.

Quem poderia imaginar que naquele dia a Música Brasileira mudaria o curso de sua história, e o mundo em alguns anos teria a oportunidade de conhecer um dos mais brilhantes e talentosos violonistas/compositor de todos os tempos?

Nasceu no centro de São Paulo em 28 de junho de 1915. Garoto começou a trabalhar desde cedo. Aos 11 anos, já era ajudante de uma loja de música no Brás. Neste mesmo ano, ganhou de seu irmão seu primeiro instrumento, um Banjo. Pode-se dizer que naquele dia, Garôto iniciou sua carreira. Alguns meses depois, já estava tocando no Regional dos irmãos Armani, e começou a ser chamado de O Moleque do Banjo.

Em uma entrevista para o jornal Correio Paulistano, de dezembro de 1949, Garoto relembra: “Em 1929, no Palácio das Industrias, tive minha primeira oportunidade, tocando com Canhoto, Zezinho e Mota, para um programa da General Motors. Éramos um grupo grande. Tempos depois, formamos uma Orquestra, com uniforme, gravatinha preta e calça de flanela, e depois comecei a tocar sozinho, e com o falecido Pinheirinho Barreto e Aluisio Silva formamos um novo grupo. Foi quando gravamos Zombando da Morte, um Samba que se tornou muito popular.

Em 1927, a vitrola chegou ao Brasil, e provavelmente Garoto fez sua primeira gravação em 1929 com Paraguassu (seu tutor na época).
Daí em diante, Garoto começou a trabalhar intensamente, tocando por todo o Estado de São Paulo em todo o tipo de ocasião.

Mas São Paulo ficou pequeno para seu talento, e foi para o Rio de Janeiro em 1938 com o firme propósito de dar nova direção à sua carreira. Não imaginava que sua estadia no Rio de Janeiro seria breve, mas muito intensa.

Começou a trabalhar na Radio Mayrink Veiga, que tinha um elenco de grandes estrelas, como Carmen Miranda e Laurindo de Almeida. Com Laurindo, formaram o duo de ritmo sincopado, e o grupo Cordas Quentes. O duo participou de várias sessões de gravação, para Henricão, Carmen Costa, Jararaca e Zé Formiga, Alvarenga e Ranchinho, Dorival Caymmi, Ary Barroso e Carmen Miranda, para citar alguns.

No final de 1939, a grande surpresa, os Estados Unidos.
Querido Garoto:
Espero que você tenha gostado da ideia de vir para cá, e aceite-a pois esta terra é a melhor do mundo, só você estando aqui é que acreditará. Estamos ansiosos para que você; venha, eu e os rapazes.

Abraços da Carmen.

Ele aceitou o convite, e em 18 de outubro de 1939 embarcou no navio Uruguay para os Estados Unidos, para uma estadia que entre outras coisas rendeu-lhe o título de “O homem dos dedos de ouro”, dado pelo organista Jesse Crawford.

Se tornou uma atração extra. Enquanto Carmen atraía para si grandes plateias, ávidas para descobrir o que é que a Bahiana tem, que as outras mulheres não têm, uma plateia diferente composta de grandes nomes do Jazz e seus adeptos, compareciam aos shows, maravilhados pelo músico jovem e virtuoso vindo de uma terra distante.

Êle não simplesmente acompanhava Carmen.

Sua habilidade no instrumento, e seu estilo pessoal ao interpretar as Marchas e Sambas que Carmen Cantava, era o bastante para projetá-lo.
Duke Ellington e Art Tatum eram, entre outros, assíduos na plateia.

Quando os shows de Carmen terminavam, Garôto se apresentava sozinho, para uma platéia ávida para tomar conhecimento daquela nova concepção que ele estava introduzindo no mundo da música.

Após oito meses trabalhando para Carmen, em diversas cidades Americanas, Broadway, filmes e até tocando para o Presidente Roosevelt na Casa Branca, Garôto voltou ao Rio, para começar a jornada mais longa de sua vida, que durou quinze anos.

Nos últimos quinze anos de sua vida, (Garoto faleceu aos 39 anos, em 3 de maio de 1955), trabalhou muito, em sessões de gravação, fazendo concertos, e compondo algumas das mais lindas canções, choros e Sambas que os Brasileiros jamais tinham ouvido, algumas vendendo mais de um milhão de cópias.

Com sua maneira de interpretar o Samba e o Choro ao violão e de compor, Garoto foi o homem que deu novo rumo à Música Popular Brasileira, influenciando alguns dos maiores nomes da nova geração, indicando o caminho que levou a alguns anos depois à chamada Bossa Nova.

Conta Waldemar Henrique, que viveu e compreendeu muito bem aquela época:
“Não foi uma transformação. Foi um grande período de gestação, conscientização, compositores lúcidos que estavam à procura da modernidade, quebra de regras, influências, lutando contra a pobreza e o preconceito.”

O verdadeiro mestre, o guia modesto, a figura forte que preparou a concepção da Bossa Nova foi Garôto.
(Fonte: brazilianmusic.com – baseadas no livro “Garôto, Sinal dos Tempos”, escrito por Irati Angonio e Regina Pereira. Funarte 1982. Coleção MPB, 5)

(Fonte: https://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2499 – Garoto o Dono do Choro / Por Luís Antônio Giron – 02.11.17)

 

 

 

“Garôto é extraordinário, e seu violão é o coração do Brasil.”
João Gilberto.

 

 

 

 

3 de maio de 1955 – Morreu aos 40 anos o violonista paulistano Garoto, autor de obras, como “Gente Humilde”, “Abismo das Rosas” e “São Paulo Quatrocentão”.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos do dia – 3 de maio)

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