Alexander Dubcek, líder da Primavera de Praga, sobreviveu ao totalitarismo soviético

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Foi o precursor do “socialismo com face humana” que resultou na Primavera de Praga

Alexander Dubcek (Uhrovec, Checoslováquia, atualmente Eslováquia, 27 de novembro de 1921 – Praga, 7 de novembro de 1992), líder da Primavera de Praga, sobreviveu ao totalitarismo soviético e à ocupação da Checoslováquia em 1968, mas foi assassinado por agentes secretos russos em 1992, quando o comunismo já havia sido varrido da Europa.

Foi o precursor do “socialismo com face humana” que resultou na Primavera de Praga, silenciado pelo regime comunista, ressuscitado e aclamado durante e Revolução de Veludo e atual chefe do Partido Social Democrata eslovaco.

No acidente de carro que matou Dubcek foi planejado para impedir seu depoimento sobre os crimes da KGB, marcado para dias depois em Moscou. Entre os indícios estão o sumiço do veículo e do dossiê contra a política secreta soviética que Dubcek levava numa maleta. A morte de Dubcek resgata os trinta anos, no dia 20 de agosto, da invasão de Praga por 4 600 tanques e 165 000 soldados do Pacto de Varsóvia, a defunta aliança militar do bloco soviético.

Era o fim da Primavera de Praga, o período de oito meses em que Dubcek, então secretário-geral do Partido Comunista da Checoslováquia, levou à frente o projeto de um “socialismo com face humana”. Em clima de entusiasmo e efervescência cultural, a população experimentou liberdade de imprensa e de expressão, um ensaio de liberalização econômica e abertura democrática, apesar da persistência do regime de partido único.

Tal era o apoio popular à abertura que os militares soviéticos tinham ordens de evitar ao máximo reagir às provocações dos manifestantes. Mesmo assim, uma centena de pessoas morreu em choques com os invasores.

Preso e levado para a União Soviética, Dubcek foi condenado ao ostracismo. Viveu como guarda florestal até a Revolução de Veludo, em 1989, quando os comunistas foram pacificamente apeados do poder.

Ao lado de Vaclav Havel, depois presidente da República Checa (a Eslováquia se tornou um país independente), Dubcek voltou à ativa e se elegeu presidente do Parlamento. A sobrevida política foi abreviada pelo acidente. Deixou o legado de uma experiência ancorada no mesmo anseio que derrubou o Muro de Berlim.

Alexander Dubcek acidentou-se em 1º de setembro de 1992, em Praga, aos 70 anos, sofrendo fratura da coluna vertebral quando seu carro derrapou e caiu num barranco.

(Fonte: Veja, 26 de agosto de 1998 – ANO 31 – N° 34 – Edição 1561 – Internacional – República Checa – Pág; 55)

(Fonte: Veja, 18 de novembro de 1992 – ANO 25 – N° 47 – Edição 1262 – Datas – Pág; 93)

(Fonte: Veja, 9 de setembro de 1992 –- ANO 25 – Nº 37 – Edição 1251 -– Datas -– Pág: 83)

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