Vladimir Mayakovsky, um dos maiores poetas do século 20, também chamado de “o poeta da Revolução”

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Foi um dos melhores poetas da União Soviética

Fotografia: retrato do poeta Vladimir Maiakóvski feito em 1924 pelo fotógrafo russo Aleksandr Ródtchenko

Fotografia: retrato do poeta Vladimir Maiakóvski feito em 1924 pelo fotógrafo russo Aleksandr Ródtchenko

Voz da revolução

Vladimir Mayakovsky (Baghdati, Geórgia, 19 de julho de 1893 – Moscou, 14 de abril de 1930), foi um dos maiores poetas do século 20, também chamado de “o poeta da Revolução”. Ele ingressou no Partido Bolchevique quando tinha 15 anos, foi preso duas vezes antes da revolução, tornou-se um ferrenho defensor do regime comunista, mas foi progressivamente hostilizado pelos burocratas do governo.

Mayakovsky, foi um poeta, dramaturgo e teórico russo, frequentemente citado como um dos maiores poetas do século XX, ao lado de Ezra Pound e T.S. Eliot, bem como “o maior poeta do futurismo”.

Maiakovski, por fazer uma poesia que era  revolucionária na forma, acabou por ser rotulado de “incompreensível para as massas” pelos arautos da cultura oficial e acusado de “usar palavras indecentes”.

Pouco antes de morrer, o poeta foi eronizado por estudantes durante uma conferência. “Quando eu morrer, vocês vão ler meus poemas com lágrimas de carinho”, disse ele. A plateia riu.

Semanas depois Maiakovski suicidava-se com um tito. Por uma triste ironia, Vladimir Maiakovski se encontrou na morte com Sirguéi Iessiênin (1895-1925), outro poeta que se suicidou. 

Com a diferença que Iessienin – suicidou-se depois de ver seu casamento com a bailarina americana Isadora Duncan fracassar e de ter chafurdado no alcoolismo. 

Iessienin cortou os pulsos num hotel de Leningrado e escreveu com sangue o seu último poema.

Fica claro que, na União Soviética, escrever não só era perigoso como podia ser mortal. Mesmo com todos os riscos, foram muitos os que insistiram em continuar a escrever, e a escrever bem, até o fim.

poesia russa do século XX é uma aventura em que a política e a literatura se cruzam a cada passo. Na voz dos poetas russos modernos, a violência dos fatos históricos (a Revolução Bolchevique de 1917, o terror da ditadura stalinista, a guerra contra o nazismo) se mistura com com as novas formas de expressão (simbolismo, futurismo, construtivismo) para dar origem a uma arte variada e portentosa.

Nos versos de um Boris Pasternak (o autor de Doutor Jivago), se explica que é do íntimo dos poetas que nasce essa arte que incomoda o poder e dignifica o homem.

(Fonte: Veja, 4 de setembro de 1985 – Edição 887 – LIVROS – MÁRIO SÉRGIO CONTI – Pág: 132/134)

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