UMA TRAJETÓRIA CURIOSA – DA PLACA DE N.º1 AO MODELO RECORDISTA EM VENDAS NO PAÍS

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UMA TRAJETÓRIA CURIOSA – DA PLACA DE N.º1 AO MODELO RECORDISTA EM VENDAS NO PAÍS

1902 – Ruas vazias, o primeiro modelo do país já havia desembarcado no porto de Santos em 1893, o século já havia até virado, mas nada de o tal automóvel emplacar por aqui. Até 1902, são apenas importados 100 veículos.

1903 – Placa número 1, o número de carros é pequeno, mas a prefeitura de São Paulo exige que eles tenham placa. Os poderosos de então disputam para ver quem fica com a placa P-1. Quem leva é o conde Francisco Matarazzo.

1903 – No mesmo ano em que cria a placa, a prefeitura paulista também passa a exigir uma licença para quem quer dirigir. A primeira carteira de motorista sai para o industrial Menotti Falchi.

1908 – O imigrante italiano Cláudio Bonadei, um mecânico de máquinas de costura, compra um carro abandonado por um figurão paulistano, recupera o motor, constrói uma nova carroceria e pronto: surge o primeiro automóvel parcialmente feito no Brasil, o Automobile Modelo Bonadei.

1908 – O conde francês Pierre de Lesdain, que adorava uma boa aventura, faz a primeira viagem de automóvel entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Enfrentando vários atoleiros, abrindo picadas e construindo pinguelas, ele leva 35 dias para fazer o trajeto.

1910 – A primeira vítima – Poucas horas após ser atropelado em São Paulo, morre o suíço radicado no Brasil Auguste Perrand. Os carros da época não conseguiam superar os 30 km/h, mas o grande problema é a desatenção dos pedestres, que ainda estavam pouco acostumados com essas máquinas rodando por aí.

1919 – Chega a Ford no Brasil – A montadora americana se instala no centro de São Paulo, na rua Florêncio de Abreu. Em 1925, ela venderia 24 500 Ford Bigode, levando o modelo a abocanhar uma fatia de 60% dos veículos do país.

1925 – A vez da GM – A General Motors finca presença no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Em dois anos, a empresa americana monta 25 mil carros no país e entra firme na disputa pelo mercado brasileiro com a rival Ford.

1930 – Crise à vista – Em 1929, antes do crash em Nova York, o país importa 54 mil carros. Em 1930, são apenas 2 mil.

1940 – Por causa da Segunda Guerra, o petróleo se torna escasso. Para driblar a falta de gasolina, no início dos anos 40 os veículos daqui rodam movidos a gasogênio, um gás que vem da queima do carvão.

1953 – Invasão alem㠖 No bairro do Ipiranga, em São Paulo, a Volkswagen começa a operar no Brasil, montando logo de cara o Fusca e a Kombi, dois modelos que conquistariam os brasileiros.

1960 – Nasce o Salão – No Parque do Ibirapuera, em São Paulo, acontece a primeira edição do Salão do Automóvel. Num país onde já rodam 200 mil carros, a feira vira um sucesso, tornando-se a mais importante do setor.

1963 – O empresário Nelson Fernandes cria a Indústria Brasileira de Automóveis Presidente (IBAP) para criar um carro nacional. O Democrata nasceria em 1967, mas só seriam feitos cinco veículos.

1966 – Além do Grande ABC – A Willys é a primeira montadora a instalar uma unidade fora do Estado de São Paulo. Em Jaboatão, PE, a marca produz um utilitário que faria muito sucesso no país, a Rural Willys.

1971 – Gigante Automobilístico – A indústria automobilística brasileira começa a década de 70, impulsionada pelos anos do milagre econômico. No final de 1971, o país já é o 12º maior produtor de carros do mundo.

1975 – Os imigrantes italianos – A Fiat chega e é a primeira montadora a instalar sua fábrica principal fora de São Paulo. A cidade escolhida é Betim, MG. O Fiat 147 é o principal trunfo da marca italiana nos anos seguintes.

1981 – Novo sonho nacionalista – O engenheiro João Amaral Gurgel, que, desde 1969, desenvolvia motores e carros utilitários, inaugura em Rio Claro, SP, uma fábrica com o objetivo de fazer um carro genuinamente nacional. A Gurgel teria vida mais longa que a IBAP, mas iria a falência na década de 90.

1987 – Casamento polêmico – É anunciada a criação da Autolatina, uma joint-venture entre a Ford e a Volkswagen que abocanha uma fatia de 60% do nosso mercado de automóveis e duraria até 1994.

1990 – Após quatro décadas de restrições, o governo Collor incentiva a volta dos importados reduzindo os impostos. De 1990 a 1994, a alíquota de importação cairia de 85% para 20% do valor do carro.

2001 – Ultrapassagem histórica – Vinte e um anos após ser lançado, o Gol supera o Fusca e se torna o carro mais vendido na história do Brasil. Até então, eram cerca de 3,5 milhões de unidades comercializadas.

(Fonte: Revista QUATRO RODAS ESPECIAL–Edição Especial–0418– N.º 507–B – Editora ABRIL– O AUTOMÓVEL NO BRASIL –Capítulo II -O Carro no Brasil– Pág. 51)

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