Severino Pereira da Silva, pernambucano, um dos maiores empresários do país

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Severino Pereira da Silva, pernambucano, um dos maiores empresários do país, controlava cinco empresas produtoras de cimento, dez indústrias têxteis, uma transportadora e duas mineradoras espalhadas em uma dezena de Estados brasileiros. Suas indústrias, que empregavam 12 000 pessoas, renderam, em 1985, 2 bilhões de cruzados. Com curso primário incompleto, Severino começou sua ascensão como um caixeiro-viajante do sertão nordestino. Seu argumento de vendas era simples. “Compra, senhora, é coisa boa, das indústrias Matarazzo”, costumava dizer. Sessenta anos mais tarde, ele próprio compraria quatro empresas têxteis do grupo Matarazzo.

Nos anos 30, Severino decidiu ganhar a vida por conta própria, pedindo um empréstimo ao Banco do Brasil para reerguer a falida Companhia de Tecidos Sapopemba, do Rio de Janeiro. Conseguiu. Em 1941, com a compra da Companhia Nacional de Estamparia, de Sorocaba, em São Paulo, seu império cresceu ainda mais. Morreu vangloriando-se de dois trunfos: o fato de nenhum empregado seu jamais ter entrado em greve e de ter ajudado sua pequena cidade natal, Taquaritinga do Norte, em Pernambuco, a construir uma maternidade e um cinema de 400 lugares. Discreto, foi um dos raros empresários brasileiros cujos nomes só apareciam na imprensa quando assinavam os balanços das suas empresas. Seu velório foi realizado na suntuosa mansão da Rua São Clemente, em Botafogo, no Rio de Janeiro, onde morou por quarenta anos. Severino morreu dia 26 de março de 1986, aos 91 anos, de embolia pulmonar, no Rio de Janeiro.

(Fonte: Veja, 2 de abril, 1986 – Edição 917 – DATAS – Pág; 75)

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