Saeb Erekat, secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma das faces mais conhecidas internacionalmente da causa palestina

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Principal negociador palestino

 

O líder palestino, secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Erekat esteve envolvido em quase todas as negociações de paz entre Israel e Palestina desde 1991.

 

 

Foto de 5 de setembro de 1999 mostra Saeb Erekat conversando com o líder palestino Yasser Arafat (esq.), que está ao lado do premiê israelense, Ehud Barak, durante assinatura de acordo na presença do Secretário de Estado dos EUA, Madeleine Albright, o então presidente do Egito, Hosni Mubarak, e o rei da Jordânia, King Abdullah II — (Foto: Dimitri Messinis/AP)

 

 

Principal negociador palestino com Israel

 

 

Saeb Erakat (Jerusalém, 28 de abril de 1955 – Jerusalém, 10 de novembro de 2020), secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma das faces mais conhecidas internacionalmente da causa palestina.

 

Erakat era um importante porta-voz internacional dos palestinos há mais de três décadas. Ele era um dos líderes mais conhecidos no exterior, um negociador de paz veterano e apontado com frequência como um dos potenciais sucessores de Abbas, que tem 85 anos.

 

Educado nos EUA, Erekat tinha cidadania americana, se formou e fez mestrado em relações internacionais pela San Francisco State University e era Ph.D. pela Universidade de Bradford, no Reino Unido, em resolução de conflitos.

O líder palestino esteve envolvido em quase todas as rodadas de negociações de paz entre Israel e Palestina desde a histórica conferência de Madri em 1991.

Ele ajudou a negociar os Acordos de Oslo, que criaram a autoridade palestina e deram aos palestinos autonomia limitada na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Política de 2 estados

Erekat defendeu incansavelmente uma solução negociada de dois estados para o conflito e culpou Israel — particularmente o atual premiê do país, Benjamin Netanyahu — pelo fracasso em chegar a um acordo.

Como assessor leal aos líderes palestinos — primeiro Yasser Arafat e depois Mahmoud Abbas — ele lutou por essa estratégia até sua morte, mesmo quando as esperanças de um estado palestino diminuíram recentemente.

Foto de 31 de março de 2019 mostra o presidente da autoridade palestina, Mahmoud Abbas, e ao fundo o secretário-geral da Organização para Liberação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, durante encontro de países árabes na Tunísia — (Foto: Fethi Belaid/Pool via AP)

Ele foi um crítico ferrenho do plano do presidente americano, Donald Trump, para o Oriente Médio. Zombeteiramente, Erekat afirmou que “corretores imobiliários” nunca resolveriam o conflito e acusou Trump e Netanyahu de se unirem para “destruir o projeto nacional palestino”.

“Rejeitar esse plano não é rejeitar a paz, mas o contrário: rejeitá-lo significa rejeitar a perpetuação de um sistema de apartheid”, escreveu o líder palestino em um artigo publicano em janeiro no jornal americano “Washington Post”.

Infância em Jericó

Erekat nasceu em 28 de abril de 1955 em Jerusalém e passou a maior parte de sua vida na cidade ocupada de Jericó, na Cisjordânia, um oásis no deserto repleto de palmeiras a cerca de 30 minutos de Jerusalém.

Durante sua infância em Jericó, o líder palestino testemunhou palestinos fugindo para a vizinha Jordânia durante a guerra de 1967, na qual Israel tomou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza.
Em entrevistas, Erekat sempre falou sobre a vida e sua família em Jericó, como uma forma de explicar aos estrangeiros o impacto da ocupação israelense e se posicionar como um palestino comum.

Negociações de paz

 

Erakat, conhecido como “Doutor Saeb”, foi um dos rostos palestinos mais conhecidos internacionalmente por ter participado nas negociações de paz nos últimos anos.

 

Ele morava na cidade palestina de Jericó, na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.

 

Era um dos colaboradores mais próximos de Abbas, de 85 anos, e era apontado com frequência como um de seus potenciais sucessores.

 

Erakat havia criticado a recente normalização das relações entre Israel e vários países árabes, pois foram pactos que não esperaram por um acordo de paz entre israelenses e palestinos.

 

Em uma reunião por vídeo em agosto com jornalistas, ele criticou a medida que, segundo ele, “mina a possibilidade de paz” israelense-palestina e “reforça os extremistas” dos dois lados.

 

A transferência de sua residência em Jericó para um hospital israelense provocou críticas de manifestantes em Israel, que perguntaram por quê o Estado hebreu aceitava cuidar, segundo eles, de um “inimigo” palestino.

 

Na Cisjordânia, onde moram quase três milhões de palestinos, foram registrados mais de 50.000 casos de coronavírus e 480 mortes. Em Gaza, território palestino separado da Cisjordânia e controlado pelo movimento islamita Hamas, foram contabilizados mais 8.700 casos e quase 40 mortes em uma população próxima de dois milhões de habitantes.

 

Problemas pulmonares

O líder palestino tinha fibrose pulmonar e em 2017 passou por um transplante de pulmão em um hospital nos Estados Unidos.

Ele foi diagnosticado com Covid em 9 de outubro e, no dia 19 do mesmo mês, o hospital em que estava internado afirmou que seu quadro tinha piorado e passado a ser crítico.

Na época, o hospital afirmou que o estado de saúde de Erakat representava “um desafio”, devido aos seus problemas pulmonares crônicos.

Covid na Palestina

 

Na Cisjordânia, onde moram quase três milhões de palestinos, foram registrados mais de 50 mil casos de Covid e 480 mortes até o momento.

Em Gaza, onde moram cerca de dois milhões, território palestino separado da Cisjordânia e controlado pelo Hamas, foram mais 8,7 mil infectados e quase 40 óbitos.

 

Saeb Erakat faleceu em 10 de novembro de 2020 aos 65 anos, alguns dias depois de testar positivo para o novo coronavírus, deixando os palestinos órfãos de um “grande combatente” pela paz.

Erakat sofria de fibrose pulmonar e havia sido submetido a um transplante de pulmão. Ele foi internado em estado muito grave no hospital israelense Hadassah de Jerusalém em 18 de outubro.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, qualificou a morte de “perda imensa de um grande combatente”.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, expressou em um comunicado sua “tristeza” e afirmou que a morte de Erakat representa uma “grande perda para o povo palestino e para o processo de paz no Oriente Médio”.

A ex-negociadora israelense Tzipi Livni apresentou condolências “aos palestinos e à família” de Erakat. “Saeb dedicou a vida a seu povo. Já enfermo, me escreveu: ‘não terminei aquilo para o que nasci'”, relatou Livni no Twitter.

A morte também gerou mensagens de condolências do emissário da ONU para o Oriente Médio, assim como do Egito, Alemanha e do movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

(Fonte: https://valor.globo.com/mundo/noticia/2020/11/10 – MUNDO / NOTÍCIA / Por Valor, com Dow Jones Newswires — São Paulo – 10/11/2020)

(Fonte: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2020/11/10 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS / INTERNACIONAL / Em Ramallah, Territórios palestinos – 10/11/2020)

(Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/11/10 – MUNDO / NOTÍCIA / Por G1 – 10/11/2020)

(Fonte: Zero Hora – ANO 57 – N° 19.865 – 11 DE NOVEMBRO DE 2020 – MEMÓRIA / TRIBUTO – Pág: 23)

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