Rodolfo Echegoyen, gerente de Alfândega na aduana do Aeroporto de Ezeiza e em Edcadassa, um entreposto fiscal cujo controle se atribuía a Alfredo Yabrán

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Rodolfo Echegoyen, brigadeiro, um administrador aduaneiro que atuava como gerente de Alfândega e investigava o contrabando de mercadorias, de drogas e lavagem de dinheiro na aduana do Aeroporto de Ezeiza e em Edcadassa, um entreposto fiscal cujo controle se atribuía a Alfredo Yabrán.

 

Rodolfo Echegoyen (à direita) foi assassinado quando fazia investigações de crimes aduaneiros – (Foto: La Nación)

‘Suicídio’ do brigadeiro Echegoyen chocou a política argentina

Ele investigava contrabando, tráfico e lavagem de dinheiro; sete anos depois, Justiça comprovou homicídio

O brigadeiro Rodolfo Echegoyen foi encontrado morto em 13 de dezembro de 1990, com um tiro de pistola calibre 38. Inicialmente, o governo e a Força Aérea acataram a hipótese de suicídio, mas, sete anos mais tarde, uma perícia judicial confirmou que a arma tinha sido disparada por outra pessoa.

Na época do crime, suas últimas horas tinham sido marcadas pelo casamento no civil de seu filho. Em 12 de dezembro, à noite, Echegoyen recebeu um chamado para reunir-se com alguém que nunca foi identificado. Ele se despediu da família e não apareceu até o outro dia, às 6h da manhã, quando seu genro o encontrou morto.

Poucos meses antes da perícia definitiva, familiares da vítima tinha dito que ele estava prestes a falar, quando morreu. O caso voltou a tomar relevância quando, em 1995, o então ministro da Economia, Domingo Cavallo, acusou Yabrán como suposto mentor intelectual.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo – MUNDO/ POR LA NACIÓN / GDA – 19/01/2015)

 

 

Rodolfo Echegoyen (Foto: Página 12/ Reprodução)

 

A imprensa argentina lembrou ontem os 13 anos da morte do fotógrafo José Luis Cabezas, brutalmente assassinado em 25 de janeiro de 1997 na cidade de Pinamar, um dos balneários mais exclusivos da província de Buenos Aires.

Ele trabalhava na época para a revista Noticias e estava cobrindo a temporada nas praias da região, que costumam ser freqüentadas por políticos, empresários e atores.

Numa madrugada seu corpo foi encontrado carbonizado e com dois tiros na cabeça, dentro do carro, numa vala a 11km da cidade.

Mas isso foi só o desfecho.

O caso que culminou na morte de Cabezas havia começado em fevereiro de 1996, quando ele estampou, na capa da Noticias, uma foto de Alfredo Yabrán caminhando na praia ao lado da esposa.

Ate então ninguém conhecia o rosto de um dos mais influentes empresários da Argentina, amigo do então presidente Carlos Menem, e suspeito de envolvimento nas diversas máfias que marcaram aquele governo, como contrabando de armas e ouro.

“Sacarme una foto a mí es como pegarme un tiro en la frente”, repetia Yabrán a seus amigos mais chegados, explicando que o segredo de seu êxito residia no fato de seu rosto não ser conhecido.

Um ano depois, sabendo que o fotografo estava em Pinamar, o empresário resolveu se vingar e instruiu seu guarda pessoal, o ex-sargento do Exército Gregorio Ríos, a resolver definitivamente o caso.

Foi o pior atentado à liberdade de imprensa desde o retorno da democracia ao país e causou uma verdadeira comoção nacional.

Por esse crime foram condenados à prisão perpétua três ex-policiais (Gustavo Prellezo, Sergio Cammaratta e Aníbal Luna), e outros quatro bandidos envolvidos nos assassinato (Horacio Braga, Sergio Gustavo González, José Luís Auge e Miguel Retana). Além, é claro, de Alfredo Yabrán e Gregorio Ríos.

Embora a pena tenha sido pesada, por diferentes manobras judiciais os assassinos foram conseguindo sair da prisão. A Associação de Fotógrafos da Argentina voltou a pedir ontem a detenção imediata dos criminosos que ainda estão livres. Segundo a entidade, apenas dois policiais cumprem pena. Um terceiro envolvido (Retana) morreu na prisão.

Yabrán sequer ouviu o veredicto: matou-se com um tiro na boca, em 20 de maio de 1998, no banheiro de sua estância de San Ignacio, em Entre Rios, depois de cinco dias foragido da polícia. Teve final de tango argentino, como muitas histórias que acontecem por aqui.

Há gente que insiste em acreditar que o empresário está vivo até hoje e que mora em alguma praia parecida como a de Pinamar, com outro rosto, outra identidade, outra vida.

Prefiro acreditar que não se pode esquecer. Merecidamente, agora todo o ano se comemora em 25 de janeiro o dia do Reportero Gráfico na Argentina.

(Fonte: http://noblat.oglobo.globo.com/cronicas/noticia/2010/01 – CRÔNICAS/ por Ricardo Noblat – Para não esquecer Cabezas/ Por Gisele Teixeira, jornalista – 26.01.2010)

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