1º gay a jogar Copa do Mundo hoje comenta futebol, mas se diz “voz isolada”
Desde 1930, já foram disputadas 21 edições da Copa do Mundo masculina. Ao longo dos últimos 89 anos, mais de 7 mil jogadores já participaram da principal competição de futebol da Terra. Só que nenhum deles era abertamente homossexual no momento da disputa.
No Mundial da Argentina, ele participou de duas partidas, ambas válidas pela fase de grupos: entrou no segundo tempo da derrota por 2 a 1 para a Itália e foi titular na vitória por 3 a 1 sobre a Hungria.
Amigo pessoal de Michel Platini, um dos grandes da história do futebol mundial, ao lado de quem começou a carreira no Nancy, Rouyer tinha só 22 anos na época em que foi convocado. Ele ainda defendeu Chaumont, Strasbourg, Lyon e dois times semiprofissionais na reta final da carreira.
Em 2008, já como comentarista de TV, função que exerce até hoje, Rouyer chamou a atenção do mundo do futebol ao quebrar um tabu. Em entrevista ao jornal “L’Équipe”, anunciou ao mundo que se relacionava amorosa e sexualmente com homens.
“Quando saí do armário, nenhuma personalidade do futebol me ligou. Houve um grande silêncio. Até hoje, me sinto uma voz isolada sobre o assunto. Minha vontade é construir algo para realmente proibir esses comportamentos homofóbicos no futebol. Mas, por enquanto, ninguém compra essa briga”, disse, ao “Le Monde”, em setembro.
Mais de 40 anos depois da Copa-1978, a homossexualidade é algo que continua escondida nos porões do futebol. Casos como o Rouyer, de jogadores ou ex-jogadores de expressão que tornaram públicas a orientação sexual, ainda são raros.